Como era de se esperar, o estádio Frasqueirão recebeu grande público na noite dessa quarta-feira para a partida entre ABC e Vasco, pela 2ª rodada eliminatória na Copa do Brasil. No final, um empate sem gol refletiu o que foi o jogo em Natal: apesar das muitas finalizações que ambos os times tiveram (dados majoritariamente de fora da área), a maioria das tramas ofensivas esbarravam na marcação adversária ou em erros individuais. No jogo de volta, o ABC tem a vantagem de, caso marque ao menos um gol, se classificar com um empate (novo zero a zero levará a disputa para as penalidades).
O jogo
O clima do duelo alvinegro foi apimentado na véspera da partida: uma declaração do zagueiro vascaíno Dedé desagradou o atacante abecedista Leandrão que, indignado por ver seu time ser tratado como "de menor expressão", respondeu que o defensor cruzmaltino iria conhecer a força do ABC no Frasqueirão.
De fato, o Vasco teve dificuldades na partida: com menos tempo de posse de bola do que o adversário e sucumbindo ao forte poder de marcação dos comandados de Leandro Campos, a equipe carioca ainda levou dois sustos em chutes do lateral-direito Pio: aos 40 minutos, o camisa 2 emendou uma finalização que, embora rumasse para fora, fez uma curva para dentro e passou muito perto da trave direita; 2 minutos depois, Pio pegou de primeira uma bola que atravessou a beirada da área vascaína e dessa vez chutou na paralela, mandando perto da trave esquerda.
As equipes que terminaram o primeiro tempo voltaram para o segundo, com a única substituição tendo ocorrido com a etapa inicial ainda em andamento: Felippe Bastos entrou no lugar de Eduardo Costa, que pedira para sair. Com as defesas seguindo soberanas no que tange a proteção da grande área, a alternativa preferida para tentar o gol seguia sendo os chutes de longa distância. E, confirmando a boa técnica no remate que pôde-se observar no primeiro tempo, Pio voltou a levar perigo aos 7 minutos, quando em chute de fora da área colocou Fernando Prass para esquentar as luvas, desviando para escanteio.
Com 15 minutos foi a vez de Felippe Bastos tentar de fora e a bola passou perto do ângulo esquerdo. 3 minutos depois, Alecsandro teve rara oportunidade e mandou um chute cruzado perigosíssimo, na chance mais clara de gol da equipe visitante, passando a milímetros da trave direita.
Leandro Campos colocou Ray em campo no lugar de Éderson e a troca de atacantes melhorou a dinâmica ofensiva dos donos da casa. Aos 28 minutos, pouco depois de entrar, Ray recebeu passe primoroso de Cascata, ficou cara-a-cara com Fernando Prass mas foi bloqueado pelo goleiro vascaíno, que rebateu a finalização frontal. O camisa 10 Cascata ainda aprontaria em lance individual pelo lado esquerdo quando fintou Dedé mas, no momento de desfazer-se da bola, foi desarmado pelo zagueiro vascaíno.
Depois do 0a0 com o Fluminense (domingo, pelo Estadual), o Vasco volta a vivenciar um placar inalterado nessa quarta-feira. Sinal de alerta para os atacantes, mas boa notícia para os defensores que, desde a vitória por 2a0 sobre o Botafogo, totalizam 3 partidas com a meta inviolável. Eu disse 3 partidas? É esse, também, o período atual do ABC sem levar gols.
Outros jogos
Paraná 1a2 Botafogo
Caio Júnior, que assumiu o Botafogo após a saída de Joel Santana, estreou no Alvinegro Carioca justamente diante de um ex-clube que o projetou como treinador. Com a vitória por 2a1 na Vila Capanema, o Botafogo não evita o jogo de volta mas deixa a classificação encaminhada: mesmo perdendo por 1a0 no Engenhão, a equipe avançará na competição.
Guarani 2a2 Horizonte (3a3 no agregado)
O Guarani, clube que completará 100 anos no próximo dia 2 de abril, amargou uma eliminação surpreendente para o Horizonte, clube cearense fundado no ano de 2004. E em pleno estádio Brinco de Ouro da Princesa, com o Bugre indo para o intervalo vencendo por 1a0... Agora, o Horizonte terá pela frente na seqüência da competição o Flamengo.
Ceará 2a1 Brasiliense (2a1 no agregado)
No Castelão, o Ceará foi buscar a virada e a classificação para a próxima fase na Copa do Brasil com um gol aos 47 minutos do segundo tempo. Nas oitavas, o Vozão terá pela frente o vencedor de Atlético Mineiro e Grêmio Prudente.
Coritiba 3a1 Atlético/GO (5a2 no agregado)
Depois de já ter vencido o jogo de ida em Goiânia, o Coritiba confirmou a classificação diante do Atlético e, invicto na temporada 2011, segue o embalo com essa que é a 16ª vitória consecutiva do Alviverde Paranaense. Próximo adversário na Copa do Brasil é o Caxias, do Rio Grande do Sul.
Avaí 4a1 Ipatinga (5a2 no agregado)
O Ipatinga até abriu o placar na Ressacada, mas os 3 gols marcados por Rafael Coelho fizeram a diferença em Santa Catarina a favor dos donos da casa. Agora, o time comandado por Silas aguarda o desfecho do duelo entre Botafogo e Paraná para saber quem enfrentará nas oitavas.
Paysandu 0a0 Bahia
No duelo Norte-Nordeste, nada de gol em Belém. A vaga na fase oitavas-de-final entre o Papão da Curuzu e o Tricolor de Aço será decidida em Pituaçu, onde o Alvi-celeste se classificará em caso de empate com gols.
Santa Cruz 1a0 São Paulo
O pernambucano Rivaldo enfrentou seu time de coração e, tal como a maioria dos são-paulinos, foi surpreendido pelo Santa Cruz. A próxima parada é no Morumbi, mas vale lembrar: ano passado, mesmo na Série D brasileira, o Santa, que havia perdido no jogo de ida no estádio Arruda por 1a0, foi ao Engenhão e eliminou o Botafogo com uma vitória por 3a2.
quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Entrevista Com Cleibson Ferreira
A seção de entrevistas no blógui Jogada De Efeito, que foi inaugurada oficialmente em 11.02.2011, ganhou, nesse mês de março, seu segundo participante: trata-se de Cleibson Ferreira da Silva, atual treinador do Galícia Esporte Clube e administrador do blógui "Prof. Cleibson Ferreira".
Tal como quando entrevistamos o preparador de goleiros Marcos Timóteo, esperamos que cada um dos leitores possa aprender algo novo com esse tópico. Tópico esse que é o 100º do ano! Mais uma vez, divirtam-se!
Apresentando o entrevistado
Nome: Cleibson Ferreira da Silva
Idade: 38 anos
Ex-jogador profissional, atuou num total de 24 clubes (incluindo 3 equipes bolivianas: o Club Bolívar, o Club Nacional Potosí e o Club Guabirá). Formado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco e pelo Conselho Federal de Educação Física (CONFEF / CREF 12 - PE), dirigiu times brasileiros e também bolivianos, estando desde 2010 no comando do baiano Galícia Esporte Clube.
A entrevista
Jogada De Efeito: O Galícia Esporte Clube tem 78 anos desde sua fundação oficial (em 1º de janeiro de 1933) e, apesar de ser o primeiro tricampeão baiano, trata-se de um time relativamente desconhecido no cenário nacional. Como é o dia-a-dia de treinar uma equipe de menor expressão e quais são os desafios na busca de - quem sabe? - retomar os dias de glória da instituição?
Jogada De Efeito: Recentemente, o renomado treinador Muricy Ramalho deixou o Fluminense alegando "problemas estruturais" no atual campeão brasileiro. Gostaria de saber qual sua opinião sobre a saída de Muricy (que largou o time com a Copa Libertadores e a Taça Rio em andamento) e até que ponto as questões estruturais refletem nas partidas oficiais.
Jogada De Efeito: O fato de você já ter jogado futebol profissionalmente causa alguma influência no seu trabalho como treinador? Quais são suas maiores inspirações/referências do ponto de vista tático?
Cleibson Ferreira: Não creio que o fato de ter sido jogador profissional seja determinante para o meu trabalho. É muito diferente comandar para ser comandado, tive que estudar muito, fazer cursos, estágios, participar de seminários, congressos, fazer cursos ministrados pela Escola Superior de Educação Física (ESEF)... A vantagem de ter sido atleta profissional é conhecer o atleta, saber o que pensam, como agem em certas situações adversas. Na verdade, treinador é mais um gestor, uma pessoa que deve saber de administração, psicologia, e gestão. Temos alguns exemplos de treinadores que nunca estiveram dentro de campo que conquistaram muito sucesso à frente de uma equipe ou seleções, e da mesma história vitoriosa temos muitos exemplos de treinadores que foram atletas profissionais. Trabalhamos com muitos treinadores, que temos muitas coisas boas para extrair, mas não podemos esquecer que cada um de nós tem um agir, um pensar, um estilo de atuar, uma personalidade e postura. Não adianta eu querer fazer igual ao treinador A ou ao treinador B, eu tenho que ser eu mesmo. Isso sim vai fazer a diferença. Eu pessoalmente faço as minhas táticas de acordo com o plantel que tenho em mãos, não escondo de ninguém que tenho uma preferência por equipes ofensivas, mas de que me serviria gostar e eu não ter os jogadores ofensivos de qualidade?
JdE: Legal você tocar no ponto sobre montar equipes ofensivas. Ultimamente, equipes com um futebol focado no ataque têm conseguido aliar arte com eficiência (a Espanha campeã européia em 2008 e mundial em 2010 e o Barcelona campeão de tudo o que disputou na temporada 2008-9 são dois bons exemplos). Você acha que o futebol tem algo a ganhar no caso de esses modelos serem "seguidos" por outros clubes e seleções?
CF: Com certeza só tem a ganhar, porém como mencionei anteriormente, tudo depende do grupo de jogadores que temos em mãos, porque, de que me serviria gostar de trabalhar com esquema de jogo ofensivo se eu não tenho jogadores de qualidade para desempenhar esta função? Nós treinadores temos que buscar o equilibrio da melhor forma possivel. Torno a dizer: quando temos a oportunidade de montar um grupo, procuro sempre intensificar a busca nesta qualidade ofensiva.
JdE: Tempos atrás, a transmissão dos jogos não contava com os mesmos recursos de imagem que temos nos últimos anos. Dessa forma, ficou mais fácil tirar dúvidas em lances onde o "olho humano" muitas vezes não é capaz de apresentar certeza, o que aumenta a polêmica em torno das arbitragens, que são rotineiramente flagradas errando em lances que muitas das vezes mudam o rumo da partida e desencadeiam num placar injusto. Para minimizar esses erros, você acha que a tecnologia eletrônica deve ser incorporada definitivamente no futebol, tal como foi incorporada em alguns outros esportes?
CF: Acredito que sim, que a tecnologia deve ser incorporada ao futebol em definitivo. Polêmica sempre vai haver, o fato de usar a tecnologia não alterará em nada a emoção do esporte. Veja o basquete por exemplo: existe a tecnologia e os bons jogos permanencem a ser disputados de formas emocionantes.
JdE: A pergunta que não podia faltar: quem são, na sua opinião, os melhores jogadores de cada posição na atualidade? Pode escalar o seu "time dos sonhos" com a tática que preferir.
Jogada De Efeito: Cleibson, obrigadão pela entrevista. Se quiser deixar uma mensagem final para os leitores do blógui, fica à vontade!
Cleibson Ferreira: Primeiramente foi muito agradável responder as suas perguntas, perguntas estas inteligentes e prazerosas em responder. Continuo à disposição. E deixo aqui um grande abraço aos leitores do blog (www.jogadadefeito.blogspot.com). Um blog sério que busca de forma imparcial transmitir a todos que o acompanham um pouco desta arte que se chama futebol. Obs.: deixo aqui os links do meu blog (www.profcleibsonferreira.blogspot.com) e do meu twitter (www.twitter.com/@cleibsonf) para quem quiser me seguir.
(entrevista realizada entre os dias 21 e 22 de março de 2011)
Tal como quando entrevistamos o preparador de goleiros Marcos Timóteo, esperamos que cada um dos leitores possa aprender algo novo com esse tópico. Tópico esse que é o 100º do ano! Mais uma vez, divirtam-se!
Apresentando o entrevistado
Nome: Cleibson Ferreira da Silva
Idade: 38 anos
Ex-jogador profissional, atuou num total de 24 clubes (incluindo 3 equipes bolivianas: o Club Bolívar, o Club Nacional Potosí e o Club Guabirá). Formado em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física da Universidade de Pernambuco e pelo Conselho Federal de Educação Física (CONFEF / CREF 12 - PE), dirigiu times brasileiros e também bolivianos, estando desde 2010 no comando do baiano Galícia Esporte Clube.
A entrevista
Jogada De Efeito: O Galícia Esporte Clube tem 78 anos desde sua fundação oficial (em 1º de janeiro de 1933) e, apesar de ser o primeiro tricampeão baiano, trata-se de um time relativamente desconhecido no cenário nacional. Como é o dia-a-dia de treinar uma equipe de menor expressão e quais são os desafios na busca de - quem sabe? - retomar os dias de glória da instituição?
Cleibson Ferreira: Primeiramente, o Galícia E.C, mesmo passando estes últimos anos na segunda divisão, sempre foi encarado e respeitado como equipe de tradição aqui no futebol baiano. É bem verdade que os anos dourados ficaram para trás. Costumo dizer que o que faz o clube ser grande não é o escudo ou a bandeira e sim quem veste a camisa. Se formos uma equipe valente, comprometida nas conquistas e no desejo de sempre fazer o melhor, com certeza seremos grandes aos olhos de quem vá prestigiar os jogos. Trabalhar neste clube não vejo apenas como um desafio e sim também como uma oportunidade de vestir uma camisa de tantas tradições no futebol baiano e principalmente ter a possibilidade de ajudar este clube a voltar a viver os anos de conquistas.
Torcida do Galícia Esporte Clube presente no estádio Armando Oliveira, em Camaçari: treinador Cleibson Ferreira encara o desafio de comandar o time como uma oportunidade de "ajudar este clube a voltar a viver os anos de conquistas" (foto disponível na página oficial do clube).Jogada De Efeito: Recentemente, o renomado treinador Muricy Ramalho deixou o Fluminense alegando "problemas estruturais" no atual campeão brasileiro. Gostaria de saber qual sua opinião sobre a saída de Muricy (que largou o time com a Copa Libertadores e a Taça Rio em andamento) e até que ponto as questões estruturais refletem nas partidas oficiais.
Cleibson Ferreira: Apenas o próprio Muricy poderá dizer o verdadeiro motivo de sua saída, e sobre as estruturas refletirem nas partidas prefiro dizer que dificultam os trabalhos durante a semana e conseqüentemente reflitirão nos jogos: é um efeito dominó.
O ex-treinador do Fluminense e atual campeão brasileiro Muricy Ramalho deixou o time das Laranjeiras queixando-se da estrutura do clube: "Apenas o próprio Muricy poderá dizer o verdadeiro motivo de sua saída", esquiva-se Cleibson Ferreira.Jogada De Efeito: O fato de você já ter jogado futebol profissionalmente causa alguma influência no seu trabalho como treinador? Quais são suas maiores inspirações/referências do ponto de vista tático?
Cleibson Ferreira: Não creio que o fato de ter sido jogador profissional seja determinante para o meu trabalho. É muito diferente comandar para ser comandado, tive que estudar muito, fazer cursos, estágios, participar de seminários, congressos, fazer cursos ministrados pela Escola Superior de Educação Física (ESEF)... A vantagem de ter sido atleta profissional é conhecer o atleta, saber o que pensam, como agem em certas situações adversas. Na verdade, treinador é mais um gestor, uma pessoa que deve saber de administração, psicologia, e gestão. Temos alguns exemplos de treinadores que nunca estiveram dentro de campo que conquistaram muito sucesso à frente de uma equipe ou seleções, e da mesma história vitoriosa temos muitos exemplos de treinadores que foram atletas profissionais. Trabalhamos com muitos treinadores, que temos muitas coisas boas para extrair, mas não podemos esquecer que cada um de nós tem um agir, um pensar, um estilo de atuar, uma personalidade e postura. Não adianta eu querer fazer igual ao treinador A ou ao treinador B, eu tenho que ser eu mesmo. Isso sim vai fazer a diferença. Eu pessoalmente faço as minhas táticas de acordo com o plantel que tenho em mãos, não escondo de ninguém que tenho uma preferência por equipes ofensivas, mas de que me serviria gostar e eu não ter os jogadores ofensivos de qualidade?
JdE: Legal você tocar no ponto sobre montar equipes ofensivas. Ultimamente, equipes com um futebol focado no ataque têm conseguido aliar arte com eficiência (a Espanha campeã européia em 2008 e mundial em 2010 e o Barcelona campeão de tudo o que disputou na temporada 2008-9 são dois bons exemplos). Você acha que o futebol tem algo a ganhar no caso de esses modelos serem "seguidos" por outros clubes e seleções?
CF: Com certeza só tem a ganhar, porém como mencionei anteriormente, tudo depende do grupo de jogadores que temos em mãos, porque, de que me serviria gostar de trabalhar com esquema de jogo ofensivo se eu não tenho jogadores de qualidade para desempenhar esta função? Nós treinadores temos que buscar o equilibrio da melhor forma possivel. Torno a dizer: quando temos a oportunidade de montar um grupo, procuro sempre intensificar a busca nesta qualidade ofensiva.
JdE: Tempos atrás, a transmissão dos jogos não contava com os mesmos recursos de imagem que temos nos últimos anos. Dessa forma, ficou mais fácil tirar dúvidas em lances onde o "olho humano" muitas vezes não é capaz de apresentar certeza, o que aumenta a polêmica em torno das arbitragens, que são rotineiramente flagradas errando em lances que muitas das vezes mudam o rumo da partida e desencadeiam num placar injusto. Para minimizar esses erros, você acha que a tecnologia eletrônica deve ser incorporada definitivamente no futebol, tal como foi incorporada em alguns outros esportes?
CF: Acredito que sim, que a tecnologia deve ser incorporada ao futebol em definitivo. Polêmica sempre vai haver, o fato de usar a tecnologia não alterará em nada a emoção do esporte. Veja o basquete por exemplo: existe a tecnologia e os bons jogos permanencem a ser disputados de formas emocionantes.
JdE: A pergunta que não podia faltar: quem são, na sua opinião, os melhores jogadores de cada posição na atualidade? Pode escalar o seu "time dos sonhos" com a tática que preferir.
CF: Júlio César (ou Casillas), Maicon (ou Daniel Alves), Lúcio, Piqué (ou Puyol) e Evra. Xavi, Iniesta e Sneijder. Messi, Cristiano Ronaldo e David Villa (ou Neymar). E como treinador: Cleibson Ferreira (risos) ou José Mourinho.
Os brasileiros Júlio César, Maicon e Lúcio, atuais campeões da Série A italiana, da Copa da Itália, da Liga dos Campeões da Europa e do Mundial de Clubes compõem a defesa no "time dos sonhos" de Cleibson Ferreira. Outro interista, o holandês Wesley Sneijder, também foi lembrado pelo treinador do Galícia Esporte Clube.Jogada De Efeito: Cleibson, obrigadão pela entrevista. Se quiser deixar uma mensagem final para os leitores do blógui, fica à vontade!
