quinta-feira, 8 de julho de 2010

Com Personalidade, Espanha Chega À Final Sem Deixar Dúvidas

E o placar se repetiu. A exemplo da final da Eurocopa 2008, a Espanha venceu a Alemanha por 1a0. O resultado de 1a0 vem acompanhando os espanhóis firmemente em solo sul-africano: todas as vitórias na fase eliminatória deram-se com esse resultado. O herói da vez foi o zagueiro Carles Puyol, que fez o gol da classificação com um cabeceio inapelável após precisa cobrança de escanteio realizada por Xavi Hernández.

A Alemanha demonstrou ter sentido a falta de Thomas Müller, um dos destaques do Mundial, e teve sua pior performance até o momento. O que não dá para saber é se a tamanha superioridade espanhola na partida deveu-se basicamente a essa ausência do camisa 13 ou se isso foi apenas mais um fator a pesar na balança. O fato é que a Espanha não deixou qualquer dúvida de que conta com uma seleção forte e merecedora de chegar a essa decisão.

1º tempo deu-se em ritmo lento, com a Alemanha focada na defesa e sem levar perigo nos raros momentos em que esboçava um contra-ataque

Com 3 minutos de partida, uma cena inédita no Mundial: um torcedor, munido de uma vuvuzela, invadiu o gramado do estádio Moses Mabhida e o jogo teve de ser interrompido pelo húngaro Viktor Kassai. Na bola ao chão, David Villa devolveu a posse entregando a redonda para Per Mertesacker e tudo seguiu naturalmente.

Tocando vuvuzela, torcedor entra no gramado no início da partida.

Aos 5', Pedro Rodríguez deu bela enfiada de bola para David Villa, que chegou a tempo de esticar a perna para finalizar: a saída de Manuel Neuer foi fundamental e o goleiro alemão conseguiu bloquear com a perna esquerda.

Na marca de 13 minutos, Andrés Iniesta recebe na direita após cobrança curta de escanteio e cruza firme: Puyol escora de peixinho, mandando por cima do travessão. 2 minutos depois era a vez da Alemanha cobrar um tiro-de-canto e Iker Casillas aparecer bem ao dar um tapa na bola antes que ela pudesse encontrar Bastian Schweinsteiger.

Com 18', Sergio Ramos recebe na direita e, marcado por Jérôme Boateng, chuta por cima da meta.

A Espanha detinha 64% do tempo de posse de bola e a Alemanha cercava de forma a minimizar as chances de penetração em sua defesa. A primeira falta cometida na partida aconteceu quando o cronômetro marcava 26 minutos e 51 segundos de jogo: Viktor Kassai até poderia punir Sergio Ramos com cartão, mas limitou-se a apitar a infração após pisão do lateral em Lukas Podolski.

Aos 29 minutos, Xabier Alonso tentou de fora da área e mandou à esquerda. Era o 4º chute a gol da partida, todos eles espanhóis.

2 minutos depois, a Alemanha deu as caras: Piotr Trochowski resolveu chutar de fora e mandou uma bola no canto esquerdo, defendida pela mão esquerda de Casillas.

Na marca de 38', nova chance de sair o primeiro cartão do jogo, mas a esticada de perna de Boateng na altura da cintura de Villa foi apenas falta na interpretação de Kassai.

Com 44 minutos, Mesut Özil entrou na área em velocidade e trombou com Ramos, caindo no gramado - segue o jogo. No minuto seguinte, era a vez de Pedro chutar de fora: Neuer encaixou.

Domínio espanhol na 2ª etapa é evidente e a vitória mera conseqüência

Aos 2', Pedro carrega pela direita, se livra de dois, rola atrás e Xabi Alonso chuta à direita. Na marca de 4 minutos, Ramos rola atrás, Xavier Hernández ajeita e Alonso chuta cruzado, à esquerda. 2 minutos depois, Joachim Löw realizou a primeira substituição e trocou de lateral esquerdo: Boateng deu lugar a Marcell Jansen.

