Quem disse que os confrontos eliminatórios começariam no dia 28? Croácia e México foram a campo em Pernambuco para decidirem o futuro de ambos na Copa: enquanto os mexicanos garantiriam classificação às oitavas com um empate, aos croatas só a vitória não os fariam depender de uma derrota do Brasil no jogo com Camarões. Se durante a semana rolaram provocações (principalmente a partir dos croatas), o clima no jogo foi tenso, sobretudo no segundo tempo e mais ainda a partir do momento que o México passou a estar vencendo a partida.
Escalada com Modric, Rakitic e Pranjic na armação, Olic e Perisic na aproximação e Mandzukic como referência, a Croácia parecia ter elementos suficientes para transpôr a defesa adversária. Só parecia. A linha de cinco defensores composta por Paul Aguilar, Rodríguez, Rafa Márquez, Moreno e Layún conseguiu levar vantagem quando ameaçada pelos croatas e ainda contou com a ajuda fundamental de três jogadores de meio-campo que tiveram atuações maiúsculas: Vázquez, Herrera e Guardado. E a bem da verdade, no time montado por Miguel Ernesto Herrera Aguirre, até os atacantes Giovani dos Santos e Peralta desempenham relevantes serviços defensivos. De quebra, o arqueiro é ninguém menos que Ochoa. Com todos esses ingredientes no caldeirão mexicano, a Croácia só iria conseguir sentir o sabor da classificação se estivesse com seus jogadores inspirados. Perisic jogou demais, confirmando uma ótima Copa por parte do camisa quatro. Só que Modric e Rakitic não conseguiram render aquilo que deles se esperava, fato que acabou comprometendo a articulação de jogo da equipe. Niko Kovac não encontrou alternativas táticas para reverter o cenário e ainda viu o México subir de produção no campo de ataque. Até tentou alguma solução, colocando Kovacic no lugar de Vrsaljko, mas o efeito da transformação não foi o suficiente para tornar a Croácia superior.
Aos vinte e seis minutos, começou a se desenhar a classificação que já estava esboçada: após escanteio cobrado por Herrera, o capitão Rafa Márquez conseguiu a proeza de subir mais que Corluka para abrir o placar com um cabeceio consciente. Um momento marcante para aquele que é o único jogador na história dos Mundiais a usar a braçadeira de capitão de uma seleção em quatro edições de Copas - a terceira edição marcando gol. Tem que respeitar!
Três minutos depois, uma rápida troca de passes com participação de Javier Hernández (que entrara no lugar de Giovani) e Peralta foi concluída por Guardado, estufando a rede de Pletikosa, que até chegou a encostar na bola. 2a0 México e festa incrível nas arquibancadas do Azteca, digo, de Recife.
O momento do jogo era de decisão, e ambos os treinadores àquela altura já haviam realizado as três modificações a que tinham direito. Kovac trouxe Rebic para o lugar de Olic e Jelavic no lugar de Pranjic, mantendo Eduardo da Silva no banco. Herrera pôs Peña no lugar de Peralta e Fabián no de Guardado. E o balanço disso foi tudo foi melhor para os mexicanos: aos trinta e seis, para alegria geral da nação que cantou o hino com força e que não cessava de apoiar seus compatriotas, Chicharito encerrou a seqüência de jogos sem marcar. Foi em nova jogada aérea com participação de Rafa Márquez, que dessa vez resvalou de cabeça e Chicharito completou. 3a0 no placar.
Houve tempo ainda para a Croácia contar com um lampejo de lucidez: Rakitic deu lindo passe para Perisic descontar aos quarenta e um. O primeiro gol marcado em cima de Ochoa nessa Copa. Só que a Croácia precisava de mais três. Era um convite a perder as esperanças. Mas não precisava perder a cabeça: aos quarenta e três, uma entrada desleal de Rebic em Peña deixou os croatas com um homem a menos.
No final das contas, 3a1 para o México e classificação de uma seleção que chegou aos trancos e barrancos ao Mundial. Dentro dele, fez três gols em Camarões (a arbitragem anulou erradamente dois deles), resistiu aos donos da casa criando ainda chances de vencer o jogo e poderia ter até goleado a boa seleção croata (o árbitro Ravshan Irmatov ignorou pênalti do "goleiro" Srna quando a partida ainda estava 0a0). O próximo adversário dos mexicanos é a Holanda, favorita para o confronto. Mas quer saber de uma coisa? Quem precisa de favoritismo quando se tem uma torcida apaixonada e um time determinado? Vem jogo imperdível por aí.
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