Cleibson Ferreira: Primeiramente foi muito agradável responder as suas perguntas, perguntas estas inteligentes e prazerosas em responder. Continuo à disposição. E deixo aqui um grande abraço aos leitores do blog (www.jogadadefeito.blogspot.com). Um blog sério que busca de forma imparcial transmitir a todos que o acompanham um pouco desta arte que se chama futebol. Obs.: deixo aqui os links do meu blog (www.profcleibsonferreira.blogspot.com) e do meu twitter (www.twitter.com/@cleibsonf) para quem quiser me seguir.
(entrevista realizada entre os dias 21 e 22 de março de 2011)
Marcadores:
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Júlio César,
Lúcio,
Maicon,
Muricy Ramalho
Equipe E Jogada Da Semana
Entre um domingo e outro, o São Paulo Futebol Clube disputou 3 partidas, todas pelo Campeonato Estadual. Na primeira delas, vitória em Presidente Prudente diante do Grêmio, 1a0. Na segunda, derrota para o Paulista, em Jundiaí, por 3a2.
Jogada da semana
Este blógui acompanhou a sapecada do Benfica pra cima do Paços de Ferreira, em partida realizada na segunda-feira pelo Campeonato Português. E o 3º gol benfiquista é daqueles que quando você está assistindo ao vivo já pensa em colocá-lo como jogada da semana. Um contra-ataque veloz da equipe visitante e, após troca de passes, o paraguaio Óscar Cardozo ajeitou atrás com um toque de primeira para o argentino Nicolas Gaitán fazer o que fez.
Merece, né?
Aí o leitor para e pensa: "algo de especial deve ter acontecido nesse último domingo, porque vencer o Grêmio Prudente por 1a0 e perder pro Paulista não é lá grande feito para uma equipe figurar nesse tópico". E pensou certo: no último domingo, o Tricolor do Morumbi não somente venceu. Venceu o que talvez seja seu maior rival, o Corinthians. E não apenas venceu o Corinthians: com um gol de Rogério Ceni em exímia cobrança de falta, o goleiro são-paulino alcançou (de acordo com suas contas), a marca de 100 gols como profissional. É ou não é um feito especial? Vice-líder no Estadual, o São Paulo parece estar mais do que embalado para a disputa da fase eliminatória. E a torcida vai poder tirar uma onda com os corinthianos sabe-se lá por quanto tempo...
Rogério Ceni, maior goleador entre todos os goleiros na história do futebol profissional, comemora o 100º gol na carreira, marcado após cobrança de falta diante do Corinthians, na 16ª rodada do Campeonato Paulista de 2011.Jogada da semana
Este blógui acompanhou a sapecada do Benfica pra cima do Paços de Ferreira, em partida realizada na segunda-feira pelo Campeonato Português. E o 3º gol benfiquista é daqueles que quando você está assistindo ao vivo já pensa em colocá-lo como jogada da semana. Um contra-ataque veloz da equipe visitante e, após troca de passes, o paraguaio Óscar Cardozo ajeitou atrás com um toque de primeira para o argentino Nicolas Gaitán fazer o que fez.
Merece, né?
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domingo, 27 de março de 2011
Invencibilidade Flamenguista Balança Mas Não Cai
6 gols no estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, em Macaé, no jogo entre Flamengo e Madureira, pela 5ª rodada na Taça Rio (o 2º turno no Estadual do Rio de Janeiro). Goleada rubronegra? Que nada! O Tricolor Suburbano saiu na frente, cedeu o empate ainda no primeiro tempo e, na segunda etapa, alcançou uma vantagem de 3a1 no marcador. Mas o Flamengo, invicto em 2011, correu atrás e conseguiu empatar a partida.
Com esse resultado combinado ao demais jogos nessa rodada, o campeão da Taça Guanabara aparece na 4ª colocação em seu grupo, com 1 ponto a menos que cada uma das 3 equipes que figuram à sua frente. Já o Madureira, em 6º lugar na sua chave, dificilmente se classifique para a fase semifinal mesmo no improvável caso de vencer os últimos 3 compromissos.
O jogo
Sem poder contar com Willians nem com Renato Abreu, que ostentam condição de titulares no meio-campo de sua equipe, o treinador Vanderlei Luxemburgo optou por dois jogadores jovens entre os onze iniciais: Thiago Galhardo e Lorran. Este último fez um ótimo primeiro tempo, mostrando desenvoltura quando carregava a bola e consciência no momento de distribuir os passes, além de ajudar na proteção à defesa. Talvez se não tivesse sido sacado por Luxemburgo no intervalo - em substituição de difícil compreensão -, o Flamengo poderia ter saído de campo com uma vitória.
Embora o Flamengo apresentasse maior volume de jogo (foi para o vestiário com 62% do tempo de posse de bola), a primeira finalização digna de registro foi ocorrer aos 27 minutos, quando o goleiro Cléber encaixou chute à meia-altura de Thiago Galhardo. O Madureira, que nem isso conseguia fazer, contou com a sorte para abrir o placar: aos 34 minutos, uma bola cruzada da esquerda foi interceptada pelo zagueiro Wellinton, mas o rubronegro desviou em direção à própria rede. 1a0 Madureira.
Leonardo Moura era elemento dos mais participativos na partida: bastante acionado pelo flanco direito, o habilidoso lateral mostrava agilidade para escapar da marcação e precisão no momento de cruzar. Mas foram tantos os desperdícios de seus companheiros que, aos 43 minutos, quando recebeu bom passe de Wanderley, Léo Moura tirou proveito de Nil não tê-lo acompanhado e soltou um chute forte para estufar a rede e empatar a partida. "Cruzar pra quê se eu mesmo posso resolver?". Não que ele tenha dito isso, mas é bem capaz de ter pensado em algo parecido.
O Flamengo voltou do intervalo com uma alteração: Diego Maurício no lugar de Lorran. Se a idéia de Vanderlei Luxemburgo era dar ofensividade ao time, o que acabou arrumando foi uma forma de bagunçar a mecânica de jogo rubronegra, comprometendo de uma só vez a marcação e também a criação. Aos 10 minutos, o Madureira desempataria a partida: Michel recebeu, escapou de Galhardo e Wellinton com extrema facilidade e chutou no canto direito, marcando bonito gol. Com 17 minutos, Michel puxou contra-ataque abrindo na direita com Adriano Magrão e de lá veio passe que encontrou Baiano em liberdade para chutar na saída de Felipe, colocando 3a1 no placar.
Antes mesmo de ver o adversário abrir dois gols de vantagem, Luxemburgo havia trocado seu xará Wanderley por Deivid. O time foi para a parada técnica sob vaias, num cenário que anunciava a queda de uma invencibilidade dentro das quatro linhas e de uma tranqüilidade fora delas, pois os gritos de "Adriano" (que deixou a Roma e assinou com o Corinthians) impactam questões políticas do clube: torcedores, jogadores e diretores de futebol do Flamengo queriam o retorno do atacante para a Gávea, mas o treinador mostrou-se publicamente contrário à contratação.
Mas, a mesma torcida que vaiava naquele momento, iria comemorar minutos depois. Aos 29, Thiago Neves passou para Diego Maurício na esquerda, o atacante avançou e cruzou encontrando Deivid, que escorou aparentemente com a canela para o fundo da rede. O Madureira parecia sentir o gol sofrido e, mais recuado do que outrora, deu campo para o Flamengo avançar. Aos 34 minutos, quem avançou foi o argentino Dario Bottinelli pela direita, tocou para Deivid e este rolou para Thiago Neves. O camisa 7 ajeitou e chutou cruzado, balançado a rede e empatando a partida pela última vez.
O treinador Antônio Carlos Roy foi filmado pedindo calma aos jogadores. É leviano dizer se a solicitação era visando a manutenção da igualdade no placar ou se para tentar chegar com tranqüilidade à vitória ou se um medo de levar a virada. De toda forma, a equipe do Madureira, que antes do jogo poderia ser considerada um adversário fácil de ser superado (este que aqui blogueia imaginava isso), acabou ficando muito perto de tirar a invencibilidade do Flamengo em 2011. Não foi dessa vez.
Outros resultados
Sábado
Olaria 2a0 Nova Iguaçu
Boavista 0a0 Botafogo
Domingo
América 1a2 Duque de Caxias
Resende 5a2 Macaé
Cabofriense 0a1 Americano
Bangu 2a1 Volta Redonda
Fluminense 0a0 Vasco
Nos pitacos para essa rodada, o blogueiro teve 50% de acerto: previu as vitórias de Olaria, Resende e Bangu, além do empate no clássico entre Fluminense e Vasco. Mas palpitou que o Boavista venceria o Botafogo, e que os jogos vencidos por Duque de Caxias e Americano terminariam empatados (além de imaginar uma vitória do Flamengo sobre o Madureira).
Com esse resultado combinado ao demais jogos nessa rodada, o campeão da Taça Guanabara aparece na 4ª colocação em seu grupo, com 1 ponto a menos que cada uma das 3 equipes que figuram à sua frente. Já o Madureira, em 6º lugar na sua chave, dificilmente se classifique para a fase semifinal mesmo no improvável caso de vencer os últimos 3 compromissos.
O jogo
Sem poder contar com Willians nem com Renato Abreu, que ostentam condição de titulares no meio-campo de sua equipe, o treinador Vanderlei Luxemburgo optou por dois jogadores jovens entre os onze iniciais: Thiago Galhardo e Lorran. Este último fez um ótimo primeiro tempo, mostrando desenvoltura quando carregava a bola e consciência no momento de distribuir os passes, além de ajudar na proteção à defesa. Talvez se não tivesse sido sacado por Luxemburgo no intervalo - em substituição de difícil compreensão -, o Flamengo poderia ter saído de campo com uma vitória.
Embora o Flamengo apresentasse maior volume de jogo (foi para o vestiário com 62% do tempo de posse de bola), a primeira finalização digna de registro foi ocorrer aos 27 minutos, quando o goleiro Cléber encaixou chute à meia-altura de Thiago Galhardo. O Madureira, que nem isso conseguia fazer, contou com a sorte para abrir o placar: aos 34 minutos, uma bola cruzada da esquerda foi interceptada pelo zagueiro Wellinton, mas o rubronegro desviou em direção à própria rede. 1a0 Madureira.
Leonardo Moura era elemento dos mais participativos na partida: bastante acionado pelo flanco direito, o habilidoso lateral mostrava agilidade para escapar da marcação e precisão no momento de cruzar. Mas foram tantos os desperdícios de seus companheiros que, aos 43 minutos, quando recebeu bom passe de Wanderley, Léo Moura tirou proveito de Nil não tê-lo acompanhado e soltou um chute forte para estufar a rede e empatar a partida. "Cruzar pra quê se eu mesmo posso resolver?". Não que ele tenha dito isso, mas é bem capaz de ter pensado em algo parecido.
O Flamengo voltou do intervalo com uma alteração: Diego Maurício no lugar de Lorran. Se a idéia de Vanderlei Luxemburgo era dar ofensividade ao time, o que acabou arrumando foi uma forma de bagunçar a mecânica de jogo rubronegra, comprometendo de uma só vez a marcação e também a criação. Aos 10 minutos, o Madureira desempataria a partida: Michel recebeu, escapou de Galhardo e Wellinton com extrema facilidade e chutou no canto direito, marcando bonito gol. Com 17 minutos, Michel puxou contra-ataque abrindo na direita com Adriano Magrão e de lá veio passe que encontrou Baiano em liberdade para chutar na saída de Felipe, colocando 3a1 no placar.
Antes mesmo de ver o adversário abrir dois gols de vantagem, Luxemburgo havia trocado seu xará Wanderley por Deivid. O time foi para a parada técnica sob vaias, num cenário que anunciava a queda de uma invencibilidade dentro das quatro linhas e de uma tranqüilidade fora delas, pois os gritos de "Adriano" (que deixou a Roma e assinou com o Corinthians) impactam questões políticas do clube: torcedores, jogadores e diretores de futebol do Flamengo queriam o retorno do atacante para a Gávea, mas o treinador mostrou-se publicamente contrário à contratação.
Mas, a mesma torcida que vaiava naquele momento, iria comemorar minutos depois. Aos 29, Thiago Neves passou para Diego Maurício na esquerda, o atacante avançou e cruzou encontrando Deivid, que escorou aparentemente com a canela para o fundo da rede. O Madureira parecia sentir o gol sofrido e, mais recuado do que outrora, deu campo para o Flamengo avançar. Aos 34 minutos, quem avançou foi o argentino Dario Bottinelli pela direita, tocou para Deivid e este rolou para Thiago Neves. O camisa 7 ajeitou e chutou cruzado, balançado a rede e empatando a partida pela última vez.
O treinador Antônio Carlos Roy foi filmado pedindo calma aos jogadores. É leviano dizer se a solicitação era visando a manutenção da igualdade no placar ou se para tentar chegar com tranqüilidade à vitória ou se um medo de levar a virada. De toda forma, a equipe do Madureira, que antes do jogo poderia ser considerada um adversário fácil de ser superado (este que aqui blogueia imaginava isso), acabou ficando muito perto de tirar a invencibilidade do Flamengo em 2011. Não foi dessa vez.
Outros resultados
Sábado
Olaria 2a0 Nova Iguaçu
Boavista 0a0 Botafogo
Domingo
América 1a2 Duque de Caxias
Resende 5a2 Macaé
Cabofriense 0a1 Americano
Bangu 2a1 Volta Redonda
Fluminense 0a0 Vasco
Nos pitacos para essa rodada, o blogueiro teve 50% de acerto: previu as vitórias de Olaria, Resende e Bangu, além do empate no clássico entre Fluminense e Vasco. Mas palpitou que o Boavista venceria o Botafogo, e que os jogos vencidos por Duque de Caxias e Americano terminariam empatados (além de imaginar uma vitória do Flamengo sobre o Madureira).
sábado, 26 de março de 2011
5ª Rodada Da Taça Rio: Pitacos
Nesse final-de-semana onde a Europa acompanha as eliminatórias para a Eurocopa 2012, as equipes brasileiras jogam por seus respectivos torneios estaduais. E aqui estamos para analisar o estadual do Rio de Janeiro, que conta com 2 jogos no sábado e outros 6 no domingo.
Apenas para esclarecer: na Taça Rio (o segundo turno do Estadual), as equipes do grupo 1 enfrentam as equipes do grupo 2, totalizando 8 rodadas. As duas melhores colocadas em cada chave fazem os cruzamentos semifinais com a equipe de colocação oposta no outro grupo. Aos pitacos!
Olaria e Nova Iguaçu
O vice-líder no grupo 2 recebe o lanterna no grupo 1 para manter-se na zona de classificação para a fase semifinal. Embora não haja grande diferença técnica entre as equipes (o Nova Iguaçu, inclusive, teve algumas boas atuações na Taça Guanabara), entendo que qualquer resultado diferente de uma vitória do Olaria possa ser considerado uma surpresa. Dá Olaria.
Boavista e Botafogo
Com uma dúzia de desfalques e ainda aguardando a chegada do novo treinador Caio Júnior (o auxiliar Almir Domingues dirige o Alvinegro hoje), o Botafogo deverá encontrar muitas dificuldades no estádio Moacyrzão. Para dificultar ainda mais a tarefa do líder no grupo 2, o Boavista vem de uma vitória sobre o Fluminense (2a0) e é vice-líder no grupo 1. Alfredo Sampaio, inclusive, repetirá a escalação da equipe que venceu o Tricolor das Laranjeiras na rodada passada. Dá Boavista.
América e Duque de Caxias
Tanto o vice-lanterna no grupo 1 quanto o 4º colocado no grupo 2 devem ficar atentos ao risco de rebaixamento. Como não assisti um único jogo do "Mequinha" nessa temporada, fica difícil fazer qualquer prognóstico. Dá empate.
Resende e Macaé
Cada qual com a 6ª colocação em seus respectivos grupos, vejo uma ligeira vantagem para a equipe do Resende, que vem de uma vitória por 1a0 sobre o Bangu enquanto os macaenses perderam para o Volta Redonda (2a1) na rodada passada. Dá Resende.
Cabofriense e Americano
5º colocado de um lado, 5º colocado de outro. Duas vitórias no Estadual de um lado, duas vitórias no Estadual de outro. Uma equipe frágil de um lado, uma equipe frágil de outro. É muita semelhança para o meu gosto. Dá empate.
Bangu e Volta Redonda
Assisti a duas partidas do Bangu na Taça Guanabara (derrota por 1a0 para o Fluminense e empate por 1a1 com o Botafogo) e quando lembro das atuações da equipe naquelas ocasiões, custo a entender como o Alvirrubro da Zona Oeste pode estar na lanterna de seu grupo. Enquanto isso, o Volta Redonda pode entrar na zona de classificação no grupo 1 nessa rodada. Mas quer saber o que eu acho? Dá Bangu.
Flamengo e Madureira
As defesas menos (5 gols) e mais vazadas (o dobro) na Taça Rio se encontram domingo em Macaé. A referência que tenho do Madureira é a atuação na derrota para o Vasco por 4a2, e acho que, se jogar daquela forma, será presa fácil para o Rubronegro da Gávea. Dá Flamengo.
Fluminense e Vasco
Aqui é clássico, e falar de clássico é outra conversa. O Tricolor das Laranjeiras respira novos ares na temporada: após a saída brusca de Muricy Ramalho, o time reagiu dentro de campo e venceu pela primeira vez nessa Copa Libertadores da América. O tipo de vitória que tem um efeito moral que não deve ser desprezado. Já o Vasco, que vem de vitória no clássico com o Botafogo, quer manter a liderança em sua chave e marcar presença na semifinal: algo que deve ser visto como uma obrigação em São Januário, até para tentar apagar definitivamente a pífia campanha na Taça Guanabara. Dá empate.
Apenas para esclarecer: na Taça Rio (o segundo turno do Estadual), as equipes do grupo 1 enfrentam as equipes do grupo 2, totalizando 8 rodadas. As duas melhores colocadas em cada chave fazem os cruzamentos semifinais com a equipe de colocação oposta no outro grupo. Aos pitacos!
Olaria e Nova Iguaçu
O vice-líder no grupo 2 recebe o lanterna no grupo 1 para manter-se na zona de classificação para a fase semifinal. Embora não haja grande diferença técnica entre as equipes (o Nova Iguaçu, inclusive, teve algumas boas atuações na Taça Guanabara), entendo que qualquer resultado diferente de uma vitória do Olaria possa ser considerado uma surpresa. Dá Olaria.
Boavista e Botafogo
Com uma dúzia de desfalques e ainda aguardando a chegada do novo treinador Caio Júnior (o auxiliar Almir Domingues dirige o Alvinegro hoje), o Botafogo deverá encontrar muitas dificuldades no estádio Moacyrzão. Para dificultar ainda mais a tarefa do líder no grupo 2, o Boavista vem de uma vitória sobre o Fluminense (2a0) e é vice-líder no grupo 1. Alfredo Sampaio, inclusive, repetirá a escalação da equipe que venceu o Tricolor das Laranjeiras na rodada passada. Dá Boavista.
América e Duque de Caxias
Tanto o vice-lanterna no grupo 1 quanto o 4º colocado no grupo 2 devem ficar atentos ao risco de rebaixamento. Como não assisti um único jogo do "Mequinha" nessa temporada, fica difícil fazer qualquer prognóstico. Dá empate.
Resende e Macaé
Cada qual com a 6ª colocação em seus respectivos grupos, vejo uma ligeira vantagem para a equipe do Resende, que vem de uma vitória por 1a0 sobre o Bangu enquanto os macaenses perderam para o Volta Redonda (2a1) na rodada passada. Dá Resende.
