Uma das seleções mais aguardadas para se assistir nesse Mundial (pelo menos por esse que vos digita) deu o ar da graça no Mineirão. Talvez seja a única equipe que dê para afirmar com convicção: trata-se da melhor geração da história do país.
Por um lado, a Bélgica decepcionou um pouco, pois faltou aquela autoridade para ganhar de um adversário menos qualificado. Por outro, a grande atuação do goleiro argelino M'Bolhi e a valente atuação da equipe do norte da África valorizaram a virada belga, que aconteceu somente no segundo tempo após o treinador Marc Wilmots efetuar as três substituições por direito.
O público brasileiro presente no estádio em Minas Gerais, que teve a chance privilegiada de testemunhar uma equipe que vem disposta a fazer história, preferiu vaiar a Bélgica como forma de "apoiar o mais fraco". Se isso é ser brasileiro com muito orgulho e com muito amor, faltou apoiar aquela parte fraca que foi removida de suas casas durante a preparação (leia-se usurpação) para a Copa da FIFA, que definitivamente não é de todo mundo.
De toda forma, o saldo da partida em Belo Horizonte foi de mais um belo jogo, definido nos detalhes, apesar da superioridade do time vermelho no tempo de posse de bola, na quantidade da troca de passes e no número de oportunidades criadas. A Argélia saiu na frente em jogada onde Feghouli foi acionado, sofreu pênalti de Vertonghen e o próprio camisa dez tratou de cobrar e converter, aos vinte e cinco.
Na etapa complementar, a Bélgica conseguiu começar a se impôr, embora sem apresentar um futebol dos mais vistosos. Vindos do banco de reservas, Mertens (que entrou no lugar de Chadli), Origi (que substituiu Lukaku) e Fellaini (que ocupou a vaga de Dembélé) ajudaram a transformar a equipe dentro de campo. Após cruzamento de De Bruyne, Fellaini cabeceou com precisão para empatar, aos vinte e cinco. Dez minutos depois, um contra-ataque avassalador: Hazard recebeu, conduziu e abriu na direita para Mertens concluir com força e colocação. É a virada vermelha e o que pode ser o início de uma arrancada histórica na Copa, independentemente de até onde a Bélgica consiga chegar - seus cruzamentos nas eventuais fases seguintes prometem ser complicadíssimos. Aos argelinos, cabe manter acesa a luz verde de sua bandeira. O verde da esperança de que, se foi possível medir forças com a seleção mais forte na chave, o sonho da classificação precisa continuar vivo.
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