Com 9', Xavi Hernández recebe centralizado, rola pra esquerda e Villa chuta cruzado, para fora. 3 minutos depois, troca de passes da Espanha, Alonso toca atrás de letra, Xavi chuta firme e Neuer espalma. No rebote, Iniesta cruza forte e Villa não alcança.

Na marca de 13 minutos, Pedro recebe no centro e chuta perto da trave esquerda, no que era a 11ª finalização espanhola diante de duas alemães.

Aos 15', Jansen cruza da esquerda, a bola desvia em Ramos na altura da primeira trave e chega até Miroslav Klose, que chuta de primeira por cima do gol.

Com 16 minutos, Trochowski - o "substituto" de Müller - sai para a entrada de Toni Kroos, jovem meia de 20 anos de idade.

Na marca de 17', Alonso lança cruzado na área, Podolski calça Ramos, a bola sai e o jogo segue.

Aos 22 minutos, Villa leva pela direita e chuta cruzado - Neuer consegue defender sem rebater. No minuto seguinte, Podolski recebe na esquerda, cruza com estilo, Kroos finaliza de primeira e Casillas espalma no canto esquerdo. Mais um minuto passado e a Alemanha chega novamente: Kroos levanta da esquerda mas Gerard Piqué salta para cabecear evitando conclusão de Mertesacker.

Com 27', Iniesta recebe na esquerda, encara a marcação dupla com habilidade e ganha escanteio. Na cobrança, Xavi levanta na área encontrando Puyol, que se livra da marcação de Sami Khedira, cabeceando com força e precisão para estufar a rede alemã.


Puyol salta para cabecear e fazer o gol da vitória, sem chances para Neuer.

Na marca de 30 minutos, Casillas encaixa após levantamento e trata de ligar um contra-ataque: Villa recebe, faz o corte mas não consegue dar seqüência ao ser desarmado.

O panorama do jogo sofreria alteração. A Espanha, que tocava a bola buscando o gol, chegou ao 1a0 e seguia na busca por ampliar a vantagem. A Alemanha, porém, já não poderia manter a postura defensiva que a afunilava no próprio campo de defesa e passava a ter a necessidade de ir ao ataque, dando campo para os espanhóis contra-atacarem.

Aos 34', Joachim Löw e Vicente Del Bosque fizeram alterações: Khedira por Mario Gómez (a 3ª substituição alemã) e Villa por Fernando Torres (a 1ª espanhola).

2 minutos depois, Pedro é acionado em ótimas condições no contra-ataque, avança acompanhado por Arne Friedrich e tendo a opção de Torres totalmente livre fechando pelo centro. Mas o camisa 18, não contente em cortar Friedrich pra esquerda e poder servir o camisa 9, tenta um novo drible para o lado direito e perde o tempo da bola, dando a chance para Mertesacker recuperar a posse e desperdiçando uma oportunidade preciosa para a Espanha chegar ao segundo gol.

Com 39 minutos, Schweinsteiger tenta jogada individual fintando Puyol, vai de encontro ao corpo do espanhol, cai e o juíz não vai na dele. No minuto seguinte, a segunda substituição promovida por Del Bosque: sai Pedro e entra David Silva.

Na marca de 43', Torres recebe pela esquerda, avança encarando a marcação de Friedrich e o zagueiro alemão consegue desarmar mandando para escanteio.

A Espanha dava uma aula de futebol aos alemães: o toque de bola imponente sequer permitia que a Alemanha conseguisse "retornar às origens" do joguinho pragmático baseado nos chuveirinhos.

Aos 47 minutos, Alonso deu lugar a Carlos Marchena e daí em diante foi aguardar o apito final para a confirmação da inédita vaga na final do Mundial.

Final essa bem sintetizada por Paulo Roberto Falcão: "é a final das duas melhores seleções da Europa há pelo menos dois anos".

O futebol agradece por esse encontro entre Holanda e Espanha.

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