Cabofriense e Americano
5º colocado de um lado, 5º colocado de outro. Duas vitórias no Estadual de um lado, duas vitórias no Estadual de outro. Uma equipe frágil de um lado, uma equipe frágil de outro. É muita semelhança para o meu gosto. Dá empate.
Bangu e Volta Redonda
Assisti a duas partidas do Bangu na Taça Guanabara (derrota por 1a0 para o Fluminense e empate por 1a1 com o Botafogo) e quando lembro das atuações da equipe naquelas ocasiões, custo a entender como o Alvirrubro da Zona Oeste pode estar na lanterna de seu grupo. Enquanto isso, o Volta Redonda pode entrar na zona de classificação no grupo 1 nessa rodada. Mas quer saber o que eu acho? Dá Bangu.
Flamengo e Madureira
As defesas menos (5 gols) e mais vazadas (o dobro) na Taça Rio se encontram domingo em Macaé. A referência que tenho do Madureira é a atuação na derrota para o Vasco por 4a2, e acho que, se jogar daquela forma, será presa fácil para o Rubronegro da Gávea. Dá Flamengo.
Fluminense e Vasco
Aqui é clássico, e falar de clássico é outra conversa. O Tricolor das Laranjeiras respira novos ares na temporada: após a saída brusca de Muricy Ramalho, o time reagiu dentro de campo e venceu pela primeira vez nessa Copa Libertadores da América. O tipo de vitória que tem um efeito moral que não deve ser desprezado. Já o Vasco, que vem de vitória no clássico com o Botafogo, quer manter a liderança em sua chave e marcar presença na semifinal: algo que deve ser visto como uma obrigação em São Januário, até para tentar apagar definitivamente a pífia campanha na Taça Guanabara. Dá empate.
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Vitoria Heróica Dá Esperança Ao Fluminense
Acima da atuação, do clima do clube, mais do que tudo foi uma vitória da raça e da superação. O Fluminense jogava contra o América-MÉX sua ultima chance de permanecer vivo na Libertadores. No começo do jogo o Tricolor Carioca buscou pressionar o time mexicano em busca do gol e assim alcançar a tranqüilidade na partida, mas num lance incrível tudo mudou. Num chutão para a área do Fluminense, o goleiro Ricardo Berna saiu mal e chocou-se com o zagueiro Digão, deixando a bola rolar nos pés de Sanchez para abrir o marcador para os visitantes. Mas a reação veio 7 minutos depois: no cruzamento de Conca para área, o goleiro mexicano falhou ao sair do gol e o zagueiro Gum empatou o jogo. A partir daí, pressão tricolor mas placar inalterado até o fim do primeiro tempo.
No segundo tempo o panorama da partida continuou o mesmo, pressão do time da casa até que aos 24 minutos mais um lance incrível, Sanchez cruzou a bola quase na linha de fundo e encobriu Ricardo Berna - e Digão, ao tentar cortar, empurrou para as redes. Mais um gol dos mexicanos. O jogo parecia definido mas ao colocar Deco no lugar de Mariano (contudido) e Araújo no lugar de Júlio César, o técnico interino tricolor mudou o jogo.
Na base da pressão, o Fluminense encurralou os mexicanos até conseguir o empate aos 34 minutos com Araujo de cabeça após receber belíssimo cruzamento de Deco. O mesmo Deco que, aos 42 minutos, numa bola alçada na área do América-MÉX, levantou a perna para dividir com o zagueiro adversário e deu um toque para encobrir o goleiro, virando o placar e decretando a primeira vitória da equipe das Laranjeiras na Libertadores.
Jogo emocionante que deixa o Fluminense em condições de disputar uma vaga para a próxima fase da competição. Grande resultado, mas atuação fraca: ainda há muito que melhorar para buscar a classificação. Deco foi o melhor em campo, entrou para mudar o jogo com um gol e uma assistência e tem tudo para ser titular na equipe.
(Por Lucas Peres)
No segundo tempo o panorama da partida continuou o mesmo, pressão do time da casa até que aos 24 minutos mais um lance incrível, Sanchez cruzou a bola quase na linha de fundo e encobriu Ricardo Berna - e Digão, ao tentar cortar, empurrou para as redes. Mais um gol dos mexicanos. O jogo parecia definido mas ao colocar Deco no lugar de Mariano (contudido) e Araújo no lugar de Júlio César, o técnico interino tricolor mudou o jogo.
Na base da pressão, o Fluminense encurralou os mexicanos até conseguir o empate aos 34 minutos com Araujo de cabeça após receber belíssimo cruzamento de Deco. O mesmo Deco que, aos 42 minutos, numa bola alçada na área do América-MÉX, levantou a perna para dividir com o zagueiro adversário e deu um toque para encobrir o goleiro, virando o placar e decretando a primeira vitória da equipe das Laranjeiras na Libertadores.
Jogo emocionante que deixa o Fluminense em condições de disputar uma vaga para a próxima fase da competição. Grande resultado, mas atuação fraca: ainda há muito que melhorar para buscar a classificação. Deco foi o melhor em campo, entrou para mudar o jogo com um gol e uma assistência e tem tudo para ser titular na equipe.
(Por Lucas Peres)
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terça-feira, 22 de março de 2011
A Emblemática Saída De Joel Santana Do Botafogo
Com o perdão da generalização, há uma grande diferença entre a cultura européia e a brasileira naquilo que tange a relação entre a diretoria e o treinador do clube. Exemplos como o do escocês Alex Ferguson (desde 1986 dirigindo o Manchester United), o do francês Arsène Wenger (que tão logo assumiu o Arsenal em 1996 implementou uma filosofia de jogo revolucionária para os padrões do clube londrino) e o do italiano Carlo Ancelotti (que antes de assumir o Chelsea em 2009 vinha há oito anos treinando o Milan) - para somente citar três - soam utópicos em terras tupiniquins.
Nas bandas de cá, são raros os exemplos de treinadores que começam e terminam uma temporada no mesmo clube. Em meio a uma frenética e muitas das vezes injustificável "dança das cadeiras" que ocorre à exaustão em território brasileiro, a relação entre Botafogo de Futebol e Regatas e Joel Natalino Santana acaba podendo ser considerada um exemplo longevo: tendo assinado com o Alvinegro de General Severiano em janeiro de 2010, o carismático "Papai Joel" somou 76 partidas oficiais no comando da equipe, com 41 vitórias, 23 empates e 12 derrotas, com 142 gols pró e 58 contra.
E é quando lançamos olhares para o respeitável retrospecto supracitado que vamos observar como o caso de Joel Santana é emblemático: atual campeão estadual no Rio de Janeiro (faturou tanto a Taça Guanabara quanto a Taça Rio em 2010), o Botafogo de Joel lidera o grupo 2 no segundo turno da competição onde busca o bicampeonato. Nem por isso, foi poupado de críticas de considerável parcela de torcedores presentes na derrota para o Vasco da Gama, domingo, no estádio Olímpico João Havelange. Seu antecessor também caíra após derrota para o Vasco, mas convenhamos haver grande diferença entre levar de 6a0 e perder pelo placar de 2a0.
Então pergunta-se: por que a fúria da torcida com um treinador de campanha predominantemente vitoriosa? E é aí que acho o caso "Botafogo de Joel" particularmente interessante: a revolta botafoguense não estava focada nos resultados, mas sim no esquema de jogo montado pelo comandante. Utilizando-se de 5 jogadores escalados com funções basicamente defensivas (ora com 2 zagueiros e 3 volantes, ora com 3 zagueiros e 2 volantes, quando não com 3 de cada), Joel Santana recebeu críticas inclusive dentro do elenco, com o atacante uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu afirmando publicamente que "qualquer equipe trata melhor a bola que o Botafogo". E disse isso após uma vitória, na primeira partida do time na temporada 2011.
Foi com um futebol pouco vistoso mas de grande eficiência e consistência tática que o Botafogo de Joel conquistou o Estadual 2010. Mas parece que os torcedores botafoguenses já não aguentam essa receita, querendo algo mais que o título: querendo ver bom futebol. Bom futebol - faça-se justiça - que foi visto, sim, sob o comando de Joel Santana. O maior exemplo talvez seja a grande atuação da equipe diante do Atlético Mineiro, quando venceu por 3a0 apresentando um futebol ofensivo, envolvente, insinuante e altamente competitivo. Muitos podem pensar que o desfalque de Maicosuel possa ter sido determinante para uma formação tática mais cautelosa. Penso diferente: observando o plantel alvinegro, embora seja flagrante a falta de meias-de-ligação (talvez até em função do treinador não fazer questão desse tipo de jogador), é tranqüilamente possível montar um Botafogo com futebol mais atrativo. E, se formos levar em consideração a fragilidade técnica de grande parte dos adversários no torneio estadual, chega a ser esdrúxulo nos depararmos com formações tão focadas na defesa e enfraquecidas no setor de criação.
Não sei o que passa nesse momento pela cabeça de Maurício Assumpção, atual presidente do Botafogo. Tenho convicção que Assumpção tem gratidão pela passagem de Joel Santana pelo clube - e os torcedores também devem cultivar esse sentimento em seus corações -, mas creio que a melhor escolha para o comando técnico alvinegro seja com um treinador mais identificado com formações ofensivas. Tal como faz Cuca ao longo de sua inspiradora carreira. Carreira que teve, como um dos pontos altos, a temporada de 2007 no comando do próprio Botafogo. É bem verdade que há poucos "Cucas" no mercado, mas, tal como a lógica de mercado, a oferta de "treinadores ofensivos" será maior na medida que aumentar a demanda. Fica a impressão que uma dessas demandas é a da torcida botafoguense.
Boa sorte ao Maurício Assumpção na futura escolha. Boa sorte ao Joel Santana na seqüência da carreira. Boa sorte aos torcedores botafoguenses na continuidade da temporada. E boa sorte ao futebol. Creio que, quando a maneira de jogar é colocada como prioridade, o resultado aparece naturalmente. O Barcelona de Josep Guardiola está aí para não me deixar mentir.
Nas bandas de cá, são raros os exemplos de treinadores que começam e terminam uma temporada no mesmo clube. Em meio a uma frenética e muitas das vezes injustificável "dança das cadeiras" que ocorre à exaustão em território brasileiro, a relação entre Botafogo de Futebol e Regatas e Joel Natalino Santana acaba podendo ser considerada um exemplo longevo: tendo assinado com o Alvinegro de General Severiano em janeiro de 2010, o carismático "Papai Joel" somou 76 partidas oficiais no comando da equipe, com 41 vitórias, 23 empates e 12 derrotas, com 142 gols pró e 58 contra.
E é quando lançamos olhares para o respeitável retrospecto supracitado que vamos observar como o caso de Joel Santana é emblemático: atual campeão estadual no Rio de Janeiro (faturou tanto a Taça Guanabara quanto a Taça Rio em 2010), o Botafogo de Joel lidera o grupo 2 no segundo turno da competição onde busca o bicampeonato. Nem por isso, foi poupado de críticas de considerável parcela de torcedores presentes na derrota para o Vasco da Gama, domingo, no estádio Olímpico João Havelange. Seu antecessor também caíra após derrota para o Vasco, mas convenhamos haver grande diferença entre levar de 6a0 e perder pelo placar de 2a0.
Então pergunta-se: por que a fúria da torcida com um treinador de campanha predominantemente vitoriosa? E é aí que acho o caso "Botafogo de Joel" particularmente interessante: a revolta botafoguense não estava focada nos resultados, mas sim no esquema de jogo montado pelo comandante. Utilizando-se de 5 jogadores escalados com funções basicamente defensivas (ora com 2 zagueiros e 3 volantes, ora com 3 zagueiros e 2 volantes, quando não com 3 de cada), Joel Santana recebeu críticas inclusive dentro do elenco, com o atacante uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu afirmando publicamente que "qualquer equipe trata melhor a bola que o Botafogo". E disse isso após uma vitória, na primeira partida do time na temporada 2011.
Foi com um futebol pouco vistoso mas de grande eficiência e consistência tática que o Botafogo de Joel conquistou o Estadual 2010. Mas parece que os torcedores botafoguenses já não aguentam essa receita, querendo algo mais que o título: querendo ver bom futebol. Bom futebol - faça-se justiça - que foi visto, sim, sob o comando de Joel Santana. O maior exemplo talvez seja a grande atuação da equipe diante do Atlético Mineiro, quando venceu por 3a0 apresentando um futebol ofensivo, envolvente, insinuante e altamente competitivo. Muitos podem pensar que o desfalque de Maicosuel possa ter sido determinante para uma formação tática mais cautelosa. Penso diferente: observando o plantel alvinegro, embora seja flagrante a falta de meias-de-ligação (talvez até em função do treinador não fazer questão desse tipo de jogador), é tranqüilamente possível montar um Botafogo com futebol mais atrativo. E, se formos levar em consideração a fragilidade técnica de grande parte dos adversários no torneio estadual, chega a ser esdrúxulo nos depararmos com formações tão focadas na defesa e enfraquecidas no setor de criação.
Não sei o que passa nesse momento pela cabeça de Maurício Assumpção, atual presidente do Botafogo. Tenho convicção que Assumpção tem gratidão pela passagem de Joel Santana pelo clube - e os torcedores também devem cultivar esse sentimento em seus corações -, mas creio que a melhor escolha para o comando técnico alvinegro seja com um treinador mais identificado com formações ofensivas. Tal como faz Cuca ao longo de sua inspiradora carreira. Carreira que teve, como um dos pontos altos, a temporada de 2007 no comando do próprio Botafogo. É bem verdade que há poucos "Cucas" no mercado, mas, tal como a lógica de mercado, a oferta de "treinadores ofensivos" será maior na medida que aumentar a demanda. Fica a impressão que uma dessas demandas é a da torcida botafoguense.
Boa sorte ao Maurício Assumpção na futura escolha. Boa sorte ao Joel Santana na seqüência da carreira. Boa sorte aos torcedores botafoguenses na continuidade da temporada. E boa sorte ao futebol. Creio que, quando a maneira de jogar é colocada como prioridade, o resultado aparece naturalmente. O Barcelona de Josep Guardiola está aí para não me deixar mentir.
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segunda-feira, 21 de março de 2011
Benfica Sobra Em Campo E Goleia Paços De Ferreira
Se faltava a esse blógui a cobertura de alguma partida pela "Primeira Liga", agora não falta mais. Aceitando o convite de um amigo - que "cobrou" uma postagem referente a algum jogo do Campeonato Português -, lá fui assistir a partida entre Paços de Ferreira e Benfica, válida pela 24ª rodada da competição lusitana. E, tal como esperava, o Benfica não tomou conhecimento do adversário e venceu com tranqüilidade, abrindo 3a0 com 24 minutos de jogo e fechando a contagem em 5a1 nos acréscimos do segundo tempo. Com o resultado, o Benfica praticamente sacramenta a 2ª colocação no torneio: faltando 6 rodadas para o desfecho da competição, os "Encarnados" estão 13 pontos atrás do líder Porto e com 17 pontos de vantagem em relação ao Sporting (3º colocado). Já o Paços de Ferreira, que acaba de sair da zona de classificação para a Liga Europa, aparece em 6º lugar, com os mesmos 33 pontos do 5º colocado Vitória de Guimarães.
O jogo
A minha teoria de que, em Portugal, não há uma concorrência decente para Porto e Benfica (com todo o respeito ao Braga, que está nas quartas-de-final da Liga Europa) foi logo confirmada aos 3 minutos de jogo. De maneira bizarra e até certo ponto amadora, o zagueiro paraguaio Javier Antonio Cohene Mereles socou (isso mesmo, socou) o espanhol Francisco Javier García Fernández: pênalti e cartão amarelo para Cohene, que poderia - e deveria - ter sido expulso pela agressão. Óscar Cardozo, compatriota do infrator, colocou a bola no quadrante 12 e abriu o placar no estádio da Mata Real.
O 2º gol benfiquista saiu aos 12: em jogada argentina, Javier Pedro Saviola tocou para Pablo Aimar com uma cavada e o camisa 10 finalizou rasteiro para ampliar a diferença no placar. Aos 24 minutos, veio o 3º gol. Gol não, um golaço: o uruguaio Maximiliano Pereira avançou pela direita, rolou pra área, Cardozo tocou atrás de primeira e o argentino Nicolas Gaitán colocou caprichosamente no ângulo direito, sem qualquer possibilidade de defesa para o goleiro brasileiro Cássio Albuquerque dos Anjos.
Pela leitura das nacionalidades dos jogadores, já deu para perceber que havia muitos sul-americanos em campo (15 dos 22 que iniciaram a partida são naturais da América do Sul). Falando nisso, aos 27 minutos o brasileiro Maykon Daniel Araújo cobrou falta pela direita e um desvio de cabeça do francês Lionel Carole contra o próprio patrimônio enganou o goleiro espanhol Roberto Jiménez. Ou seja, mesmo com o 3a1 no placar, os 4 gols foram marcados por atletas benfiquistas. Dois minutos depois do gol, o Paços de Ferreira só não marcou o segundo porque Roberto Jiménez fez grande intervenção ao desviar no canto direito uma bola que ainda tocou na trave antes de sair.
Tão lembrados da agressão bizarra aos 3 minutos de partida? Pois aos 36 tivemos novo episódio daquela natureza: Maykon, sem mais nem menos, rebocou (isso mesmo, rebocou) o argentino Franco Jara, que estava de costas para o agressor. É difícil entender como o árbitro deu somente um cartão amarelo em vez de expulsar o jogador de campo. Mas mais difícil de entender é o que passa pela cabeça de um jogador para desferir uma agressão daquele jeito e naquele contexto.
Com 40 minutos, Javier Cohene - aquele mesmo do soco aos 3 minutos - recebeu o segundo cartão amarelo e foi finalmente expulso de campo. Na volta para o segundo tempo, o treinador Rui Vitória trouxe para campo o zagueiro Bura no lugar do meio-campista brasileiro Bruno, recompondo a defesa que perdera um jogador.
O Benfica voltou em ritmo mais lento e o Paços de Ferreira continuou apostando na mesma receita do primeiro tempo: chutes de fora da área. A pontaria da equipe é digna de elogios, com uma proporção admirável de remates bem direcionados. Aos 3 minutos, o atacante venezuelano (olha outro sul-americano aí!) Mário Júnior Rondon Fernandez chutou de fora da área no canto direito e Roberto foi até lá espalmar. Na marca de 7 minutos, Pizzi ganhou dividida dentro da área pelo lado esquerdo e chutou firme, rasteiro, parando em nova grande defesa de Roberto no canto direito.
Rui Vitória voltou a mexer aos 15 minutos, colocando Rui Caetano (atacante de 19 anos membro da seleção sub-20) no lugar de Nélson Oliveira. Já Jorge Jesus mexeu pela primeira vez aos 19 minutos, quando entrou César Peixoto no lugar de Cardozo. Aos 25 minutos, os treinadores substituíram simultaneamente: no Paços de Ferreira saiu Pizzi para a entrada do irlandês Padraig Amond e no Benfica Nico Gaitán deu lugar para Carlos Martins.
Mas foi a sexta e última troca de jogadores que trouxe novo ânimo para um jogo naquele momento monótono: aos 31, Saviola saiu para dar lugar ao veterano centroavante Nuno Gomes, de 34 anos. O Benfica ficou perto de marcar o 4º aos 35 minutos, quando em contra-ataque Pablo Aimar ficou de frente com Cássio, chutou cruzado e o goleiro defendeu com o pé. Ficou guardado para o minuto seguinte: aos 36, bola alçada da direita, César Peixoto tenta a primeira... e fura. Tenta a segunda... e Cássio rebate. Nuno Gomes pega o rebote e tenta a primeira... é bloqueado na marcação. Tenta a segunda... e aí é bola na rede, com finalização forte e rasteira no canto direito.
