Se no início da década de 1990 Bósnia & Herzegovina encararam longos períodos de derramamento de sangue para conseguirem a independência em relação a antiga Iugoslávia, em 2014, em plena Copa do Mundo, a violência sofrida veio de uma arma não convencional: o apito.
Ninguém morreu fisicamente. Mas foi aniquilado o sonho de seguir vivo no Mundial. Um gol legal de Edin Dzeko, anulado covardemente pela arbitragem, impediu que os bósnios abrissem oficialmente o placar em Cuiabá. Seria a oportunidade de passar a jogar em contra-ataque e tentar arrancar para a classificação histórica de uma seleção estreante em Copas. Só que a violência praticada pelo árbitro neo-zelandês Peter O'Leary impediu (do verbo impedimento).
Aos poucos, a Bósnia foi sucumbindo no jogo, até sofrer o gol de Odemwingie, em lance onde era possível interpretar falta do nigeriano Emenike no capitão Spahic antes de pintar o passe para a finalização. Mas como chorar um lance interpretativo minutos após ser violentado num lance objetivo? Quem colocará chip no apito? Ora, naquela lance do gol anulado, não restaram dúvidas de que a bola entrara! As imagens flagraram a condição legal de Dzeko! Por que ser conivente ao erro?
A Nigéria, que (provavelmente) não tem nada com isso, tratou de explorar suas virtudes e não apenas abrir o placar como dar muita canseira na defesa oponente. Os lances de velocidade, principalmente os que aconteciam pelo lado direito e que acionavam Emenike, eram um tormento para Spahic e companhia. Os nigerianos chegaram perto de marcar novamente. Mas quiseram os deuses do futebol que a maior chance de nova alteração no placar fosse de Bósnia & Herzegovina. E, por capricho, que fosse nos acréscimos no segundo tempo. Seria o momento para amenizar o erro da arbitragem e recolocar os bósnios com chances matemáticas de classificação. E olha o detalhe: nos pés de Dzeko! Tudo muito encaixadinho para dar certo. Só que no meio do caminho havia um goleiro chamado Enyeama. E, ao lado do caminho, uma trave. A bola bateu tanto nele quanto nela e teimou em não entrar. Com isso, a Nigéria chega a quatro pontos e se classificará em caso de empate (seja um empate dela própria com a Argentina ou um empate entre Irã e Bósnia & Herzegovina). Aos bósnios, o jogo com o Irã será para buscar seu primeiro ponto ou, quem sabe?, a primeira vitória em um Mundial. Seria histórico. Que não haja violência nessa empreitada.
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