domingo, 19 de dezembro de 2010

Empate Em Verona Mostra A Diferença Que Um Homem Faz

No empate desse domingo entre Chievo e Juventus (onde a equipe local foi buscar a igualdade aos 47 minutos do segundo tempo), não foi o fator campo que determinou a reação dos "Burros Voadores" mas sim a vantagem numérica obtida a partir da expulsão de Manuel Giandonato, aos 6 minutos da segunda etapa, quando a Juventus administrava sem maiores sustos a vantagem de 1a0. Com o empate com sabor de vitória, o Chievo ocupa atualmente a 10ª colocação na Série A, enquanto a "Vecchia Signora" deixou escapar uma chance de reduzir a 3 pontos sua distância para o topo da tabela, hoje ocupado pelo Milan.

Essa partida teve cobertura em tempo real através do "Twitter" @jogadadefeito.

O jogo

Logo nos minutos iniciais já dava para perceber que o desfalque do ídolo Alessandro Del Piero iria pesar ao time visitante: muito pouco era criado pela Juventus no início de partida, apesar do volume de jogo ser maior que o do time local. A única finalização juventina nessa tentativa de estabelecer uma pressão sobre o adversário aconteceu aos 6 minutos, em chute de longa distância dado por Simone Pepe e que passou à esquerda da meta. Aos 14 minutos, o Chievo teve grande chance de abrir o placar quando o árbitro Mauro Bergonzi apontou pênalti de Giorgio Chiellini em Davide Moscardelli (o jogador derrubado aparentemente reivindicou expulsão do defensor no lance, mas não saiu mais do que um cartão amarelo do bolso de Bergonzi). Na cobrança, Michele Marcolini mandou a bola no canto esquerdo e, embora o chute tenha sido bem realizado, melhor ainda foi o goleiro Marco Storari, que saltou e conseguiu realizar bela defesa, mantendo o placar zerado no estádio Marc'Antonio Bentegodi.

Se a Juventus pressiona mas pouco cria e o Chievo nem de pênalti consegue inaugurar o marcador, o primeiro tempo dava pinta de rumar ao intervalo sem gol. Mas não na presença de Fabio Quagliarella. Na marca de 30 minutos, um escanteio mal cobrado pela esquerda foi ajeitado por Vincenzo Iaquinta, que levantou a bola para o miolo da área com uma puxada. E, nessa empreitada do camisa 9 eis que a bola chegou em Quagliarella que, mesmo sendo agarrado pelo implacável Andrea Mantovani, conseguiu uma finalização de bicicleta que ainda tocou na trave esquerda antes de entrar, sem dar chance de defesa para Stefano Sorrentino. Golaço, 1a0 Juventus.

Aos 33 minutos, Sorrentino deve ser considerado o maior responsável pela diferença não aumentar: Alberto Aquilani cobrou falta colocando a bola na área, a defesa não afastou e a redonda chegou em Pepe, que finalizou e parou em bloqueio providencial do arqueiro. Sorrentino deu bronca na marcação da equipe, que não foi capaz de tirar a bola dali e ainda permitiu a liberdade de Pepe para o chute.

Com 37 minutos, Quagliarella não quis saber do jogo ter sido parado em marcação da arbitragem e chutou próximo do círculo central. Detalhe: colocou a bola no fundo da rede. Valeu pela beleza do chute, mas a verdade é que o atacante escapou de levar cartão amarelo por dar seqüência a um lance invalidado.

Na volta do segundo tempo, a Juventus ia levando o jogo em diante administrando o resultado e de vez em quando chegando ao ataque. Mas o desenho da partida mudaria drasticamente de figura a partir dos 6 minutos, quando, na condição de último homem, Giandonato foi corretamente expulso após derrubar Kévin Constant, atleta nascido na Guiné e que partia em direção ao gol.