Na marca de 46 minutos, o brasileiro Jardel Nivaldo Vieira ergueu o pé e a bola acabou chegando em Nuno Gomes, que como um típico goleador, esticou a perna e colocou no canto direito. 5a1 Benfica e fim de papo. Na próxima rodada, o Benfica recebe o Porto e, se não pode impedir o adversário de ser campeão, pelo menos pode adiar a conquista do título para um outro território que não seja o estádio da Luz.
Ah! Uma curiosidade para reforçar a minha teoria sobre o nível de competitividade no Campeonato Português: a defesa do Paços de Ferreira entrou em campo como a 4ª menos vazada na competição. Fico tentando imaginar o nível daquelas com maior número de gols sofridos...
Outros resultados
Sexta-feira
Portimonense (15º) 2a1 (5º) Vitória de Guimarães
Sábado
Sporting (3º) 0a0 (8º) União de Leiria
Domingo
Vitória de Setúbal (14º) 2a1 (7º) Nacional
Naval 1º de Maio (16º) 2a2 (9º) Beira-Mar
Marítimo (10º) 4a0 (11º) Olhanense
Porto (1º) 3a1 (13º) Académica
Segunda-feira
Braga (4º) 1a0 (12º) Rio Ave
O jogo
A minha teoria de que, em Portugal, não há uma concorrência decente para Porto e Benfica (com todo o respeito ao Braga, que está nas quartas-de-final da Liga Europa) foi logo confirmada aos 3 minutos de jogo. De maneira bizarra e até certo ponto amadora, o zagueiro paraguaio Javier Antonio Cohene Mereles socou (isso mesmo, socou) o espanhol Francisco Javier García Fernández: pênalti e cartão amarelo para Cohene, que poderia - e deveria - ter sido expulso pela agressão. Óscar Cardozo, compatriota do infrator, colocou a bola no quadrante 12 e abriu o placar no estádio da Mata Real.
O 2º gol benfiquista saiu aos 12: em jogada argentina, Javier Pedro Saviola tocou para Pablo Aimar com uma cavada e o camisa 10 finalizou rasteiro para ampliar a diferença no placar. Aos 24 minutos, veio o 3º gol. Gol não, um golaço: o uruguaio Maximiliano Pereira avançou pela direita, rolou pra área, Cardozo tocou atrás de primeira e o argentino Nicolas Gaitán colocou caprichosamente no ângulo direito, sem qualquer possibilidade de defesa para o goleiro brasileiro Cássio Albuquerque dos Anjos.
Pela leitura das nacionalidades dos jogadores, já deu para perceber que havia muitos sul-americanos em campo (15 dos 22 que iniciaram a partida são naturais da América do Sul). Falando nisso, aos 27 minutos o brasileiro Maykon Daniel Araújo cobrou falta pela direita e um desvio de cabeça do francês Lionel Carole contra o próprio patrimônio enganou o goleiro espanhol Roberto Jiménez. Ou seja, mesmo com o 3a1 no placar, os 4 gols foram marcados por atletas benfiquistas. Dois minutos depois do gol, o Paços de Ferreira só não marcou o segundo porque Roberto Jiménez fez grande intervenção ao desviar no canto direito uma bola que ainda tocou na trave antes de sair.
Tão lembrados da agressão bizarra aos 3 minutos de partida? Pois aos 36 tivemos novo episódio daquela natureza: Maykon, sem mais nem menos, rebocou (isso mesmo, rebocou) o argentino Franco Jara, que estava de costas para o agressor. É difícil entender como o árbitro deu somente um cartão amarelo em vez de expulsar o jogador de campo. Mas mais difícil de entender é o que passa pela cabeça de um jogador para desferir uma agressão daquele jeito e naquele contexto.
Com 40 minutos, Javier Cohene - aquele mesmo do soco aos 3 minutos - recebeu o segundo cartão amarelo e foi finalmente expulso de campo. Na volta para o segundo tempo, o treinador Rui Vitória trouxe para campo o zagueiro Bura no lugar do meio-campista brasileiro Bruno, recompondo a defesa que perdera um jogador.
O Benfica voltou em ritmo mais lento e o Paços de Ferreira continuou apostando na mesma receita do primeiro tempo: chutes de fora da área. A pontaria da equipe é digna de elogios, com uma proporção admirável de remates bem direcionados. Aos 3 minutos, o atacante venezuelano (olha outro sul-americano aí!) Mário Júnior Rondon Fernandez chutou de fora da área no canto direito e Roberto foi até lá espalmar. Na marca de 7 minutos, Pizzi ganhou dividida dentro da área pelo lado esquerdo e chutou firme, rasteiro, parando em nova grande defesa de Roberto no canto direito.
Rui Vitória voltou a mexer aos 15 minutos, colocando Rui Caetano (atacante de 19 anos membro da seleção sub-20) no lugar de Nélson Oliveira. Já Jorge Jesus mexeu pela primeira vez aos 19 minutos, quando entrou César Peixoto no lugar de Cardozo. Aos 25 minutos, os treinadores substituíram simultaneamente: no Paços de Ferreira saiu Pizzi para a entrada do irlandês Padraig Amond e no Benfica Nico Gaitán deu lugar para Carlos Martins.
Mas foi a sexta e última troca de jogadores que trouxe novo ânimo para um jogo naquele momento monótono: aos 31, Saviola saiu para dar lugar ao veterano centroavante Nuno Gomes, de 34 anos. O Benfica ficou perto de marcar o 4º aos 35 minutos, quando em contra-ataque Pablo Aimar ficou de frente com Cássio, chutou cruzado e o goleiro defendeu com o pé. Ficou guardado para o minuto seguinte: aos 36, bola alçada da direita, César Peixoto tenta a primeira... e fura. Tenta a segunda... e Cássio rebate. Nuno Gomes pega o rebote e tenta a primeira... é bloqueado na marcação. Tenta a segunda... e aí é bola na rede, com finalização forte e rasteira no canto direito.
Na marca de 46 minutos, o brasileiro Jardel Nivaldo Vieira ergueu o pé e a bola acabou chegando em Nuno Gomes, que como um típico goleador, esticou a perna e colocou no canto direito. 5a1 Benfica e fim de papo. Na próxima rodada, o Benfica recebe o Porto e, se não pode impedir o adversário de ser campeão, pelo menos pode adiar a conquista do título para um outro território que não seja o estádio da Luz.
Ah! Uma curiosidade para reforçar a minha teoria sobre o nível de competitividade no Campeonato Português: a defesa do Paços de Ferreira entrou em campo como a 4ª menos vazada na competição. Fico tentando imaginar o nível daquelas com maior número de gols sofridos...
Outros resultados
Sexta-feira
Portimonense (15º) 2a1 (5º) Vitória de Guimarães
Sábado
Sporting (3º) 0a0 (8º) União de Leiria
Domingo
Vitória de Setúbal (14º) 2a1 (7º) Nacional
Naval 1º de Maio (16º) 2a2 (9º) Beira-Mar
Marítimo (10º) 4a0 (11º) Olhanense
Porto (1º) 3a1 (13º) Académica
Segunda-feira
Braga (4º) 1a0 (12º) Rio Ave
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'Primeira Liga',
Benfica,
Paços de Ferreira
Equipe E Jogada Da Semana
Na quarta-feira, pela Liga dos Campeões da Europa, o Real Madrid colocou um ponto final num tabu um tanto incômodo: vinha de seis eliminações consecutivas na fase oitavas-de-final da maior competição européia de clubes. E a classificação não ocorreu de uma forma qualquer: a equipe jogou bem, envolveu o adversário, dominou as ações e só não venceu por mais do que 3a0 porque o goleiro Hugo Lloris, do Lyon, teve performance sensacional (veja como foi).
Após a euforia da classificação, os merengues retornaram as atenções para o Campeonato Espanhol: três dias depois de avançar na "Champions League", havia um clássico madridista para ser disputado no estádio Vicente Calderón. E o Real saiu-se bem, vencendo o Atlético por 2a1 e mantendo-se a 5 pontos de distância do líder Barcelona.
O meia alemão Mesut Özil e o atacante francês Karim Benzema foram os únicos que anotaram gol nos dois jogos. Mas não dá para não destacar o desempenho do único brasileiro "não-naturalizado" do elenco: o lateral-esquerdo Marcelo, ex-Fluminense, marcou um golaço na partida diante do Lyon e ainda iniciou a jogada do 3º gol. No jogo pelo Espanhol, a assistência para o 2º gol também foi dele.
Jogada da semana
Por falar em Marcelo, vale (re)ver o que ele fez no lance que abriu o placar, quarta-feira, no estádio Santiago Bernabéu. O zagueiro Cris, do Lyon, deve estar procurando por ele até agora.
Após a euforia da classificação, os merengues retornaram as atenções para o Campeonato Espanhol: três dias depois de avançar na "Champions League", havia um clássico madridista para ser disputado no estádio Vicente Calderón. E o Real saiu-se bem, vencendo o Atlético por 2a1 e mantendo-se a 5 pontos de distância do líder Barcelona.
O meia alemão Mesut Özil e o atacante francês Karim Benzema foram os únicos que anotaram gol nos dois jogos. Mas não dá para não destacar o desempenho do único brasileiro "não-naturalizado" do elenco: o lateral-esquerdo Marcelo, ex-Fluminense, marcou um golaço na partida diante do Lyon e ainda iniciou a jogada do 3º gol. No jogo pelo Espanhol, a assistência para o 2º gol também foi dele.
Jogada da semana
Por falar em Marcelo, vale (re)ver o que ele fez no lance que abriu o placar, quarta-feira, no estádio Santiago Bernabéu. O zagueiro Cris, do Lyon, deve estar procurando por ele até agora.
Vasco Quebra Invencibilidade Do Botafogo No Estadual 2011
Muitas vezes, a escalação de um time indica a pré-disposição que aquela equipe terá de atacar durante a partida. Enquanto o Vasco da Gama foi para campo com o quarteto Felipe-Diego Souza (que fazia sua estréia)-Bernardo-Éder Luís, o Botafogo foi preparado para o clássico pela quarta rodada na Taça Rio com um único meia articulador (Éverton) para acionar a dupla de ataque composta pelo argentino Germán Herrera e pelo uruguaio Sebastián "El Loco" Abreu. A diferença pode até parecer sutil, mas na prática ela se acentua quando observamos a mentalidade do treinador Joel Santana: tão logo o Vasco abriu o placar (em vacilo patético da dupla de zaga João Filipe e Márcio Rozário), o comandante botafoguense chamou o volante Marcelo Mattos e o atacante Caio para o jogo, tirando de campo os alas Lucas e Márcio Azevedo. Resultado óbvio: o Botafogo enfraqueceu suas variações de ataque pelos flancos e passou a congestionar o jogo pelo meio, facilitando a tarefa da defesa vascaína.
Em lance de bola parada, Éder Luís ainda marcaria o segundo gol cruzmaltino de forma acrobática, quando pegou a sobra de um escanteio cobrado por Bernardo pela direita mandando uma espécie de meia-bicicleta. Por falar em acrobacia, o atacante saiu para comemorar no estilo "Oba-Oba" Martins, mas sem mostrar a mesma habilidade do nigeriano.
As arquibancadas do estádio Olímpico João Havelange retratavam os acontecimentos internos às quatro linhas: enquanto os setores Sul e Leste (praticamente lotados) estavam em festa, os Norte e Oeste eram tomados por uma onda de apatia mesclada com insatisfação, que no ápice da manifestação de revolta ecoou vaias e xingamentos ao outrora ovacionado Joel Santana, que ainda foi expulso pelo árbitro Péricles Bassols.
Alguns destaques da partida.
[1] Jéfferson. O goleiro teve grande atuação, sendo diversas vezes deixado na mão pela frouxidão da marcação botafoguense e salvando o time de uma goleada com pelo menos três defesas de alto grau de dificuldade.
[2] Diego Souza. Participativo e fazendo fluirem as jogadas de ataque da equipe, o meio-campista mostrou que pode ser algo mais do que uma peça útil ao esquema de Ricardo Gomes: pode ser o fator de desequilíbrio para quando Felipe não estiver em seus dias mais inspirados. O gol coroou a estréia e a ovação da torcida no momento da substituição foi a cereja no topo do bolo.
[3] Torcida vascaína. Haviam cerca de 31.000 presentes no Engenhão, dos quais estimo algo próximo a 18.000 nos setores reservados aos torcedores do Vasco. Além de levarem vantagem quantitativamente no Clássico Alvinegro, cantaram bastante e foram um autêntico 12º jogador, às vezes até intimidando a arbitragem a aplicar critério diferenciado na distribuição de cartões.
[4] Não chega a ser um destaque, mas uma curiosidade: chuteiras laranjas estão na moda? Havia algo em torno de meia dúzia de jogadores com calçados nessa cor! As tradicionais chuteiras na cor preta parecem ter virado um artigo cada vez mais raro.
Outros resultados
Sábado
Nova Iguaçu 1a2 Duque de Caxias
Americano 2a1 Madureira
Volta Redonda 2a1 Macaé
Olaria 1a0 América
Fluminense 0a2 Boavista
Domingo
Cabofriense 0a0 Flamengo
Bangu 0a1 Resende
Em lance de bola parada, Éder Luís ainda marcaria o segundo gol cruzmaltino de forma acrobática, quando pegou a sobra de um escanteio cobrado por Bernardo pela direita mandando uma espécie de meia-bicicleta. Por falar em acrobacia, o atacante saiu para comemorar no estilo "Oba-Oba" Martins, mas sem mostrar a mesma habilidade do nigeriano.
As arquibancadas do estádio Olímpico João Havelange retratavam os acontecimentos internos às quatro linhas: enquanto os setores Sul e Leste (praticamente lotados) estavam em festa, os Norte e Oeste eram tomados por uma onda de apatia mesclada com insatisfação, que no ápice da manifestação de revolta ecoou vaias e xingamentos ao outrora ovacionado Joel Santana, que ainda foi expulso pelo árbitro Péricles Bassols.
Alguns destaques da partida.
[1] Jéfferson. O goleiro teve grande atuação, sendo diversas vezes deixado na mão pela frouxidão da marcação botafoguense e salvando o time de uma goleada com pelo menos três defesas de alto grau de dificuldade.
[2] Diego Souza. Participativo e fazendo fluirem as jogadas de ataque da equipe, o meio-campista mostrou que pode ser algo mais do que uma peça útil ao esquema de Ricardo Gomes: pode ser o fator de desequilíbrio para quando Felipe não estiver em seus dias mais inspirados. O gol coroou a estréia e a ovação da torcida no momento da substituição foi a cereja no topo do bolo.
Diego Souza agradece aos Céus após marcar o 1º gol do jogo logo em sua estréia com a camisa vascaína: relação com a torcida começa de forma calorosa.
[3] Torcida vascaína. Haviam cerca de 31.000 presentes no Engenhão, dos quais estimo algo próximo a 18.000 nos setores reservados aos torcedores do Vasco. Além de levarem vantagem quantitativamente no Clássico Alvinegro, cantaram bastante e foram um autêntico 12º jogador, às vezes até intimidando a arbitragem a aplicar critério diferenciado na distribuição de cartões.
[4] Não chega a ser um destaque, mas uma curiosidade: chuteiras laranjas estão na moda? Havia algo em torno de meia dúzia de jogadores com calçados nessa cor! As tradicionais chuteiras na cor preta parecem ter virado um artigo cada vez mais raro.
Outros resultados
Sábado
Nova Iguaçu 1a2 Duque de Caxias
Americano 2a1 Madureira
Volta Redonda 2a1 Macaé
Olaria 1a0 América
Fluminense 0a2 Boavista
Domingo
Cabofriense 0a0 Flamengo
Bangu 0a1 Resende
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Estadual RJ,
Vasco
Triunfo Interista Bota Fogo Pro Clássico De Milão
Não foi um futebol encantador (longe disso). Mas mostrando determinação de quem quer e tem consciência de que pode ser campeão, a Internazionale derrotou o Lecce por 1a0 (gol de Giampaolo Pazzini, aos 6 minutos do segundo tempo) e encostou de vez no topo da tabela no Campeonato Italiano. O Lecce, que já havia aprontado com a própria Internazionale (empate por 1a1 no estádio Comunale Via Del Mare), além de também já ter empatado com o Milan e derrotado a Juventus com uma bela atuação, impôs alguma resistência e até teve a chance de empatar a partida no final, mas não conseguiu sair do zero e segue na zona de descenso, a um ponto do 17º colocado (o Cesena).
O jogo
Pouco posso falar sobre o primeiro tempo de partida (comecei a assistir o jogo nos acréscimos da etapa inicial). Mas pelas análises do comentarista Bruno Prado e pela seleção de melhores momentos, parece-me que a Internazionale tinha dificuldades de criação. O momento que os interistas ficaram mais perto de marcar um gol ocorreu em cobrança de falta pela esquerda, quando Wesley Sneijder cobrou e mandou na rede externa, perto da trave direita.
Contando com Sneijder, Goran Pandev, Samuel Eto'o e Giampaolo Pazzini, era sugestivo que a qualquer momento a Inter poderia encaixar uma troca de passes envolvendo 2 ou 3 desses atletas para abrir o placar. E os comandados de Leonardo começaram o segundo tempo atacando. Aos 5 minutos, o camisa 10 holandês colocou caprichosamente na área e Pazzini tinha tempo e espaço para concluir o lance: com um cabeceio no canto direito, a bola somente não entrou porque o goleiro Antonio Rosati realizou grande defesa. Mas no minuto seguinte não teria jeito: Pandev agiu com inteligência e categoria ao dar uma deixadinha com Pazzini, que fez lindo giro estufando o peito e finalizou com um chute cruzado no canto direito. 1a0 Inter e festa em San Siro.
A vantagem no placar deu maior tranqüilidade aos donos da casa, mas nem por isso tornou a partida mais fácil do que anteriormente. Eram raras as jogadas de ataque do "Nerazzurri", e em alguns momentos o adversário até conseguia estabelcer uma pressão. Para dar velocidade nos contra-ataques, Leonardo colocou Philippe Coutinho no lugar de Pandev aos 27 minutos. Na primeira participação do "Pequeno Príncipe", um bonito toque de letra para Maicon. Mas de resto, o jovem brasileiro foi pouco acionado. Aos 37 quem mexeu pela primeira vez foi Luigi De Canio, colocando o brasileiro Jedaias Capucho Neves (vulgo "Jeda") no lugar do uruguaio Guillermo Giacomazzi. No minuto seguinte, Léo trocou Sneijder - que saiu aplaudido de pé pelos torcedores interistas - pelo marroquino Houssine Kharja. Kharja mal havia pisado no gramado e quase saiu o empate dos visitantes: o uruguaio Rubén Olivera desceu pela direita, foi à linha final e tocou atrás para Andrea Bertolacci, que chutou de primeira no canto esquerdo, parando em difícil defesa de Júlio César.
Nos acréscimos, De Canio trocou Giulio Donati por Nenad Tomovic e fez uma mexida que até poderia ter sido realizada antes: saiu o lateral Davide Brivio para a entrada do meio-campista argentino Ignacio Piatti. Com Dejan Stankovic no lugar de Eto'o, a Inter mostrava que iria agarrar o 1a0 do jeito que fosse possível. E conseguiu. A 2 pontos de distância do Milan, o clássico de Milão na próxima rodada pode ser a decisão da temporada italiana. Coloque na agenda: dia 2 de abril tem o jogo entre líder e vice-líder.
