Se o Brasil é o país do futebol, Brasília é a capital da Copa do Mundo.
Após um jogo fantástico entre Suíça e Equador no último domingo, foi a vez de Colômbia e Costa do Marfim se enfrentarem no estádio Mané Garrincha, para delírio do público que coloriu as arquibancadas. Coloriu predominantemente de amarelo, amarelo vivo, de tom colombiano, num jogo de muitas nuances entre a forte seleção sul-americana e a marfinense, que também mostrou grande potencial e diversas qualidades.
O jogo é jogado, como diz o óbvio ditado, mas seu encanto começa antes de a bola rolar. Em caso de Copa do Mundo no Brasil, muito antes de a bola rolar. Desde a atmosfera no entorno do estádio até os hinos nacionais, cada momento carrega consigo um pedaço do eterno e faz perpetuar a magia de um esporte apaixonante, que resiste a qualquer intempérie que possa ousar atingí-lo.
Com bola rolando, tivemos uma partida de contrastes mais fortes que o amarelo e laranja das arquibancadas e o amarelo e verde no campo de jogo: se o primeiro tempo foi por vezes enfadonho, dada a previsibilidade das jogadas trabalhadas de ambas as partes, o segundo trouxe consigo uma bela transformação, com as duas seleções subindo de produção e promovendo um dinamismo que colocou o confronto entre as grandes partidas dessa Copa.
A reconhecida qualidade técnica de jogadores como James Rodríguez e Yaya Touré foram acompanhadas de atuações maiúsculas como as dos defensores Yepes e Zokora e também de dois jogadores que vieram do banco: Quintero (que marcou o segundo gol colombiano) e Drogba (que promoveu uma festa incrível nas arquibancadas, sendo ovacionado pelas múltiplas torcidas no estádio).
No final, a Colômbia viu a sorte lhe sorrir: abriu o placar em lance de bola parada com James Rodríguez e ampliou a diferença em contra-ataque num momento em que os Elefantes eram melhores em campo. Só que a Costa do Marfim descontou através de um golaço de Gervinho e chegou perto de alcançar o empate, esbarrando na defesa colombiana e nas decisões pra lá de esquisitas do árbitro da última final de Copa, o inglês "marombado" Howard Webb.
São duas seleções que vieram para o Mundial e que farão muito bem ao evento se nele permanecerem pelo máximo tempo possível. Seja pelo mar amarelo colombiano com enorme quantidade de adeptos nas arquibancadas, seja pela festa da torcida marfinense, seja pelo belo futebol que ambos os conjuntos mostraram ser capazes de apresentar. Sejamos apreciadores dessa arte que é o futebol. Sejamos cidadãos do mundo. Com muito orgulho e com muito amor.
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