O Chievo passou a freqüentar o campo de ataque com intensidade jamais vista na partida e Luigi Del Neri viu-se obrigado a mudar as coisas na Juve: aos 13 minutos, Fabio Quagliarella, autor do gol, deu lugar ao bósnio Hasan Salihamidzic, em substituição para recompôr o setor de meio-campo da equipe agora com dez jogadores. Mesmo sob pressão, a Juventus mostrava-se capaz de levar perigo em alguns contra-ataques, como o que aconteceu aos 23 minutos: o sérvio Milos Krasic arrancou pelo lado direito em jogada que lhe caracteriza como jogador diferenciado e serviu Iaquinta, mas lá estava Sorrentino para realizar nova grande intervenção. Estava mas não estaria mais dois minutos depois: com a parte superior da coxa enfaixada desde o primeiro tempo, o goleiro foi substituído por Lorenzo Squizzi aos 25 minutos da etapa complementar.

Com a bola nos pés e atuando praticamente o tempo todo no campo de ataque, era flagrante que faltava qualidade ao time da casa para que o maior volume de jogo fosse convertido em oportunidade de gol. Enquanto isso, a Juventus de Krasic quase ampliava a vantagem nas investidas em contra-ataque: aos 34 minutos, o sérvio que muito lembra o tcheco Pavel Nedved - ídolo "bianconero" - arrancou em alta velocidade pela direita, escapou da marcação que tentava acompanhá-lo, driblou o goleiro Squizzi e carimbou o travessão.

Esse susto parece ter acordado o Chievo, que finalmente passou a atacar perigosamente. Aos 39 minutos, Moscardelli apareceu em condição legal mas finalizou torto e mandou à direita. No minuto posterior, Sergio Pellissier pegou de primeira uma bola cruzada da direita e colocou Storari para trabalhar, com o goleiro defendendo em dois tempos.

Focando definitivamente o sistema defensivo e abrindo mão dos contra-ataques puxados por Krasic, Del Neri tirou o sérvio de campo para colocar o zagueiro Nicola Legrottaglie, aos 42 minutos. 3 minutos depois, uma nova troca para reforçar a marcação: saiu Pepe para a entrada do francês Armand Traoré.

Bergonzi, vestindo um modelito que incluía camisa rosa-choque, calção preto e meia rosa-choque (além de uma estranha braçadeira branca), indicou quatro minutos como acréscimo. E, aos 47 minutos, aconteceu: em bola lançada para a direita, o uruguaio Pablo Granoche (que entrou no segundo tempo no lugar de Marcolini) recebeu escorada de cabeça e decidiu fazer o mesmo, encontrando Pellissier. O camisa 31 chutou no contrapé de Storari para empatar a partida e castigar a escolha de Del Neri por abdicar do ataque para reforçar a defesa. Empate com sabor de ponto ganho para o Chievo e de dois perdidos pela Juventus.

Outros resultados

Sábado

Cesena (18º) 1a0 (13º) Cagliari
Milan (1º) 0a1 (5º) Roma

Domingo

Lazio (3º) 3a2 (9º) Udinese
Bari (20º) 1a1 (6º) Palermo
Catania (12º) 1a0 (17º) Brescia
Parma (16º) 0a0 (14º) Bologna
Napoli (2º) 1a0 (19º) Lecce

A partida entre Sampdoria (8º) e Genoa (11º) foi adiada. Fiorentina (15º) e Internazionale (7º) também não jogaram (a Inter, campeã no Mundial de Clubes 2010, retorna de Abu Dhabi e volta a atuar pela Série A na próxima rodada, quando receberá, em 6 de janeiro, o Napoli no estádio Giuseppe Meazza).

2 comentários:

  1. Vi pedaços do jogo apenas, mas essa postagem fa zo leitor ter quase que um filme na cabeça sobre o jogo...Com tanta isnpiração, daqui a pouco to levando mais de 90 minutos pra ler...uhahuahuahua...A arrancada do Krasic foi algo magniífico! Merecia o gol!

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  2. Se aquela bola do Krasic entrasse seria forte candidata a jogada da semana!

    Pô, diante de tanto relato sobre o jogo, depois é que fui me tocar que não mencionei uma finalização do dinamarquês Sorensen, que tocou na trave esquerda após desvio de Sorrentino. Mas tá lá no Twitter o lance.

    Abraços.

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