Outros resultados
Sábado
Lazio (5º) 1a0 (17º) Cesena
Palermo (8º) 1a0 (1º) Milan
Domingo
Fiorentina (9º) 2a2 (6º) Roma
Juventus (7º) 2a1 (19º) Brescia
Udinese (4º) 2a0 (15º) Catania
Bari (20º) 1a2 (13º) Chievo
Bologna (10º) 1a1 (12º) Genoa
Sampdoria (16º) 0a1 (14º) Parma
Napoli (3º) 2a1 (11º) Cagliari
O jogo
Pouco posso falar sobre o primeiro tempo de partida (comecei a assistir o jogo nos acréscimos da etapa inicial). Mas pelas análises do comentarista Bruno Prado e pela seleção de melhores momentos, parece-me que a Internazionale tinha dificuldades de criação. O momento que os interistas ficaram mais perto de marcar um gol ocorreu em cobrança de falta pela esquerda, quando Wesley Sneijder cobrou e mandou na rede externa, perto da trave direita.
Contando com Sneijder, Goran Pandev, Samuel Eto'o e Giampaolo Pazzini, era sugestivo que a qualquer momento a Inter poderia encaixar uma troca de passes envolvendo 2 ou 3 desses atletas para abrir o placar. E os comandados de Leonardo começaram o segundo tempo atacando. Aos 5 minutos, o camisa 10 holandês colocou caprichosamente na área e Pazzini tinha tempo e espaço para concluir o lance: com um cabeceio no canto direito, a bola somente não entrou porque o goleiro Antonio Rosati realizou grande defesa. Mas no minuto seguinte não teria jeito: Pandev agiu com inteligência e categoria ao dar uma deixadinha com Pazzini, que fez lindo giro estufando o peito e finalizou com um chute cruzado no canto direito. 1a0 Inter e festa em San Siro.
A vantagem no placar deu maior tranqüilidade aos donos da casa, mas nem por isso tornou a partida mais fácil do que anteriormente. Eram raras as jogadas de ataque do "Nerazzurri", e em alguns momentos o adversário até conseguia estabelcer uma pressão. Para dar velocidade nos contra-ataques, Leonardo colocou Philippe Coutinho no lugar de Pandev aos 27 minutos. Na primeira participação do "Pequeno Príncipe", um bonito toque de letra para Maicon. Mas de resto, o jovem brasileiro foi pouco acionado. Aos 37 quem mexeu pela primeira vez foi Luigi De Canio, colocando o brasileiro Jedaias Capucho Neves (vulgo "Jeda") no lugar do uruguaio Guillermo Giacomazzi. No minuto seguinte, Léo trocou Sneijder - que saiu aplaudido de pé pelos torcedores interistas - pelo marroquino Houssine Kharja. Kharja mal havia pisado no gramado e quase saiu o empate dos visitantes: o uruguaio Rubén Olivera desceu pela direita, foi à linha final e tocou atrás para Andrea Bertolacci, que chutou de primeira no canto esquerdo, parando em difícil defesa de Júlio César.
Nos acréscimos, De Canio trocou Giulio Donati por Nenad Tomovic e fez uma mexida que até poderia ter sido realizada antes: saiu o lateral Davide Brivio para a entrada do meio-campista argentino Ignacio Piatti. Com Dejan Stankovic no lugar de Eto'o, a Inter mostrava que iria agarrar o 1a0 do jeito que fosse possível. E conseguiu. A 2 pontos de distância do Milan, o clássico de Milão na próxima rodada pode ser a decisão da temporada italiana. Coloque na agenda: dia 2 de abril tem o jogo entre líder e vice-líder.
Outros resultados
Sábado
Lazio (5º) 1a0 (17º) Cesena
Palermo (8º) 1a0 (1º) Milan
Domingo
Fiorentina (9º) 2a2 (6º) Roma
Juventus (7º) 2a1 (19º) Brescia
Udinese (4º) 2a0 (15º) Catania
Bari (20º) 1a2 (13º) Chievo
Bologna (10º) 1a1 (12º) Genoa
Sampdoria (16º) 0a1 (14º) Parma
Napoli (3º) 2a1 (11º) Cagliari
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sábado, 19 de março de 2011
"Santa Sicília"! Palermo Vence Milan, Freguês No Renzo Barbera
Perdendo 5 partidas consecutivas e sem marcar um único gol nos últimos 4 jogos (período que inclui a troca de treinador: Serse Cosmi assumiu o lugar de Delio Rossi), o Palermo voltou a vencer no Campeonato Italiano exatamente no confronto com o atual líder da competição. E o Milan deve ter pavor de atuar no estádio Renzo Barbera: a última vitória "rossonera" no campo do Palermo ocorreu em 25 de fevereiro de 2006 (2a0). De lá para cá, um empate em 0a0 e 4 vitórias seguidas dos donos da casa.
Com o triunfo por 1a0, o Palermo sacode a poeira e reacende a esperança de buscar um lugar na próxima edição da Liga Europa (está no momento 6 pontos atrás da 6ª colocada, a Roma). Já o Milan pode terminar a 30ª rodada com duas equipes no encalço, a Internazionale e o Napoli, que jogam domingo com Lecce e Cagliari, respectivamente. Detalhe: na próxima rodada tem clássico entre Milan e Inter!
O jogo
Suspenso por conduta violenta, Zlatan Ibrahimovic cumpria suspensão (sequer poderá atuar no clássico de Milão por conta da punição disciplinar). Para a parte ofensiva, Massimiliano Allegri optou por escalar Clarence Seedorf, Antonio Cassano e Alexandre Pato, mantendo Robinho no banco de reservas. Pelo lado do Palermo, o maior desfalque era o do lesionado Mattia Cassani.
As equipes faziam uma partida de intensa disputa no meio do campo e o placar foi aberto em lance de bola parada. Aos 9 minutos, um escanteio cobrado pela esquerda contou com dois desvios de cabeça (o último deles de Giulio Migliaccio) até chegar no romeno Dorin Goian, que puxou a bola com a perna direita e completou com a esquerda para o fundo da rede. 1a0 Palermo.
No minuto seguinte, quase saiu o empate no que seria um troco na mesma moeda. O holandês Clarence Seedorf cobrou escanteio pela esquerda, a bola foi recolhida e cruzada rasteira, atravessando a pequena área e quase sendo alcançada por Alessandro Nesta no segundo pau.
O jogo era escasso de chances criadas. Isso se devia basicamente a dois fatores. O primeiro era que o time do Milan insistia demasiadamente em atuar pela faixa central, setor congestionado pela competente marcação adversária. E o segundo era que a partida era "pegada", apesar de serem raros os cartões exibidos pelo árbitro Paolo Tagliavento (Thiago Silva e Mathieu Flamini deram carrinhos em Mauricio Pinilla e Matteo Darmian que muitos apitadores teriam facilmente mostrado pelo menos o amarelo).
Por motivo de contusão, Allegri já teve de fazer uma alteração aos 16 minutos: Marek Jankulovski por Luca Antonini. O tempo corria e as investidas milanistas eram facilmente neutralizadas pelo sistema defensivo "rosanero" até que Antonio Cassano resolveu dar as caras. Aos 31 minutos, Cassano foi acionado em contra-ataque com liberdade pelo lado direito, avançou em velocidade e chutou firme, mas para fora. Com 33 minutos, o camisa 99 cruzou da intermediária pelo lado direito colocando na área e Mathieu Flamini até tentou, mas não alcançou. Na marca de 39, Cassano recebeu na esquerda, carregou em direção ao centro e chutou forte, mandando muito longe da meta e olhando imediatamente para o gramado, sugerindo que alguma imperfeição na superfície pudesse ter sido a responsável pelo remate torto.
A última chance de empate antes do intervalo ocorreu aos 44 minutos: Seedorf deu belo passe para Gennaro Ivan Gattuso, que acionou Alexandre Pato. Mas antes que o brasileiro pudesse fazer algo, o goleiro Savatore Sirigu agiu rapidamente e foi interceptar nos pés do atacante. O bom goleiro do Palermo, aliás, vem fazendo bela temporada: atuou em todas as partidas na Série A e foi convocado para a seleção italiana, onde será reserva de Gianluigi Buffon.
Por mais que tivesse Robinho entre os suplentes, Allegri trouxe para o segundo tempo o mesmo time que terminara a primeira etapa. Aos 2 minutos, uma saída em bloco do Palermo quase resultou no 2º gol da equipe siciliana: Josip Ilicic recebeu, pegou de primeira e Christian Abbiati defendeu na esquerda. Aos 3 minutos, Migliaccio - um gigante na marcação - roubou a bola de Pato e iniciou o contra-ataque: Pinilla recebeu na esquerda, chutou e Abbiati fez nova defesa.
Após levar esses dois sustos, o Milan teve uma chance aos 6 minutos com Cassano, que recebeu de Seedorf amortecendo no peito, chutou e foi bloqueado pelo zagueiro argentino Ezequiel Muñoz, outro elemento desse time do Palermo que chama a minha atenção positivamente.
No minuto seguinte, veio a 2ª substituição do Milan, dessa vez por opção tática: Mark van Bommel deu lugar para Kevin-Prince Boateng. Na ausência de seu compatriota, Seedorf foi recuado para compôr o meio com Gattuso e Flamini enquanto Prince encostava mais em Pato e Cassano. Como essa receita não poderia dar muito certo, era o Palermo que levava mais perigo: aos 11 minutos, Javier Pastore e Balzaretti tabelaram, o meia argentino centralizou o lance com um toque rasteiro e quase veio o segundo gol numa finalização de carrinho, que passou à esquerda.
Pato fazia cara de incomodado. Mas não era exatamente pelo desenho do jogo, e sim por sentir o que talvez seja alguma lesão. Sem outra alternativa, Allegri trocou um brasileiro por outro e colocou Robinho no jogo aos 18 minutos. Robinho entrou bem, participando da maioria dos lances ofensivos da equipe. No minuto seguinte ao de sua entrada, tocou rasteiro da linha-de-fundo para Flamini, que pegou de primeira e parou em bela defesa de Sirigu. Aos 23 minutos quem tratou de dar o chute foi o próprio Robinho, mas lá estava Sirigu para defender com segurança.
Serse Cosme, então, fez suas duas primeiras substituições na partida. Aos 24 minutos, Armin Bacinovic deu lugar para Afriyie Acquah. Aos 28 minutos quem entrou foi Fabrizio Miccoli. Fiquei animado com a possibilidade desse veloz jogador ligar os contra-ataques com o auxílio de Pastore, mas para minha surpresa quem saiu foi exatamente o habilidoso camisa 27. Entre uma mexida e outra, Robinho descolou uma finalização aos 25 minutos e - adivinhe - parou em defesa de Sirigu, que rebateu o chute cruzado do camisa 70.
Mas a intervenção mais interessante do arqueiro de 24 anos aconteceria aos 33 minutos: Gattuso estava de frente com o goleiro quando cabeceou e Sirigu, unindo reflexo com agilidade, saltou para espalmar, evitando o empate. Parece que o nome de "Salvatore" foi profético.
O Palermo, por mais que às vezes fosse dominado territorialmente, em momento algum abdicou de atacar. Aos 36 minutos, Miccoli fez jogada individual pela esquerda, chutou e Abbiati defendeu em dois tempos.
Com 42 minutos no relógio, a mexida derradeira: saiu o chileno Pinilla e entrou o uruguaio Abel Hernández, num troca-troca de atacantes sul-americanos. E foi o próprio Abel quem teve a última chance clara de mexer no placar. Aos 45 minutos, o Palermo contra-atacou com Miccoli e Hernández pra cima do solitário Thiago Silva e, após bela tabela que deixou o zagueiro brasileiro para trás, Abel, de frente com Abbiati, chutou de bico, cruzado, mandando à esquerda. Se saísse um gol dos visitantes durante o acréscimo de quatro minutos, esse teria sido o típico desperdício a ser lembrado no pós-jogo. Mas o 1a0 foi mantido, para festa no Renzo Barbera e na Sicília de modo geral.
Com o triunfo por 1a0, o Palermo sacode a poeira e reacende a esperança de buscar um lugar na próxima edição da Liga Europa (está no momento 6 pontos atrás da 6ª colocada, a Roma). Já o Milan pode terminar a 30ª rodada com duas equipes no encalço, a Internazionale e o Napoli, que jogam domingo com Lecce e Cagliari, respectivamente. Detalhe: na próxima rodada tem clássico entre Milan e Inter!
O jogo
Suspenso por conduta violenta, Zlatan Ibrahimovic cumpria suspensão (sequer poderá atuar no clássico de Milão por conta da punição disciplinar). Para a parte ofensiva, Massimiliano Allegri optou por escalar Clarence Seedorf, Antonio Cassano e Alexandre Pato, mantendo Robinho no banco de reservas. Pelo lado do Palermo, o maior desfalque era o do lesionado Mattia Cassani.
As equipes faziam uma partida de intensa disputa no meio do campo e o placar foi aberto em lance de bola parada. Aos 9 minutos, um escanteio cobrado pela esquerda contou com dois desvios de cabeça (o último deles de Giulio Migliaccio) até chegar no romeno Dorin Goian, que puxou a bola com a perna direita e completou com a esquerda para o fundo da rede. 1a0 Palermo.
No minuto seguinte, quase saiu o empate no que seria um troco na mesma moeda. O holandês Clarence Seedorf cobrou escanteio pela esquerda, a bola foi recolhida e cruzada rasteira, atravessando a pequena área e quase sendo alcançada por Alessandro Nesta no segundo pau.
O jogo era escasso de chances criadas. Isso se devia basicamente a dois fatores. O primeiro era que o time do Milan insistia demasiadamente em atuar pela faixa central, setor congestionado pela competente marcação adversária. E o segundo era que a partida era "pegada", apesar de serem raros os cartões exibidos pelo árbitro Paolo Tagliavento (Thiago Silva e Mathieu Flamini deram carrinhos em Mauricio Pinilla e Matteo Darmian que muitos apitadores teriam facilmente mostrado pelo menos o amarelo).
Por motivo de contusão, Allegri já teve de fazer uma alteração aos 16 minutos: Marek Jankulovski por Luca Antonini. O tempo corria e as investidas milanistas eram facilmente neutralizadas pelo sistema defensivo "rosanero" até que Antonio Cassano resolveu dar as caras. Aos 31 minutos, Cassano foi acionado em contra-ataque com liberdade pelo lado direito, avançou em velocidade e chutou firme, mas para fora. Com 33 minutos, o camisa 99 cruzou da intermediária pelo lado direito colocando na área e Mathieu Flamini até tentou, mas não alcançou. Na marca de 39, Cassano recebeu na esquerda, carregou em direção ao centro e chutou forte, mandando muito longe da meta e olhando imediatamente para o gramado, sugerindo que alguma imperfeição na superfície pudesse ter sido a responsável pelo remate torto.
A última chance de empate antes do intervalo ocorreu aos 44 minutos: Seedorf deu belo passe para Gennaro Ivan Gattuso, que acionou Alexandre Pato. Mas antes que o brasileiro pudesse fazer algo, o goleiro Savatore Sirigu agiu rapidamente e foi interceptar nos pés do atacante. O bom goleiro do Palermo, aliás, vem fazendo bela temporada: atuou em todas as partidas na Série A e foi convocado para a seleção italiana, onde será reserva de Gianluigi Buffon.
Por mais que tivesse Robinho entre os suplentes, Allegri trouxe para o segundo tempo o mesmo time que terminara a primeira etapa. Aos 2 minutos, uma saída em bloco do Palermo quase resultou no 2º gol da equipe siciliana: Josip Ilicic recebeu, pegou de primeira e Christian Abbiati defendeu na esquerda. Aos 3 minutos, Migliaccio - um gigante na marcação - roubou a bola de Pato e iniciou o contra-ataque: Pinilla recebeu na esquerda, chutou e Abbiati fez nova defesa.
Após levar esses dois sustos, o Milan teve uma chance aos 6 minutos com Cassano, que recebeu de Seedorf amortecendo no peito, chutou e foi bloqueado pelo zagueiro argentino Ezequiel Muñoz, outro elemento desse time do Palermo que chama a minha atenção positivamente.
No minuto seguinte, veio a 2ª substituição do Milan, dessa vez por opção tática: Mark van Bommel deu lugar para Kevin-Prince Boateng. Na ausência de seu compatriota, Seedorf foi recuado para compôr o meio com Gattuso e Flamini enquanto Prince encostava mais em Pato e Cassano. Como essa receita não poderia dar muito certo, era o Palermo que levava mais perigo: aos 11 minutos, Javier Pastore e Balzaretti tabelaram, o meia argentino centralizou o lance com um toque rasteiro e quase veio o segundo gol numa finalização de carrinho, que passou à esquerda.
Pato fazia cara de incomodado. Mas não era exatamente pelo desenho do jogo, e sim por sentir o que talvez seja alguma lesão. Sem outra alternativa, Allegri trocou um brasileiro por outro e colocou Robinho no jogo aos 18 minutos. Robinho entrou bem, participando da maioria dos lances ofensivos da equipe. No minuto seguinte ao de sua entrada, tocou rasteiro da linha-de-fundo para Flamini, que pegou de primeira e parou em bela defesa de Sirigu. Aos 23 minutos quem tratou de dar o chute foi o próprio Robinho, mas lá estava Sirigu para defender com segurança.
Serse Cosme, então, fez suas duas primeiras substituições na partida. Aos 24 minutos, Armin Bacinovic deu lugar para Afriyie Acquah. Aos 28 minutos quem entrou foi Fabrizio Miccoli. Fiquei animado com a possibilidade desse veloz jogador ligar os contra-ataques com o auxílio de Pastore, mas para minha surpresa quem saiu foi exatamente o habilidoso camisa 27. Entre uma mexida e outra, Robinho descolou uma finalização aos 25 minutos e - adivinhe - parou em defesa de Sirigu, que rebateu o chute cruzado do camisa 70.
Mas a intervenção mais interessante do arqueiro de 24 anos aconteceria aos 33 minutos: Gattuso estava de frente com o goleiro quando cabeceou e Sirigu, unindo reflexo com agilidade, saltou para espalmar, evitando o empate. Parece que o nome de "Salvatore" foi profético.
O Palermo, por mais que às vezes fosse dominado territorialmente, em momento algum abdicou de atacar. Aos 36 minutos, Miccoli fez jogada individual pela esquerda, chutou e Abbiati defendeu em dois tempos.
Com 42 minutos no relógio, a mexida derradeira: saiu o chileno Pinilla e entrou o uruguaio Abel Hernández, num troca-troca de atacantes sul-americanos. E foi o próprio Abel quem teve a última chance clara de mexer no placar. Aos 45 minutos, o Palermo contra-atacou com Miccoli e Hernández pra cima do solitário Thiago Silva e, após bela tabela que deixou o zagueiro brasileiro para trás, Abel, de frente com Abbiati, chutou de bico, cruzado, mandando à esquerda. Se saísse um gol dos visitantes durante o acréscimo de quatro minutos, esse teria sido o típico desperdício a ser lembrado no pós-jogo. Mas o 1a0 foi mantido, para festa no Renzo Barbera e na Sicília de modo geral.
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Um Porto Seguro Para Seguir Na Liga Europa
Após ter vencido por 1a0 em Moscou no jogo de ida, o Porto confirmou a classificação para a fase quartas-de-final na Liga Europa sem maiores sustos, vencendo o CSKA no estádio do Dragão por 2a1. A equipe comandada por André Villas-Boas esteve longe de jogar um bom futebol, mas fez mais que o suficiente para administrar o resultado.
