Está encerrado o tabu. Após sete jogos perdendo em seqüência para o Chelsea, o Arsenal venceu o jogo de hoje por 3a1, chegou aos 35 pontos e assumiu a vice-liderança na Premiership, fazendo a alegria da torcida que, como de hábito, compareceu maciçamente ao Emirates Stadium (foram 60.112 pagantes na noite dessa segunda-feira). O Chelsea segue sua sina de resultados negativos após a saída do auxiliar Ray Wilkins (a equipe não vence na temporada há quatro partidas e a derrota para o Arsenal acentua uma crise que pode acabar sobrando para o treinador Carlo Ancelotti), ocupando a 4ª colocação com 31 pontos.
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O jogo
Com um ritmo de jogo intenso, onde rápidas trocas de passes e contra-ataques velozes davam o tom do primeiro tempo, o Arsenal conseguia através do trio Alexandre Song, Francesc Fàbregas e Jack Wilshere chegar ao ataque de forma compacta e causando dificuldades à melhor defesa do campeonato. O Chelsea buscava responder acionando o atacante Didier Drogba, como em lance aos sete minutos, em que Frank Lampard - retornando à titularidade após quase quatro meses - lançou o marfinense e o camisa 11 descolou um chute cruzado que passou à direita da meta.
Entre investidas de Theo Walcott pelo lado direito e de Samir Nasri pela esquerda, com Robin van Persie se movimentando para proporcionar os espaços, a melhor chance do Arsenal aconteceria aos 40 minutos, quando Nasri chutou colocado e com efeito uma bola que viajava caprichosamente rumo ao ângulo direito até ser desviada magistralmente pelo goleiro Petr Cech. Mas 3 minutos depois, sairia o gol da melhor equipe em campo: Song encontrou Wilshere na meia-lua e o jovem meio-campista de 18 anos passou na área para Cesc Fàbregas. O espanhol foi derrubado mas, em vez de ter um pênalti a seu favor, o Arsenal contou com algo ainda melhor: a presença do camaronês Song no local exato para recolher a bola com uma finalização cruzada, rasteira, precisa, no contrapé de Cech. Estava aberto o placar em Londres.
No intervalo, Carlo Ancelotti promoveu a primeira mexida ao mandar a campo o brasileiro Ramires no lugar do nigeriano John Obi Mikel. Ramires apareceria aos 3 minutos, mas de forma indesejável, derrubando Wilshere com um carrinho que poderia ter lhe rendido pelo menos um cartão amarelo.
Com 5 minutos, uma tentativa de desarme por parte do ganês Michael Essien acabou virando um passe para Walcott, que entrou na área e deu de presente para Fàbregas completar ao gol vazio. 2a0 Arsenal.
Dando prosseguimento imediato ao clima natalino de troca de presentes, dois minutos depois Fàbregas tratou de retribuir a gentileza do companheiro: após desarmar Malouda no meio-campo, o capitão do Arsenal passou para Walcott, que arrancou e chutou cruzado da entrada da área para estufar a rede de Cech e marcar o 3º gol da equipe da casa.
Ancelotti tratou de mexer pela segunda vez, trocando o francês Florent Malouda pelo também francês Gaël Kakuta, rejuvenescendo a equipe em onze anos. E no minuto seguinte o Chelsea descontaria: Drogba cobrou falta colocando a bola no miolo da área, o sérvio Branislav Ivanovic levou vantagem na disputa com o francês Laurent Koscielny e cabeceou desviando do goleiro polonês Lukasz Fabianski. A desvantagem passava a ser de dois gols aos onze minutos do segundo tempo.
Se a troca francesa deu resultado (ou sorte), Ancelotti fez outra mexida entre compatriotas, trocando de português na lateral direita: Paulo Ferreira deu lugar a José Bosingwa aos 16 minutos. Como era de se esperar em função da característica ofensiva de Bosingwa, o Chelsea passou a ter mais presença de ataque pelo flanco direito ao mesmo tempo que oferecia mais espaço para o Arsenal preencher pelo lado esquerdo de ataque. E foi por aquele lado do campo que o Arsenal descolou um contra-ataque que só não acabou no 4º gol porque Cech defendeu a finalização de Nasri aos 23 minutos.
Com 27 minutos, Arsène Wenger realizou sua primeira substituição no jogo: Walcott por Abou Diaby. 3 minutos depois foi a vez de Van Persie dar lugar para Marouane Chamakh. Não acho que Wenger tenha feito bem em tirar Walcott e Van Persie, creio que o Arsenal teria melhores condições de tirar proveito dos contra-ataques se pelo menos um dos dois permancesse no gramado. Mas mesmo assim as oportunidades seguiam aparecendo, como uma do francês Diaby aos 34 minutos, travada por Lampard.
Na marca de 42 minutos, Fàbregas recebeu os aplausos da massa e os cumprimentos do técnico ao deixar o campo para ser substituído pelo tcheco Tomas Rosicky. O espanhol saía do jogo tendo participado ativamente dos três gols da vitória.
No decorrer dos quatro minutos dedicados a acréscimo por parte de Mark Clattenburg o Arsenal chegou bem ao ataque por mais duas vezes: aos 46 minutos, Chamakh recebeu em liberdade, fintou Cech, perdeu o ângulo, buscou Nasri e o camisa 8 tratou de administrar o tempo com a posse de bola em vez de dar seqüência à jogada; aos 49 minutos, o incansável Song puxou contra-ataque a partir do campo de defesa, foi carregando a bola até abrir na direita com Rosicky, que carimbou o pé da trave esquerda de Cech, mas com impedimento marcado.
É bem verdade que o Manchester United conservou a liderança na rodada de "Boxing Day", mas a vitória do Arsenal pra cima do Chelsea deixa os comandados de Arsène Wenger próximos da ponta da tabela e com algo fundamental para quem pretende ser campeão: a autoestima elevada após uma grande vitória diante de um grande adversário.
Ser...Muito boa a matéria. Aliás, fica até mais empolgante escrever diante de uma atuação dessa dos Gunners. É raro ver você errar português, então vou cutucar (rsrsrs): terceiro parágrafo de baixo pra cima "fabregas" aparece com carse em vez de acento. E no terceiro gol, Walcott roubou bola do Malouda se não me engano.
ResponderExcluirEnfim, uma grande atuação, a melhor que já vi dessa equipe. Os Gunners lavaram a alma e não pára de chover no Rio de Janeiro. Dá uma passada aqui: www.oscraquesnarede.blogspot.com
Obrigadão (;
ResponderExcluirRevi o lance do 3º gol e realmente quem perdeu a bola foi Malouda (acabei corrigindo antes de ver o seu aviso, mas valeu o toque). Quanto ao acento grave em vez de agudo, isso daí desde que vi o Cesc jogar tenho pra mim como a grafia correta (acho que já até vi assim na própria camisa do jogador). Embora muita gente coloque com acento agudo, ainda me parece que o correto é o nome craseado (inclusive como sugere a Wikipédia).
Gostei do trocadilho da lavada de alma do Arsenal com a chuva que contempla o Rio de Janeiro (:
Abraços.
Belo blog hein, e você tem razão o Song é incansável. Agora o Chelsea sabe quem manda em Londres.
ResponderExcluirAbraço !
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Valeu!
ResponderExcluirPassei a seguir lá, abraços.
Valeu, abraço.
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