O Maracanã sediou numa ensolarada tarde de domingo o encontro entre duas seleções européias que atraem bastante atenção sem necessariamente figurarem entre as grandes favoritas no Mundial. Uma detém aquela que pode ser considerada a melhor geração na história da seleção. Outra prepara um projeto de longo prazo, visando sobretudo ser bem-sucedida na Copa 2018, quando será o país-sede. E Bélgica e Rússia fizeram de fato um bom jogo. Com direito a muita correria nos minutos finais, mostrando que nem o calor poderia deter o ímpeto ofensivo de sair com a vitória.
E a sorte acabou sorrindo para os belgas. A sorte de ter uma ótima geração. A sorte de ter um treinador que vem conseguindo dar um padrão tático consistente à equipe. A sorte de contar com um erro de arbitragem em lance onde deveria ter sido marcado pênalti para os russos. A sorte de, aos quarenta e três minutos do segundo tempo encontrar o gol da vitória. A sorte de contar com Hazard.
A jogada do gol da Bélgica é um ótimo resumo do que foi a partida e do que vem sendo a Copa do Mundo para o país da capital Bruxelas. Arrancada de Hazard em bela jogada individual e conclusão de Origi para a rede. Hazard, com justiça, escolhido o melhor em campo: não que tenha feito uma partidaça, mas subiu de produção e foi decisivo, honrando a confiança que em si é depositada. Origi, reserva de Lukaku, foi novamente colocado no segundo tempo e mais uma vez mostrou boa participação. Não que seja necessariamente uma "sombra" para o titular, mas é sem dúvida alguma um elemento que pode ainda ser bastante útil. E a Bélgica é mais que um time com onze: tem elenco. Se Vermaelen precisou deixar o campo por motivos físicos, Wilmots pôde colocar Vertonghen. Perder o ótimo Mertens poderia ser impactante, mas o treinador tinha a opção de Mirallas. E hoje sequer foram utilizados jogadores como Dembélé, Chadli e Januzaj.
Capello não possui os mesmos recursos, o que torna ainda mais enigmático o motivo de o italiano optar por manter Dzagoev e Kerzhakov por tanto tempo no banco de reservas. De toda forma, a vigorosa seleção russa poderia ter tido melhor sorte no jogo: se o pênalti sofrido no primeiro tempo tivesse sido assinalado e, posteriormente, convertido, poderíamos ter tido um jogo bastante diferente no Rio de Janeiro. De toda forma, resta uma rodada. A Bélgica, classificada, está muito perto de confirmar o primeiro lugar na chave H (o que, em tese, pode significar uma "fuga" de enfrentar a Alemanha nas oitavas). A Rússia precisará vencer a Argélia para conseguir o segundo lugar. Já pensou um encontro entre russos e alemães em Salvador? Salve-se quem puder!
P.S.: o árbitro que prejudicou a Rússia ao negar-lhe uma penalidade máxima é Felix Brych, alemão.
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