O jogo
"With You Japan". Antes de a bola rolar, uma faixa com esses dizeres (na tradução direta "Com Você Japão") tem sido estendida em homenagem à população japonesa, que vem passando por momentos adversos após a ocorrência de intensos tremores. Durante a prestação do 1 minuto de silêncio, as câmeras muitas vezes focalizaram em Keisuke Honda, único atleta japonês a atuar nessa partida.
Com o jogo iniciado, bastaram 45 segundos para o Porto já impedir qualquer possibilidade de prorrogação: Hulk cobrou falta pela direita colocando a bola na área, Guarín foi tentar o cabeceio e a bola entrou no canto direito, tocando na trave antes de ir para a rede. Se o gol foi de Hulk ou de Guarín? Bem, a trajetória da bola praticamente não foi modificada, mas acho que alguns fios de cabelo do colombiano resvalaram na redonda, o que confere o gol ao meio-campista.
O Porto pouco produzia mas nada era incomodado. Aos 23 minutos, o CSKA tratou de se atrapalhar praticamente sozinho para permitir o segundo gol português: Sergei Ignashevich recuou de cabeça, Igor Akinfeev saltou para evitar o escanteio mas não imaginava que a bola fosse ser recolhida por James Rodríguez lá no flanco esquerdo. Aliás, James o tempo todo acreditou no lance, pressionando Ignashevich e indo buscar a bola quando da rebatida de Akinfeev. Então, veio o cruzamento para a área, Falcão García não conseguiu cabecear e Guarín encheu o pé no canto esquerdo. 2a0.
Os russos não tinham mais o que fazer a não ser se mandarem ao ataque, e aos 28 minutos fizeram isso muito bem: Alan Dzagoev passou para Zoran Tosic que, livre e em posição legal graças ao fato de o romeno Cristian Sapunaru não ter acompanhado a linha de impedimento, colocou cruzado com consciência no canto direito, diminuindo a desvantagem.
Após o gol dos visitantes, o Porto encaixou a marcação mas seguia sem sair para o jogo sem aquele ímpeto de buscar mais gols. Resultado: o primeiro tempo caminhou ao intervalo sem novas emoções, a não ser algumas entradas faltosas e reclamações que renderam distribuição de cartões amarelos por parte do holandês Kevin Blom.
Logo no início da segunda etapa, um breve vacilo da zaga portista quase resultou no gol de empate russo: com 1 minuto, Evgeni Aldonin recuperou a bola na área mas chutou para fora. André Villas-Boas resolveu fortalecer a marcação no meio e trocou James Rodríguez por Fernando Belluschi aos 6 minutos. Dois minutos depois de entrar, Belluschi cobrou escanteio pela esquerda, Rolando Jorge levou vantagem na disputa aérea com Ignashevich mas cabeceou acima da barra.
Com um desenho de jogo que não apresentava muitas perspectivas ao seu time, o treinador Leonid Viktorovich Slutsky mexeu no CSKA. Aos 19 minutos, saiu o inoperante Seydou Doumbia para a entrada do também atacante Tomas Necid. A bola seguia sem chegar nos homens de frente e aos 26 minutos Leonid Slutsky mexeu no meio: Tosic por Sekou Jabateh Oliseh. O jovem jogador da Libéria até se esforçava, buscava a bola, mas na prática quase nada mudou. Aos 28 minutos, a substituição derradeira de Slutsky: Dzagoev pelo chileno Mark González. Sinceramente, para um time que necessitava de pelo menos dois gols e tinha dificuldades de criação, fica absolutamente descabido tirar tanto Tosic quanto Dzagoev.
Com Vágner Love previsível e sendo facilmente marcado, o CSKA dependia basicamente de Honda (que muitas das vezes parecia estar no fuso-horário japonês, o que no contexto atual é plenamente compreensível). Então, a tarefa do Porto foi facilitada e Villas-Boas povoou ainda mais o meio-campo com suas duas últimas substituições, que foram: Falcão García por Silvestre Varela e Hulk por Cristian Rodríguez. Aos trancos e barrancos, utilizando-se mais do empenho do que de habilidade, Love escapou de pelo menos dois oponentes e chutou cruzado, mandado à esquerda aos 44 minutos. Foi aguardar o apito final.
Portugal segue com 3 representantes no torneio: além do Porto, estarão nas quartas o Braga (que passou pelo Liverpool) e o Benfica (que eliminou o Paris Saint-Germain). O sorteio que define os cruzamentos acontece nessa sexta-feira. Será que teremos algum duelo lusitano?
Outros resultados
Rangers 0a1 PSV (0a1 no agregado)
Villarreal 2a1 Bayer Leverkusen (5a3 no agregado)
Liverpool 0a0 Braga (0a1 no agregado)
Paris Saint-Germain 1a1 Benfica (2a3 no agregado)
Manchester City 1a0 Dynamo de Kiev (1a2 no agregado)
Zenit St. Petersburg 2a0 Twente (2a3 no agregado)
Spartak Moscou 3a0 Ajax (4a0 no agregado)
O jogo
"With You Japan". Antes de a bola rolar, uma faixa com esses dizeres (na tradução direta "Com Você Japão") tem sido estendida em homenagem à população japonesa, que vem passando por momentos adversos após a ocorrência de intensos tremores. Durante a prestação do 1 minuto de silêncio, as câmeras muitas vezes focalizaram em Keisuke Honda, único atleta japonês a atuar nessa partida.
Com o jogo iniciado, bastaram 45 segundos para o Porto já impedir qualquer possibilidade de prorrogação: Hulk cobrou falta pela direita colocando a bola na área, Guarín foi tentar o cabeceio e a bola entrou no canto direito, tocando na trave antes de ir para a rede. Se o gol foi de Hulk ou de Guarín? Bem, a trajetória da bola praticamente não foi modificada, mas acho que alguns fios de cabelo do colombiano resvalaram na redonda, o que confere o gol ao meio-campista.
O Porto pouco produzia mas nada era incomodado. Aos 23 minutos, o CSKA tratou de se atrapalhar praticamente sozinho para permitir o segundo gol português: Sergei Ignashevich recuou de cabeça, Igor Akinfeev saltou para evitar o escanteio mas não imaginava que a bola fosse ser recolhida por James Rodríguez lá no flanco esquerdo. Aliás, James o tempo todo acreditou no lance, pressionando Ignashevich e indo buscar a bola quando da rebatida de Akinfeev. Então, veio o cruzamento para a área, Falcão García não conseguiu cabecear e Guarín encheu o pé no canto esquerdo. 2a0.
Os russos não tinham mais o que fazer a não ser se mandarem ao ataque, e aos 28 minutos fizeram isso muito bem: Alan Dzagoev passou para Zoran Tosic que, livre e em posição legal graças ao fato de o romeno Cristian Sapunaru não ter acompanhado a linha de impedimento, colocou cruzado com consciência no canto direito, diminuindo a desvantagem.
Após o gol dos visitantes, o Porto encaixou a marcação mas seguia sem sair para o jogo sem aquele ímpeto de buscar mais gols. Resultado: o primeiro tempo caminhou ao intervalo sem novas emoções, a não ser algumas entradas faltosas e reclamações que renderam distribuição de cartões amarelos por parte do holandês Kevin Blom.
Logo no início da segunda etapa, um breve vacilo da zaga portista quase resultou no gol de empate russo: com 1 minuto, Evgeni Aldonin recuperou a bola na área mas chutou para fora. André Villas-Boas resolveu fortalecer a marcação no meio e trocou James Rodríguez por Fernando Belluschi aos 6 minutos. Dois minutos depois de entrar, Belluschi cobrou escanteio pela esquerda, Rolando Jorge levou vantagem na disputa aérea com Ignashevich mas cabeceou acima da barra.
Com um desenho de jogo que não apresentava muitas perspectivas ao seu time, o treinador Leonid Viktorovich Slutsky mexeu no CSKA. Aos 19 minutos, saiu o inoperante Seydou Doumbia para a entrada do também atacante Tomas Necid. A bola seguia sem chegar nos homens de frente e aos 26 minutos Leonid Slutsky mexeu no meio: Tosic por Sekou Jabateh Oliseh. O jovem jogador da Libéria até se esforçava, buscava a bola, mas na prática quase nada mudou. Aos 28 minutos, a substituição derradeira de Slutsky: Dzagoev pelo chileno Mark González. Sinceramente, para um time que necessitava de pelo menos dois gols e tinha dificuldades de criação, fica absolutamente descabido tirar tanto Tosic quanto Dzagoev.
Com Vágner Love previsível e sendo facilmente marcado, o CSKA dependia basicamente de Honda (que muitas das vezes parecia estar no fuso-horário japonês, o que no contexto atual é plenamente compreensível). Então, a tarefa do Porto foi facilitada e Villas-Boas povoou ainda mais o meio-campo com suas duas últimas substituições, que foram: Falcão García por Silvestre Varela e Hulk por Cristian Rodríguez. Aos trancos e barrancos, utilizando-se mais do empenho do que de habilidade, Love escapou de pelo menos dois oponentes e chutou cruzado, mandado à esquerda aos 44 minutos. Foi aguardar o apito final.
Portugal segue com 3 representantes no torneio: além do Porto, estarão nas quartas o Braga (que passou pelo Liverpool) e o Benfica (que eliminou o Paris Saint-Germain). O sorteio que define os cruzamentos acontece nessa sexta-feira. Será que teremos algum duelo lusitano?
Outros resultados
Rangers 0a1 PSV (0a1 no agregado)
Villarreal 2a1 Bayer Leverkusen (5a3 no agregado)
Liverpool 0a0 Braga (0a1 no agregado)
Paris Saint-Germain 1a1 Benfica (2a3 no agregado)
Manchester City 1a0 Dynamo de Kiev (1a2 no agregado)
Zenit St. Petersburg 2a0 Twente (2a3 no agregado)
Spartak Moscou 3a0 Ajax (4a0 no agregado)
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Jogando Bem, Fica O Sonho: Águias Seguem Vivas Na Liga Europa
Com uma equipe compacta que apresentava organização defensiva e velocidade para contra-atacar, o Benfica conseguiu a classificação com um empate por 1a1 diante do Paris Saint-Germain, no estádio Parc des Princes, na capital francesa. Como haviam vencido em Portugal por 2a1 na partida de ida, os benfiquistas garantiram a classificação para a fase quartas-de-final na Liga Europa.
O jogo
Era difícil, desde o início, envolver o sistema defensivo do Benfica através do toque de bola. Então, os donos da casa trataram de tentar a finalização lançando a bola na área. Aos 10 minutos, Nenê recebeu dentro da área em liberdade e finalizou para fora, após marcação de um impedimento para lá de duvidoso. 12 minutos depois, uma nova inversão acionando Nenê mais uma vez pelo lado esquerdo no interior da área e novo remate para fora, dessa vez sem marcação de impedimento.
O Benfica não chegava tanto ao ataque, mas guardou seu primeiro chute a gol justamente para inaugurar o placar em Paris aos 26 minutos: a equipe saiu em contra-ataque com grande velocidade (eram 5 atacando para 4 defendendo), o argentino Eduardo Salvio abriu na esquerda para o compatritota Nicolas Gaitán e o camisa 20 surpreendeu o goleiro camaronês Apoula Edima Bete Edel quando decidiu chutar de fora da área, mandando firme no canto direito. Apoula Edel até chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol benfiquista.
O PSG não se abateu e logo no minuto seguinte ficou perto de empatar a partida: Mathieu Bodmer deu belo passe para o francês naturalizado turco Mevlüt Erdinç que, livre, teve o chute prensado nas pernas do goleiro espanhol Roberto Jiménez. Aos 34 minutos saiu o empate: o brasileiro Ceará alçou na área, Erdinç ajeitou de cabeça e Bodmer emendou bonito chute no canto direito, sem defesa para Roberto Jiménez. 1a1.
A torcida fazia barulho e incentivava a equipe da casa a virar o jogo ainda no primeiro tempo. Aos 36 minutos, Nenê veio de trás com a bola dominada, ameaçou chutar e rolou para Erdinç. O atacante estava livre, mas provavelmente não acreditou que a bola seria rolada para ele e acabou não chegando nela. Com 45 minutos, o experiente volante Claude Makélélé foi esperto ao optar por cobrar uma falta rapidamente tocando para Nenê, que chutou de fora da área e mandou perto da trave direita.
No segundo tempo, o Benfica passou a ter mais oportunidades em contra-ataques do que tivera na primeira etapa. Fábio Coentrão passou a se apresentar mais vezes no ataque e rotineiramente causava dificuldades para a defesa francesa. Para povoar mais o meio-campo, o treinador Jorge Jesus trocou o atacante argentino Javier Pedro Saviola por Carlos Martins aos 18 minutos. Já Antoine Kombouare promoveu uma dupla mexida aos 22: Erdinç e Bodmer por Guillaume Hoarau e o veterano Ludovic Giuly.
Ainda assim, era o Benfica quem mais levava perigo e o treinador francês resolveu partir pro tudo ou nada aos 32 minutos, tirando o lateral-direito Ceará para colocar o atacante Jean Maurice. No mesmo minuto, chance incrível para o Paris Saint-Germain chegar ao 2º gol: bola levantada da esquerda, a defesa não conseguiu afastar, Maurice apenas resvalou na tentativa de pegar de bicicleta e a bola sobrou limpa para Hoarau na pequena área. O que parecia um gol certo virou uma defesaça do goleiro Roberto, que foi buscar com o pé esquerdo.
Provavelmente temeroso após aquele lance, o treinador português colocou mais um defensor em campo: entrou César Peixoto no lugar do meia argentino Pablo Aimar. Dessa forma, Coentrão foi liberado para jogar mais à frente e aos 36 minutos mostrou o quanto pode ser útil ofensivamente, arrancando em velocidade e sendo parado somente no carrinho faltoso de Sylvain Armand, que levou cartão amarelo pela entrada. Na marca de 41 minutos, Nico Gaitán puxou contra-ataque de 3 contra 3 e preparou o passe para o lado direito buscando Carlos Martins, mas o ótimo zagueiro Mamadou Sakho interceptou a jogada em mais uma de suas grandes intervenções na partida. Sakho, aliás, foi um dos principais jogadores em campo: com grande noção de tempo e espaço, esse jovem de 21 anos tem todos os ingredientes para se tornar um dos melhores defensores do futebol mundial.
Com 44 minutos, Jorge Jesus passou a focar definitivamente na defesa: tirou Gaitán e pôs o zagueiro brasileiro Jardel Nivaldo Vieira, que entrou em campo com a cabeça enfaixada. O escocês William Collum indicou 5 minutos como acréscimo e foi exatamente na marca dos 50 no cronômetro que o Paris Saint-Germain teve sua chance derradeira de pelo menos forçar a prorrogação: Christophe Jallet recebeu na direita, deu ótimo passe para Maurice e o atacante ficou livre e em posição legal para virar o jogo. Mas acabou escorregando o pé de apoio e o que era para ser uma finalização com altas chances de gol virou uma deixadinha para o goleiro Roberto defender sem maiores transtornos.
Se por um lado parece impossível tirar a diferença para o líder Porto no Campeonato Português (são 13 pontos de desvantagem faltando 7 rodadas), por outro seguem as esperanças da conquista continental por parte das Águias.
O jogo
Era difícil, desde o início, envolver o sistema defensivo do Benfica através do toque de bola. Então, os donos da casa trataram de tentar a finalização lançando a bola na área. Aos 10 minutos, Nenê recebeu dentro da área em liberdade e finalizou para fora, após marcação de um impedimento para lá de duvidoso. 12 minutos depois, uma nova inversão acionando Nenê mais uma vez pelo lado esquerdo no interior da área e novo remate para fora, dessa vez sem marcação de impedimento.
O Benfica não chegava tanto ao ataque, mas guardou seu primeiro chute a gol justamente para inaugurar o placar em Paris aos 26 minutos: a equipe saiu em contra-ataque com grande velocidade (eram 5 atacando para 4 defendendo), o argentino Eduardo Salvio abriu na esquerda para o compatritota Nicolas Gaitán e o camisa 20 surpreendeu o goleiro camaronês Apoula Edima Bete Edel quando decidiu chutar de fora da área, mandando firme no canto direito. Apoula Edel até chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol benfiquista.
O PSG não se abateu e logo no minuto seguinte ficou perto de empatar a partida: Mathieu Bodmer deu belo passe para o francês naturalizado turco Mevlüt Erdinç que, livre, teve o chute prensado nas pernas do goleiro espanhol Roberto Jiménez. Aos 34 minutos saiu o empate: o brasileiro Ceará alçou na área, Erdinç ajeitou de cabeça e Bodmer emendou bonito chute no canto direito, sem defesa para Roberto Jiménez. 1a1.
A torcida fazia barulho e incentivava a equipe da casa a virar o jogo ainda no primeiro tempo. Aos 36 minutos, Nenê veio de trás com a bola dominada, ameaçou chutar e rolou para Erdinç. O atacante estava livre, mas provavelmente não acreditou que a bola seria rolada para ele e acabou não chegando nela. Com 45 minutos, o experiente volante Claude Makélélé foi esperto ao optar por cobrar uma falta rapidamente tocando para Nenê, que chutou de fora da área e mandou perto da trave direita.
No segundo tempo, o Benfica passou a ter mais oportunidades em contra-ataques do que tivera na primeira etapa. Fábio Coentrão passou a se apresentar mais vezes no ataque e rotineiramente causava dificuldades para a defesa francesa. Para povoar mais o meio-campo, o treinador Jorge Jesus trocou o atacante argentino Javier Pedro Saviola por Carlos Martins aos 18 minutos. Já Antoine Kombouare promoveu uma dupla mexida aos 22: Erdinç e Bodmer por Guillaume Hoarau e o veterano Ludovic Giuly.
Ainda assim, era o Benfica quem mais levava perigo e o treinador francês resolveu partir pro tudo ou nada aos 32 minutos, tirando o lateral-direito Ceará para colocar o atacante Jean Maurice. No mesmo minuto, chance incrível para o Paris Saint-Germain chegar ao 2º gol: bola levantada da esquerda, a defesa não conseguiu afastar, Maurice apenas resvalou na tentativa de pegar de bicicleta e a bola sobrou limpa para Hoarau na pequena área. O que parecia um gol certo virou uma defesaça do goleiro Roberto, que foi buscar com o pé esquerdo.
Provavelmente temeroso após aquele lance, o treinador português colocou mais um defensor em campo: entrou César Peixoto no lugar do meia argentino Pablo Aimar. Dessa forma, Coentrão foi liberado para jogar mais à frente e aos 36 minutos mostrou o quanto pode ser útil ofensivamente, arrancando em velocidade e sendo parado somente no carrinho faltoso de Sylvain Armand, que levou cartão amarelo pela entrada. Na marca de 41 minutos, Nico Gaitán puxou contra-ataque de 3 contra 3 e preparou o passe para o lado direito buscando Carlos Martins, mas o ótimo zagueiro Mamadou Sakho interceptou a jogada em mais uma de suas grandes intervenções na partida. Sakho, aliás, foi um dos principais jogadores em campo: com grande noção de tempo e espaço, esse jovem de 21 anos tem todos os ingredientes para se tornar um dos melhores defensores do futebol mundial.
Com 44 minutos, Jorge Jesus passou a focar definitivamente na defesa: tirou Gaitán e pôs o zagueiro brasileiro Jardel Nivaldo Vieira, que entrou em campo com a cabeça enfaixada. O escocês William Collum indicou 5 minutos como acréscimo e foi exatamente na marca dos 50 no cronômetro que o Paris Saint-Germain teve sua chance derradeira de pelo menos forçar a prorrogação: Christophe Jallet recebeu na direita, deu ótimo passe para Maurice e o atacante ficou livre e em posição legal para virar o jogo. Mas acabou escorregando o pé de apoio e o que era para ser uma finalização com altas chances de gol virou uma deixadinha para o goleiro Roberto defender sem maiores transtornos.
