Pra quem achou pouco os três gols da França na estréia diante de Honduras (ou "dois gol e meio", com o empurrãozinho centimétrico do chip), a partida dos Azuis diante da Suíça foi para não deixar nenhuma dúvida: a seleção francesa, mesmo sem Ribèry, é forte candidata ao título mundial no Brasil. Não apenas pelo expressivo resultado alcançado diante de uma seleção que tem qualidades, mas sobretudo pela maneira de jogar, pela capacidade de chegar com velocidade nos contra-ataques e pelo equilíbrio tático promovido pelo competente Didier Deschamps, treinador que tem na sua história futebolística a braçadeira de capitão no título de 1998. Parece ser o nome certo para conduzir os Bleus ao bi. Sobretudo com o ótimo desempenho de Benzema.
Um dos aspectos mais interessantes na análise do jogo entre França e Suíça é que, na construção dos 5a2 (que por um ou dois segundos não se tornou meia dúzia) é que os suíços são reconhecidamente bons na arte de se defenderem. Mas não houve o que fazer diante do rolo compressor francês. Em jogada de bola parada, o escanteio cobrado por Valbuena encontrou Giroud soberano para cabecear muito bem uma bola que até foi alcançada pelo bom goleiro Benaglio, mas que entrou assim mesmo.
No minuto seguinte - e não é força de expressão -, Benzema tirou proveito do erro de Behrami para servir Matuidi: a festa da torcida que ainda comemorava o gol anterior era ampliada no estádio Fonte Nova, em Salvador. E não havia quem pudesse salvar a defesa suíça do ataque francês: ainda no primeiro tempo, em contra-ataque avassalador, Giroud correu como nunca e deixou para Valbuena apenas concluir para a rede. Detalhe: entre o segundo e o terceiro gols franceses, ainda houve um pênalti desperdiçado por Benzema, com direito a rebote de Cabaye dentro da pequena área explodindo no travessão.
Analisando mais friamente o primeiro tempo, talvez pudéssemos elencar razões do elástico 3a0. Uma delas seria a saída de Von Bergen, que após levar um chute de Giroud no rosto, teve um corte que não cessava de sangrar, sendo imediatamente substituído por Senderos. Mas será que essa mudança traria tanto efeito adverso? Creio que não, ainda mais considerando a qualidade e a experiência do ex-zagueiro do Arsenal, atualmente no Valência. O erro de Behrami, este sim, foi responsável direto pelo segundo gol francês, mas há méritos na aparição de Benzema para recuperar a bola. Enfim, poderíamos tirar a dúvida de quanto mérito havia após assistir o segundo tempo. E tivemos a França igualmente forte, só que com jogadores diferentes: prova da força do elenco à disposição de Deschamps. Se Hitzfeld trocou Behrami por Dzemaili (numa mexida à napolitana no intervalo) e mais tarde colocou Drmic no lugar de Seferovic (lembrando que Seferovic marcou o gol da vitória sobre o Equador), Dechamps optou por mudar zagueiros (Sakho, machucado, por Koscielny) e também alterar taticamente a seleção francesa, com Pogba entrando no lugar de Giroud. E veio de Pogba o excepcional passe para o gol de Benzema - quarto da França no jogo, terceiro dele na Copa. Recebendo assistência de Benzema, Cissoko marcou o quinto.
A Suíça, que repito, tem qualidades, reagiu. Descontou com o primeiro gol de cobrança de falta na Copa do Mundo 2014: Dzemaili, rasteirinho, com a barreira "traindo" Lloris. Seis minutos depois, Inler acionou Xhaqa com ótima enfiada de bola pelo alto e o camisa dez emendou belíssimo chute, sem deixar a bola encostar no gramado, para anotar o segundo. No final, o cinco não virou seis porque o árbitro holandês Bjorn Kuipers preferiu dar o jogo por encerrado antes da conclusão fantástica de Benzema. Tudo bem. Já tinha ficado claro a força e capacidade dessa ótima seleção francesa. Dessa vez, com direito a hino nacional e sem precisar da tecnologia.
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