Se por um lado parece impossível tirar a diferença para o líder Porto no Campeonato Português (são 13 pontos de desvantagem faltando 7 rodadas), por outro seguem as esperanças da conquista continental por parte das Águias.
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Sentindo-se Em Casa No Castelão, Flamengo Goleia Fortaleza E Se Classifica
Disputando cada clube a sua 17ª Copa do Brasil, Fortaleza e Flamengo duelaram no estádio Governador Plácido Aderaldo Castelo (vulgo Castelão) e o Rubronegro Carioca conseguiu uma vitória por 3a0 que dispensa a partida de volta, já garantindo vaga na fase oitavas-de-final da competição. O resultado é o mesmo do da última vez que Fortaleza e Flamengo se enfrentaram, curiosamente nesse mesmo estádio e também pela Copa do Brasil (naquela oportunidade, as equipes haviam empatado sem gol no Rio de Janeiro e o Fla garantiu presença nas quartas-de-final com gols de Kléberson, Juan e Émerson, no dia 6 de maio de 2009).
O jogo
Pouco antes de a partida ser iniciada, o treinador Flávio Araújo foi perguntado sobre qual seria a tática da equipe da casa para a partida. E, de forma evasiva, respondeu que quando a bola rolasse todos tomariam conhecimento. O "Leão" até começou o jogo bem, colocando o goleiro Felipe para trabalhar aos 2 minutos, quando Bismarck chutou alto, de fora da área. Bismarck, aliás, estava orgulhoso da marca de 100 jogos no Fortaleza: vestia a camisa com 3 algarismos e raspou na cabeça o numeral centenário. Um feito que ganha destaque se levarmos em consideração a idade do atleta, que está com 20 anos.
Passada a empolgação inicial da equipe mandante, a superioridade técnica flamenguista foi sendo explicitada aos poucos. Até que aos 20 minutos ela foi revertida em gol: Thiago Neves recebeu de Ronaldinho Gaúcho e, dentro da grande área pelo lado esquerdo e próximo da linha-de-fundo, tocou atrás para Renato Abreu. Conhecido pelo potente chute com a perna esquerda, naquele momento Renato levou a direita para a bola e acertou um remate forte que leva a crer que o pé direito serve para algo mais do que subir em ônibus. 1a0 Flamengo.
O Fortaleza tentou responder aos 27 em chegada de Luciano Henrique, que recebeu pela esquerda, pegou embaixo na bola visando encobrir Felipe mas o goleiro conseguiu espalmar em escanteio. Escanteio. Algo que o Flamengo teria o direito de cobrar aos 43 minutos, quando Egídio cruzou da esquerda e um desvio na marcação de Roniery levou a bola até a rede externa. Mas o árbitro Nielson Nogueira Dias indicou tiro-de-meta. Nielson, aliás, experimentou uma suspensão no ano passado após apitar pênalti polêmico para o São Paulo em jogo onde o Tricolor venceu o Cruzeiro, em Minas, por 2a0. Dessa vez não vi má-fé no árbitro, pareceu um erro técnico mesmo.
Os times voltaram com os mesmos jogadores para o segundo tempo, mas algo mudou na equipe do Fortaleza: Reginaldo Júnior passou a atuar mais aberto pela direita e tornou-se um elemento que causava dificuldades ao sistema defensivo do Flamengo, sobretudo quando explorava as subidas de Egídio. Visando neutralizar essas investidas do adversário, Vanderlei Luxemburgo agiu aos 9 minutos trocando Egídio por Ronaldo Angelim, figura conhecida do futebol cearense e que reforçaria a marcação por aquele setor. Flávio Araújo também resolveu mexer e aos 12 minutos trocou Léo Andrade por Tatu. Mas antes que Tatu pudesse mesmo esboçar encontrar alguma toca, o Flamengo chegou ao 2º gol aos 14 minutos: Ronaldinho recolheu na esquerda, cruzou, Thiago Neves não pegou em cheio na tentativa de voleio e acabou dando um passe involuntariamente para Wanderley. Com o faro de gol típico de um centroavante, o xará do treinador cabeceou no contrapé do goleiro Fabiano para colocar 2a0 no placar.
O resultado de 2 gols de diferença nessa fase da competição elimina a necessidade de um jogo de volta. Aos 16 minutos, Flávio Araújo realizou sua 2ª mexida: saiu Luciano Henrique para a entrada de Adriano Pimenta. 7 minutos depois, Luxemburgo também mexeu: Wanderley pelo argentino Dario Bottinelli.
Sem apresentar jogadas coletivas que pudessem aproximar a equipe da área adversária, o Fortaleza limitáva-se a tentar em remates de longa distância. Num deles, aos 29 minutos, Gilmak chutou da intermediária e Felipe bateu roupa, mas a rebatida foi afastada pela defesa. 5 minutos mais tarde, Bismarck saiu para a entrada de Eduardo, meio-campista de 17 anos. Mais 5 minutos passados e veio a última substituição do jogo, Thiago Neves por Diego Maurício.
Pela postura do Fortaleza e supremacia do Flamengo em campo, o 2a0 já parecia assegurar a classificação. Mas, pra garantir de vez a vaga na próxima fase, veio o 3º gol aos 46 minutos: Ronaldinho Gaúcho tomou a iniciativa carregando a bola dominada, serviu Diego Maurício, e o atacante campeão no Sul-Americano Sub-20 com a seleção brasileira chutou rasteiro no canto esquerdo, no contrapé de Fabiano. 3a0 e fim de papo no Castelão, que ficará aberto até o dia 31 de março e aí começará as obras visando o Mundial de 2014.
Outros resultados
Botafogo/PB 0a1 Caxias
Sampaio Corrêa 3a2 Santo André
Ipatinga 1a1 Avaí
Brasiliense 0a0 Ceará
Uberaba 0a4 Palmeiras (não haverá jogo de volta)
Bangu 0a2 Náutico (não haverá jogo de volta)
O jogo
Pouco antes de a partida ser iniciada, o treinador Flávio Araújo foi perguntado sobre qual seria a tática da equipe da casa para a partida. E, de forma evasiva, respondeu que quando a bola rolasse todos tomariam conhecimento. O "Leão" até começou o jogo bem, colocando o goleiro Felipe para trabalhar aos 2 minutos, quando Bismarck chutou alto, de fora da área. Bismarck, aliás, estava orgulhoso da marca de 100 jogos no Fortaleza: vestia a camisa com 3 algarismos e raspou na cabeça o numeral centenário. Um feito que ganha destaque se levarmos em consideração a idade do atleta, que está com 20 anos.
Passada a empolgação inicial da equipe mandante, a superioridade técnica flamenguista foi sendo explicitada aos poucos. Até que aos 20 minutos ela foi revertida em gol: Thiago Neves recebeu de Ronaldinho Gaúcho e, dentro da grande área pelo lado esquerdo e próximo da linha-de-fundo, tocou atrás para Renato Abreu. Conhecido pelo potente chute com a perna esquerda, naquele momento Renato levou a direita para a bola e acertou um remate forte que leva a crer que o pé direito serve para algo mais do que subir em ônibus. 1a0 Flamengo.
O Fortaleza tentou responder aos 27 em chegada de Luciano Henrique, que recebeu pela esquerda, pegou embaixo na bola visando encobrir Felipe mas o goleiro conseguiu espalmar em escanteio. Escanteio. Algo que o Flamengo teria o direito de cobrar aos 43 minutos, quando Egídio cruzou da esquerda e um desvio na marcação de Roniery levou a bola até a rede externa. Mas o árbitro Nielson Nogueira Dias indicou tiro-de-meta. Nielson, aliás, experimentou uma suspensão no ano passado após apitar pênalti polêmico para o São Paulo em jogo onde o Tricolor venceu o Cruzeiro, em Minas, por 2a0. Dessa vez não vi má-fé no árbitro, pareceu um erro técnico mesmo.
Os times voltaram com os mesmos jogadores para o segundo tempo, mas algo mudou na equipe do Fortaleza: Reginaldo Júnior passou a atuar mais aberto pela direita e tornou-se um elemento que causava dificuldades ao sistema defensivo do Flamengo, sobretudo quando explorava as subidas de Egídio. Visando neutralizar essas investidas do adversário, Vanderlei Luxemburgo agiu aos 9 minutos trocando Egídio por Ronaldo Angelim, figura conhecida do futebol cearense e que reforçaria a marcação por aquele setor. Flávio Araújo também resolveu mexer e aos 12 minutos trocou Léo Andrade por Tatu. Mas antes que Tatu pudesse mesmo esboçar encontrar alguma toca, o Flamengo chegou ao 2º gol aos 14 minutos: Ronaldinho recolheu na esquerda, cruzou, Thiago Neves não pegou em cheio na tentativa de voleio e acabou dando um passe involuntariamente para Wanderley. Com o faro de gol típico de um centroavante, o xará do treinador cabeceou no contrapé do goleiro Fabiano para colocar 2a0 no placar.
O resultado de 2 gols de diferença nessa fase da competição elimina a necessidade de um jogo de volta. Aos 16 minutos, Flávio Araújo realizou sua 2ª mexida: saiu Luciano Henrique para a entrada de Adriano Pimenta. 7 minutos depois, Luxemburgo também mexeu: Wanderley pelo argentino Dario Bottinelli.
Sem apresentar jogadas coletivas que pudessem aproximar a equipe da área adversária, o Fortaleza limitáva-se a tentar em remates de longa distância. Num deles, aos 29 minutos, Gilmak chutou da intermediária e Felipe bateu roupa, mas a rebatida foi afastada pela defesa. 5 minutos mais tarde, Bismarck saiu para a entrada de Eduardo, meio-campista de 17 anos. Mais 5 minutos passados e veio a última substituição do jogo, Thiago Neves por Diego Maurício.
Pela postura do Fortaleza e supremacia do Flamengo em campo, o 2a0 já parecia assegurar a classificação. Mas, pra garantir de vez a vaga na próxima fase, veio o 3º gol aos 46 minutos: Ronaldinho Gaúcho tomou a iniciativa carregando a bola dominada, serviu Diego Maurício, e o atacante campeão no Sul-Americano Sub-20 com a seleção brasileira chutou rasteiro no canto esquerdo, no contrapé de Fabiano. 3a0 e fim de papo no Castelão, que ficará aberto até o dia 31 de março e aí começará as obras visando o Mundial de 2014.
Outros resultados
Botafogo/PB 0a1 Caxias
Sampaio Corrêa 3a2 Santo André
Ipatinga 1a1 Avaí
Brasiliense 0a0 Ceará
Uberaba 0a4 Palmeiras (não haverá jogo de volta)
Bangu 0a2 Náutico (não haverá jogo de volta)
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quarta-feira, 16 de março de 2011
Real Madrid Faz Partidaça E Quebra Dois Tabus
Com uma convincente vitória sobre o Lyon por 3a0 (4a1 na soma dos resultados), o Real Madrid avançou para a fase quartas-de-final na Liga dos Campeões da Europa. Desde a temporada 2004-5 que os merengues caíam nas oitavas (incluindo a temporada passada, quando o adversário foi exatamente o Lyon). O outro tabu quebrado é o de que jamais o Real havia vencido esse oponente de hoje (foram 3 derrotas e 4 empates nos 7 jogos anteriores).
O jogo
Mostrando desde o início da partida não ter qualquer trauma do adversário e nem da fase da competição, os comandados de José Mourinho conseguiram uma atuação envolvente para construir o merecido resultado. Já aos 3 minutos, o goleiro Hugo Lloris - uma das figuras de atuação mais destacada na partida - trabalharia bem por duas vezes: na primeira, saindo para cortar nos pés do alemão Mesut Özil uma enfiada de bola; na segunda, defendendo no canto direito um chute rasteiro do brasileiro Marcelo, que pouco antes quase abriu o placar com um cabeceio que foi afastado pela defesa visitante.
Uma nova participação do goleiro do Lyon aconteceria aos 16 minutos, defendendo cabeceio do português Cristiano Ronaldo que, pouco antes da marca do pênalti, estava livre de marcação após a cobrança de falta realizada por Xabi Alonso a partir do lado esquerdo. Acuado pelo intenso volume de jogo merengue, o clube francês finalmente conseguiu se soltar em campo e criar oportunidades. Aos 21 minutos, Aly Cissokho se apresentou na esquerda, driblou Pepe com facilidade e rolou no capricho para o argentino César Delgado, que chutou rasteiro uma bola que veio a ser espalmada por Iker Casillas. Com 25 minutos, Jimmy Briand passou para Anthony Réveillère pelo lado direito e de lá veio um cruzamento rasteiro que, não fosse o corte de Sergio Ramos, poderia encontrar um argentino em condições de finalizar, já que Lisandro López e César Delgado estavam livres na área, para desespero de Casillas, que deu bronca nos companheiros.
Após os sustos, o Real Madrid voltou a tomar conta das ações em campo e tornou a exigir a participação de Hugo Lloris. Aos 26 minutos, Cristiano Ronaldo driblou Jérémy Toulalan e chutou alto, para grande defesa de Lloris. Com 32, Xabi Alonso voltou a cobrar falta pela esquerda colocando na área e Lloris segurou firme, com Sergio Ramos ali por perto para dificultar o trabalho do arqueiro de 24 anos. E após tamanha pressão, veio o primeiro gol: Marcelo recolheu bola recuperada por Alonso, tabelou com Cristiano, driblou Cris e Dejan Lovren e chutou firme para marcar um golaço. Detalhe: Lloris ainda conseguiu tocar com o braço na bola e esteve perto de impedir a abertura do placar no estádio Santiago Bernabéu.
Querendo mais, o Real mantinha-se objetivo com a posse de bola e só não marcou o 2º gol ainda no primeiro tempo porque Lloris não deixou: aos 40 minutos, Marcelo recebeu na esquerda e, da linha-de-fundo, rolou atrás. O atacante francês Karim Benzema, ex-Lyon, pegou bonito com a perna esquerda e emendou um chute de primeira com o endereço do ângulo direito, mas Lloris agiu espetacularmente ao saltar e defender a finalização do compatriota. No minuto seguinte, Benzema estufou a rede com um cabeceio, mas ele foi flagrado em impedimento no momento do lançamento.
Percebendo a superioridade do adversário, Claude Puel mexeu no intervalo: saiu Jimmy Briand para a entrada de Bafetimbi Gomis, atacante senegalês e naturalizado francês. Gomis, de fato, mostrou-se esforçado e era o elemento que mais encostava em Lisandro López, conseguindo aos 26 minutos uma bonita tabela em velocidade com o camisa 9 e descolando um chute forte que causou dificuldades para Casillas. Aos 36, um outro chute forte de Gomis (dessa vez de fora da área) foi rebatido pelo goleiro madridista no canto direito. E foi tudo o que o Lyon conseguiu criar na etapa complementar. O Lyon basicamente se defendia das investidas dos donos da casa, com Lloris voltando a fazer defesas sensacionais (a mais incrível delas aconteceu aos 22 minutos, quando Özil tocou de trivela para Benzema, o atacante pegou na veia e o goleiro esticou-se para desviar em escanteio de forma brilhante).
Mas a superioridade do clube espanhol era tamanha que, mesmo diante de uma atuação formidável do goleiro Lloris, novos gols acabariam acontecendo. Aos 20 minutos, Marcelo se antecipou ao passe de Réveillère buscando Delgado e ligou rapidamente o contra-ataque com um lançamento longo: na dividida de Özil com Lovren, a bola acabou sobrando limpa para Benzema avançar em liberdade e chutar rasteiro uma bola que ainda resvalou em Lloris antes de ir para a rede. 2a0 no placar.
Com 23 minutos, Puel trocou Yoann Gourcuff (que, com atuação pífia, comprometeu a criação de jogadas da equipe) por Jérémy Pied. Mourinho também resolveu mexer e, 5 minutos depois, trocou Cristiano Ronaldo (que era dúvida para a partida) pelo atacante togolês Emmanuel Adebayor. Na marca de 30 minutos, Özil desmontou a defesa francesa quando, de costas, arrumou um toque de cabeça que virou assistência para Ángel Di María: o argentino avançou e, entre toques com a chuteira, o joelho e a canela, conseguiu dar um toque de categoria para tirar de Lloris e colocar a bola no canto esquerdo. 3a0 Real Madrid.
Se o zagueiro luso-brasileiro Pepe não estivesse em campo, diria que a vitória do Real Madrid foi impecável. Mas o camisa 3 marcou presença distribuindo pontapés em divididas ríspidas onde claramente não era necessário o uso de força por ele atribuída. Felizmente, ninguém se feriu com gravidade. Mas o risco foi grande.
Outros resultados
08.03.2011
Shakhtar Donetsk 3a0 Roma (6a2 no agregado)
Barcelona 3a1 Arsenal (4a3 no agregado)
09.03.2011
Tottenham 0a0 Milan (1a0 no agregado)
Schalke 04 3a1 Valência (4a2 no agregado)
Terça-feira
Manchester United 3a1 Olympique de Marselha (3a1 no agregado)
Bayern de Munique 2a3 Internazionale (3a3 no agregado, Inter avança nos gols marcados fora)
Quarta-feira
Chelsea 0a0 Copenhagen (2a0 no agregado)
O jogo
Mostrando desde o início da partida não ter qualquer trauma do adversário e nem da fase da competição, os comandados de José Mourinho conseguiram uma atuação envolvente para construir o merecido resultado. Já aos 3 minutos, o goleiro Hugo Lloris - uma das figuras de atuação mais destacada na partida - trabalharia bem por duas vezes: na primeira, saindo para cortar nos pés do alemão Mesut Özil uma enfiada de bola; na segunda, defendendo no canto direito um chute rasteiro do brasileiro Marcelo, que pouco antes quase abriu o placar com um cabeceio que foi afastado pela defesa visitante.
Uma nova participação do goleiro do Lyon aconteceria aos 16 minutos, defendendo cabeceio do português Cristiano Ronaldo que, pouco antes da marca do pênalti, estava livre de marcação após a cobrança de falta realizada por Xabi Alonso a partir do lado esquerdo. Acuado pelo intenso volume de jogo merengue, o clube francês finalmente conseguiu se soltar em campo e criar oportunidades. Aos 21 minutos, Aly Cissokho se apresentou na esquerda, driblou Pepe com facilidade e rolou no capricho para o argentino César Delgado, que chutou rasteiro uma bola que veio a ser espalmada por Iker Casillas. Com 25 minutos, Jimmy Briand passou para Anthony Réveillère pelo lado direito e de lá veio um cruzamento rasteiro que, não fosse o corte de Sergio Ramos, poderia encontrar um argentino em condições de finalizar, já que Lisandro López e César Delgado estavam livres na área, para desespero de Casillas, que deu bronca nos companheiros.
Após os sustos, o Real Madrid voltou a tomar conta das ações em campo e tornou a exigir a participação de Hugo Lloris. Aos 26 minutos, Cristiano Ronaldo driblou Jérémy Toulalan e chutou alto, para grande defesa de Lloris. Com 32, Xabi Alonso voltou a cobrar falta pela esquerda colocando na área e Lloris segurou firme, com Sergio Ramos ali por perto para dificultar o trabalho do arqueiro de 24 anos. E após tamanha pressão, veio o primeiro gol: Marcelo recolheu bola recuperada por Alonso, tabelou com Cristiano, driblou Cris e Dejan Lovren e chutou firme para marcar um golaço. Detalhe: Lloris ainda conseguiu tocar com o braço na bola e esteve perto de impedir a abertura do placar no estádio Santiago Bernabéu.
Querendo mais, o Real mantinha-se objetivo com a posse de bola e só não marcou o 2º gol ainda no primeiro tempo porque Lloris não deixou: aos 40 minutos, Marcelo recebeu na esquerda e, da linha-de-fundo, rolou atrás. O atacante francês Karim Benzema, ex-Lyon, pegou bonito com a perna esquerda e emendou um chute de primeira com o endereço do ângulo direito, mas Lloris agiu espetacularmente ao saltar e defender a finalização do compatriota. No minuto seguinte, Benzema estufou a rede com um cabeceio, mas ele foi flagrado em impedimento no momento do lançamento.
Percebendo a superioridade do adversário, Claude Puel mexeu no intervalo: saiu Jimmy Briand para a entrada de Bafetimbi Gomis, atacante senegalês e naturalizado francês. Gomis, de fato, mostrou-se esforçado e era o elemento que mais encostava em Lisandro López, conseguindo aos 26 minutos uma bonita tabela em velocidade com o camisa 9 e descolando um chute forte que causou dificuldades para Casillas. Aos 36, um outro chute forte de Gomis (dessa vez de fora da área) foi rebatido pelo goleiro madridista no canto direito. E foi tudo o que o Lyon conseguiu criar na etapa complementar. O Lyon basicamente se defendia das investidas dos donos da casa, com Lloris voltando a fazer defesas sensacionais (a mais incrível delas aconteceu aos 22 minutos, quando Özil tocou de trivela para Benzema, o atacante pegou na veia e o goleiro esticou-se para desviar em escanteio de forma brilhante).
Mas a superioridade do clube espanhol era tamanha que, mesmo diante de uma atuação formidável do goleiro Lloris, novos gols acabariam acontecendo. Aos 20 minutos, Marcelo se antecipou ao passe de Réveillère buscando Delgado e ligou rapidamente o contra-ataque com um lançamento longo: na dividida de Özil com Lovren, a bola acabou sobrando limpa para Benzema avançar em liberdade e chutar rasteiro uma bola que ainda resvalou em Lloris antes de ir para a rede. 2a0 no placar.
Com 23 minutos, Puel trocou Yoann Gourcuff (que, com atuação pífia, comprometeu a criação de jogadas da equipe) por Jérémy Pied. Mourinho também resolveu mexer e, 5 minutos depois, trocou Cristiano Ronaldo (que era dúvida para a partida) pelo atacante togolês Emmanuel Adebayor. Na marca de 30 minutos, Özil desmontou a defesa francesa quando, de costas, arrumou um toque de cabeça que virou assistência para Ángel Di María: o argentino avançou e, entre toques com a chuteira, o joelho e a canela, conseguiu dar um toque de categoria para tirar de Lloris e colocar a bola no canto esquerdo. 3a0 Real Madrid.
Se o zagueiro luso-brasileiro Pepe não estivesse em campo, diria que a vitória do Real Madrid foi impecável. Mas o camisa 3 marcou presença distribuindo pontapés em divididas ríspidas onde claramente não era necessário o uso de força por ele atribuída. Felizmente, ninguém se feriu com gravidade. Mas o risco foi grande.
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08.03.2011
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Quarta-feira
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terça-feira, 15 de março de 2011
Inter Vira No Final E Volta A Ser Algoz Do Bayern
Um jogão de bola foi o que tivemos no estádio Allianz Arena, campo do Bayern de Munique. Se na temporada passada o encontro entre alemães e italianos decidiu o título europeu em favor do "Nerazzurri", dessa vez a nova vitória interista garantiu ao time de Milão uma vaga nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da Europa. Pior para o Bayern de Louis van Gaal, que fez ótimo primeiro tempo e só foi ficar atrás no confronto eliminatório aos 42 minutos do segundo tempo.
O jogo
Quando os times ainda pareciam esquentar suas turbinas, uma enfiada de bola do macedônio Goran Pandev para o camaronês Samuel Eto'o colocou o camisa 9 na cara do goleiro Thomas Kraft aos 3 minutos. E, com uma finalização rasteira, Eto'o colocou entre as pernas do alemão e abriu o placar. O chato é que havia dúvida sobre a regularidade do lance, pois a impressão que ficou era a de que o atacante estava em posição de impedimento no momento do passe (polêmicas que somente terão fim quando a FIFA inserir definitivamente a tecnologia eletrônica). Como o auxiliar não dispõe de câmera lenta nem congelamento de imagem, a bandeira não foi erguida e o placar estava aberto.
Se alguém supunha que aquilo abalaria o time da casa, já reveria sua opinião com a seqüência da partida. Guiado preferencialmente por Arjen Robben, Franck Ribèry e Thomas Müller, o Bayern assumiu o comando da partida e pressionou o atual campeão mundial. Aos 9 minutos, o francês Ribèry trouxe a bola da esquerda para o centro, ameaçou chutar e passou para Mario Gómez, que, tão logo chutou a bola, foi travado por Andrea Ranocchia. Na marca de 20 minutos, o holandês Robben avançou da direita pro centro e chutou firme, à meia-altura. Júlio César achou que poderia encaixar, mas acabou batendo-roupa e concedendo o rebote para Mario Gómez, que com uma puxada categórica encobriu sutilmente o goleiro brasileiro para empatar a partida.
Contando com o apoio incondicional da torcida bávara, o Bayern estabelecia pressão dentro das quatro linhas e também nas arquibancadas. A pressão era tão intensa que o experiente zagueiro brasileiro Lúcio parecia às vezes atordoado. Maicon também não conseguia emplacar na partida e o Bayern tinha facilidade de envolver o sistema defensivo interista naquele setor "verde-e-amarelo". Aos 25 minutos, o brasileiro Luiz Gustavo - olho nesse meio-campista! - avançou de cabeça erguida com a bola dominada e passou para Mario Gómez. O atacante, que fazia grande partida, descolou belo drible para escapar de Lúcio e chutou firme, parando em defesa de Júlio César.
Robben conseguia levar vantagem por todos os cantos que passava e, aos 30 minutos, decidiu dar as caras pelo flanco esquerdo. Foi por ali que o habilidoso camisa 10 passou pelo argentino Esteban Cambiasso, tocou rasteiro, a bola rebateu no brasileiro Thiago Motta e foi ao encontro de Müller, que não desperdiçou e marcou 2a1 com um toque por cima de Júlio César. O Bayern seguia envolvente e quatro minutos depois quase saiu o 3º gol alemão: Ribèry recebeu em velocidade, ficou na cara do gol e Júlio César conseguiu defender.
Na marca de 39 minutos, um lance sensacional: após inversão de jogo que encontrou Gómez em boa condição, o atacante desviou de Júlio César e a bola foi lentamente até a proximidade da linha final. Em direção à bola, Ranocchia corria para evitar o gol e Müller para empurrar a redonda pra rede. Na câmera lenta, foi possível notar o que aconteceu naquela disputa de carrinho: Ranocchia chegou centésimos de segundo antes do alemão, desviou a bola pro lado e ela resvalou na chuteira de Müller antes de... tocar na trave direita! Era o 3º gol desenhado com contornos nítidos, mas quiseram os deuses do futebol manter o placar do jeito que estava.
3 minutos depois daquela jogada eletrizante, Robben e Ribèry trocaram passes e, após a bola bater em Ranocchia, Robben finalizou na rede externa, à direita. A intensidade do Bayern era tamanha que, aos 46 minutos, Lúcio simplesmente viu-se prensado na linha-de-fundo devido à uma marcação dupla de Gómez e Ribèry e perdeu a bola na própria área, mas para sua sorte o desfecho da jogada foi com uma marcação de impedimento.
Um dado estatístico divulgado no intervalo me causou admiração: a Internazionale tinha maior tempo de posse de bola (52%) e aproveitava melhor os passes (75% de 199 tentados contra 74% das 188 trocas de passe dos donos da casa). Mas o desenho do jogo mostrava o Bayern amplamente superior, levando perigo rotineiramente e podendo ter ido para o vestiário com uma vantagem maior.
O segundo tempo veio com os times idênticos e o Bayern mantendo-se no ataque. Com 1 minuto, Júlio César agiu bem para recolher uma enfiada de bola onde Ribèry buscava Gómez. No minuto seguinte, Bastian Schweinsteiger chutou fraco de fora da área e Júlio César encaixou sem dificuldades. 3 minutos depois, Leonardo entrou em ação e promoveu a primeira substituição: saiu o sérvio Dejan Stankovic e entrou o brasileiro Philippe Coutinho. O "Pequeno Príncipe" deu seu cartão de visitas com erro primário de passe e tentativa frustrada de drible. O Bayern seguia bem: aos 15 minutos, Ribèry cruzou da esquerda, Mario Gómez chutou e só não fez mais um porque Júlio César interviu espalmando.
Se as primeiras participações de Philippe Coutinho foram para se esquecer, aos 17 minutos o jovem ex-Vasco iniciou a jogada do gol de empate interista com um passe para Eto'o, o camaronês rolou atrás para o holandês Wesley Sneijder e o camisa 10 chutou cruzado com precisão para estufar a rede no canto direito. Cabe dizer que, quando Eto'o recebeu a bola de Coutinho, a bola resvalou no braço do camaronês. Mas na minha interpretação a arbitragem do português Pedro Proença acertou ao deixar o jogo seguir, pois pareceu toque involuntário.
O gol animou a Internazionale, que aos 21 minutos ficou perto da virada quando Pandev recebeu lançamento dominando no peito, ajeitou e chutou de esquerda por cima da meta. E o negócio ficou ainda melhor para a equipe italiana quando Louis van Gaal tirou Robben, o melhor jogador em campo, para colocar o turco Hamit Altintop (não sei se foi por ordem física, mas se foi por questão tática, o técnico do Bayern errou feio). Dois minutos depois, van Gaal mexeu novamente e trocou o belga Daniel van Buyten por Holger Badstuber.
O jogo que outrora fora dominado pelo Bayern passou a ter a Inter no ataque. Aos 25 minutos, Pandev recebeu de Coutinho e, com um chute rasteiro de fora da área, mandou a bola à esquerda. Com 27 minutos, Cambiasso se apresentou no ataque e esbanjou categoria ao abrir na esquerda com Sneijder num toque sem olhar para o lado - o holandês chutou cruzado, à esquerda. O fato da Inter estar no ataque não significava que o Bayern não saía para o jogo. Muito pelo contrário, sempre que possível o time da casa tentava "liquidar o confronto". E veio uma chance aos 37 minutos: em contra-ataque de 3 contra 3, Müller tinha uma ótima opção de tocar na direita mas foi desarmado por Ranocchia quando preparava o drible.
Aos 41 minutos, o romeno Christian Chivu - bem na marcação mas que raramente passava para o campo de ataque - deu lugar para o japonês Yuto Nagatomo, jogador de velocidade e com bons atributos ofensivos. E, na marca de 42, saiu a virada interista: Eto'o e Nagatomo partiram para marcar Bruno por pressão, o camaronês ganhou a disputa com o brasileiro, rolou na direita para Pandev e o macedônio soltou um chute certeiro cruzado para colocar a Inter na frente.
Depois do gol, Leonardo e van Gaal mexeram pela última vez. Na Inter, Pandev saiu para a entrada do marroquino Houssine Kharja; no Bayern, Breno deu lugar para Toni Kroos. De forma heróica, a Internazionale voltou a ser o algoz do Bayern de Munique na Liga dos Campeões da Europa. Estará nascendo uma nova rivalidade no Velho Continente? Se sim, torço para que seja sadia (após o apito final houve um princípio de confusão no gramado, mas logo os ânimos dos mais exaltados foram acalmados).
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O jogo
Quando os times ainda pareciam esquentar suas turbinas, uma enfiada de bola do macedônio Goran Pandev para o camaronês Samuel Eto'o colocou o camisa 9 na cara do goleiro Thomas Kraft aos 3 minutos. E, com uma finalização rasteira, Eto'o colocou entre as pernas do alemão e abriu o placar. O chato é que havia dúvida sobre a regularidade do lance, pois a impressão que ficou era a de que o atacante estava em posição de impedimento no momento do passe (polêmicas que somente terão fim quando a FIFA inserir definitivamente a tecnologia eletrônica). Como o auxiliar não dispõe de câmera lenta nem congelamento de imagem, a bandeira não foi erguida e o placar estava aberto.
Se alguém supunha que aquilo abalaria o time da casa, já reveria sua opinião com a seqüência da partida. Guiado preferencialmente por Arjen Robben, Franck Ribèry e Thomas Müller, o Bayern assumiu o comando da partida e pressionou o atual campeão mundial. Aos 9 minutos, o francês Ribèry trouxe a bola da esquerda para o centro, ameaçou chutar e passou para Mario Gómez, que, tão logo chutou a bola, foi travado por Andrea Ranocchia. Na marca de 20 minutos, o holandês Robben avançou da direita pro centro e chutou firme, à meia-altura. Júlio César achou que poderia encaixar, mas acabou batendo-roupa e concedendo o rebote para Mario Gómez, que com uma puxada categórica encobriu sutilmente o goleiro brasileiro para empatar a partida.
Contando com o apoio incondicional da torcida bávara, o Bayern estabelecia pressão dentro das quatro linhas e também nas arquibancadas. A pressão era tão intensa que o experiente zagueiro brasileiro Lúcio parecia às vezes atordoado. Maicon também não conseguia emplacar na partida e o Bayern tinha facilidade de envolver o sistema defensivo interista naquele setor "verde-e-amarelo". Aos 25 minutos, o brasileiro Luiz Gustavo - olho nesse meio-campista! - avançou de cabeça erguida com a bola dominada e passou para Mario Gómez. O atacante, que fazia grande partida, descolou belo drible para escapar de Lúcio e chutou firme, parando em defesa de Júlio César.
Robben conseguia levar vantagem por todos os cantos que passava e, aos 30 minutos, decidiu dar as caras pelo flanco esquerdo. Foi por ali que o habilidoso camisa 10 passou pelo argentino Esteban Cambiasso, tocou rasteiro, a bola rebateu no brasileiro Thiago Motta e foi ao encontro de Müller, que não desperdiçou e marcou 2a1 com um toque por cima de Júlio César. O Bayern seguia envolvente e quatro minutos depois quase saiu o 3º gol alemão: Ribèry recebeu em velocidade, ficou na cara do gol e Júlio César conseguiu defender.
Na marca de 39 minutos, um lance sensacional: após inversão de jogo que encontrou Gómez em boa condição, o atacante desviou de Júlio César e a bola foi lentamente até a proximidade da linha final. Em direção à bola, Ranocchia corria para evitar o gol e Müller para empurrar a redonda pra rede. Na câmera lenta, foi possível notar o que aconteceu naquela disputa de carrinho: Ranocchia chegou centésimos de segundo antes do alemão, desviou a bola pro lado e ela resvalou na chuteira de Müller antes de... tocar na trave direita! Era o 3º gol desenhado com contornos nítidos, mas quiseram os deuses do futebol manter o placar do jeito que estava.
3 minutos depois daquela jogada eletrizante, Robben e Ribèry trocaram passes e, após a bola bater em Ranocchia, Robben finalizou na rede externa, à direita. A intensidade do Bayern era tamanha que, aos 46 minutos, Lúcio simplesmente viu-se prensado na linha-de-fundo devido à uma marcação dupla de Gómez e Ribèry e perdeu a bola na própria área, mas para sua sorte o desfecho da jogada foi com uma marcação de impedimento.
Um dado estatístico divulgado no intervalo me causou admiração: a Internazionale tinha maior tempo de posse de bola (52%) e aproveitava melhor os passes (75% de 199 tentados contra 74% das 188 trocas de passe dos donos da casa). Mas o desenho do jogo mostrava o Bayern amplamente superior, levando perigo rotineiramente e podendo ter ido para o vestiário com uma vantagem maior.
O segundo tempo veio com os times idênticos e o Bayern mantendo-se no ataque. Com 1 minuto, Júlio César agiu bem para recolher uma enfiada de bola onde Ribèry buscava Gómez. No minuto seguinte, Bastian Schweinsteiger chutou fraco de fora da área e Júlio César encaixou sem dificuldades. 3 minutos depois, Leonardo entrou em ação e promoveu a primeira substituição: saiu o sérvio Dejan Stankovic e entrou o brasileiro Philippe Coutinho. O "Pequeno Príncipe" deu seu cartão de visitas com erro primário de passe e tentativa frustrada de drible. O Bayern seguia bem: aos 15 minutos, Ribèry cruzou da esquerda, Mario Gómez chutou e só não fez mais um porque Júlio César interviu espalmando.
Se as primeiras participações de Philippe Coutinho foram para se esquecer, aos 17 minutos o jovem ex-Vasco iniciou a jogada do gol de empate interista com um passe para Eto'o, o camaronês rolou atrás para o holandês Wesley Sneijder e o camisa 10 chutou cruzado com precisão para estufar a rede no canto direito. Cabe dizer que, quando Eto'o recebeu a bola de Coutinho, a bola resvalou no braço do camaronês. Mas na minha interpretação a arbitragem do português Pedro Proença acertou ao deixar o jogo seguir, pois pareceu toque involuntário.
O gol animou a Internazionale, que aos 21 minutos ficou perto da virada quando Pandev recebeu lançamento dominando no peito, ajeitou e chutou de esquerda por cima da meta. E o negócio ficou ainda melhor para a equipe italiana quando Louis van Gaal tirou Robben, o melhor jogador em campo, para colocar o turco Hamit Altintop (não sei se foi por ordem física, mas se foi por questão tática, o técnico do Bayern errou feio). Dois minutos depois, van Gaal mexeu novamente e trocou o belga Daniel van Buyten por Holger Badstuber.
O jogo que outrora fora dominado pelo Bayern passou a ter a Inter no ataque. Aos 25 minutos, Pandev recebeu de Coutinho e, com um chute rasteiro de fora da área, mandou a bola à esquerda. Com 27 minutos, Cambiasso se apresentou no ataque e esbanjou categoria ao abrir na esquerda com Sneijder num toque sem olhar para o lado - o holandês chutou cruzado, à esquerda. O fato da Inter estar no ataque não significava que o Bayern não saía para o jogo. Muito pelo contrário, sempre que possível o time da casa tentava "liquidar o confronto". E veio uma chance aos 37 minutos: em contra-ataque de 3 contra 3, Müller tinha uma ótima opção de tocar na direita mas foi desarmado por Ranocchia quando preparava o drible.
Aos 41 minutos, o romeno Christian Chivu - bem na marcação mas que raramente passava para o campo de ataque - deu lugar para o japonês Yuto Nagatomo, jogador de velocidade e com bons atributos ofensivos. E, na marca de 42, saiu a virada interista: Eto'o e Nagatomo partiram para marcar Bruno por pressão, o camaronês ganhou a disputa com o brasileiro, rolou na direita para Pandev e o macedônio soltou um chute certeiro cruzado para colocar a Inter na frente.
Depois do gol, Leonardo e van Gaal mexeram pela última vez. Na Inter, Pandev saiu para a entrada do marroquino Houssine Kharja; no Bayern, Breno deu lugar para Toni Kroos. De forma heróica, a Internazionale voltou a ser o algoz do Bayern de Munique na Liga dos Campeões da Europa. Estará nascendo uma nova rivalidade no Velho Continente? Se sim, torço para que seja sadia (após o apito final houve um princípio de confusão no gramado, mas logo os ânimos dos mais exaltados foram acalmados).
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