segunda-feira, 5 de julho de 2010

Iker Casillas E David Villa Garantem A Espanha


A exemplo de quando empatara na estréia diante da Itália, o Paraguai apresentou um futebol altamente competitivo, de muita pegada, minimização dos espaços e paciência para tentar decidir o jogo num contra-ataque bem sucedido. O diferencial da retranca paraguaia em relação à suíça e à portuguesa é que os sul-americanos exerceram uma marcação por pressão que tinha início já no campo de ataque. Os comandados de Gerardo Martino levaram tais orientações ao limite de suas forças, engrossaram a partida diante da Espanha e poderiam, inclusive, terem saído do estádio Ellis Park com a classificação. Mas o talento de David Villa, artilheiro da Copa com 5 gols, fez a diferença no final.

Espanha com mais de 60% da posse, mas a maior ameaça na primeira etapa foi paraguaia

Tão logo o árbitro guatemalteco Carlos Batres iniciou a partida, ficou perceptível que o Paraguai não iria se sujeitar a aceitar o bom toque de bola espanhol. Os sul-americanos começaram o jogo marcando a saída de bola européia e já tiveram uma chance com 1 minuto de bola rolando: após arremesso lateral, Óscar Cardozo ajeita escorando de cabeça, Jonathan Santana chuta e Iker Casillas defende.

Com 6 minutos, David Villa recebe de Xavier Hernández, rola atrás, Xabier Alonso chuta e ganha escanteio. Após a cobrança pelo lado direito, Xabi Alonso levanta, Paulo Da Silva desvia para fora mas o árbitro Carlos Batres marca tiro-de-meta.

A seleção espanhola dava mais chutões do que em todos os 4 jogos anteriores, mostrando o sucesso da empreitada paraguaia em dificultar a saída dos comandados de Vicente Del Bosque, inquieto na área técnica.

Aos 8 minutos, Victor Cáceres cruza da direita e encontra Cristian Riveros livre na área, mas o cabeceio sai por cima. 2 minutos depois, Claudio Morel Rodríguez cobra falta direto, de longe, e isola a bola.

Na marca de 11 minutos, bela jogada espanhola. Mas veja você: era um lance de recuperação da posse de bola. Gerard Piqué desarma Nelson Haedo Valdez próximo da lateral direita com um carrinho limpo, levanta-se e sai jogando sem deixar a bola sair.

Com 14', Santana choca-se com um adversário e sangra pelo nariz. Tudo bem com o paraguaio, que saiu de campo basicamente para trocar a camisa e cuidar do ferimento.

Aos 16 minutos, Sergio Ramos cruza da direita, Morel Rodríguez resvala, Villar tira espalmando e Xabi Alonso pega a sobra chutando de perna trocada, mas manda longe da meta.

4 minutos depois, Morel cobra falta pelo lado direito, pouco a frente da linha que divide o campo, põe na área a Antolín Alcáraz não alcança.

Na marca de 25', Villa vai à linha-de-fundo, cruza rasteiro e Alcáraz chuta para escanteio. 3 minutos depois, Xavi Hernández recebe de Joan Capdevila, dá uma levantadinha e chuta encobrindo Villar, com a bola descaindo pouco depois do travessão.

Com 33 minutos, Casillas repõe com a mão e coloca no peito de Capdevila além do meio do campo, Villa recebe, abre na direita com Andrés Iniesta, que cruza à meia-altura mas ninguém completa.

No minuto seguinte, Nelson Valdez abre na esquerda com Morel, que avança e cruza à meia-altura, mas Santana não consegue alcançar. Mais um minuto passado e a Espanha retorna ao ataque: Xavi abre na esquerda com Villa, que chuta de fora e manda à direita do gol.

A Espanha tinha 61% da posse de bola, mas não conseguia um único chute na direção do gol - os paraguaios, bem na marcação, passaram a se assanhar nos instantes finais da primeira etapa.

Aos 40 minutos, levantamento da direita atravessa a área espanhola e chega em Valdez, que estufa a rede. Porém, a arbitragem interpretou que o salto de Cardozo, no meio da área e sem encostar na bola, caracterizaria participação no lance em posição de impedimento, anulando a jogada.

5 minutos depois, Valdez recebe na esquerda, encara a marcação de Carles Puyol carregando a bola e chuta para fora.

Pênaltis incendeiam a partida na segunda etapa e o final é dramático

Com 1 minuto, bola esticada para Valdez e Casillas recolhe.

Na marca de 5 minutos, a primeira bobeada da defesa paraguaia: Morel e Alcáraz se atrapalham em lance aparentemente sob controle, Villa chega na bola mas acaba não conseguindo efetuar o cruzamento.

Vocês viram em algum momento o termo "Fernando Torres" nessa postagem? O camisa 9 até se esforçava, fazia deslocamentos para participar, mas a realidade é que a postura paraguaia dificultava seu jogo. Vicente Del Bosque também fez essa leitura da partida e, aos 10 minutos, trocou "El Niño" pelo camisa 10 Francesc Fàbregas, aumentando a criatividade no setor de meio-campo.

Aos 12 minutos, escanteio pelo lado esquerdo de ataque paraguaio, a bola viaja e Piqué puxa o braço de Cardozo. O flagrante rendeu uma penalidade máxima e cartão amarelo para o zagueiro. Na cobrança, Cardozo - que convertera a penalidade derradeira nas oitavas-de-final - parou em defesa de Casillas.


Casillas defende a cobrança de Cardozo. Houve invasão de área, mas o jogo seguiu.

Sem muita demora, a Espanha foi ao ataque: Villa partiu com a bola em direção ao gol até ser derrubado por Alcáraz dentro da área: pênalti e cartão amarelo para o zagueiro, que estava na condição de último homem. O cronômetro marcava 15 minutos quando Alonso convertia a cobrança no quadrante 6 e Justo Villar caía para o canto esquerdo. Mas, denunciando invasão espanhola, Carlos Batres ordenou que se repetisse a cobrança. Detalhe: no pênalti paraguaio houve invasão até mais acentuada. Então, aos 16', Alonso retorna para a marca de cal: dessa vez, chutou rasteiro no canto direito e Villar saltou conseguindo espalmar. No rebote, Cesc Fàbregas chega na bola, dribla Villar e é agarrado nas canelas pelo goleiro, sendo derrubado em pênalti ignorado por Batres. Na seqüência, Da Silva consegue afastar próximo da linha final um chute que tinha o endereço da rede.


Instantes após defender a cobrança de Alonso (14), Villar derruba Fàbregas mas a nova penalidade é ignorada pela arbitragem.

Com 17', Iniesta recebe na esquerda da área, chuta cruzado e Villar espalma. No minuto seguinte, a primeira substituição de Martino: Édgar Barreto por Enrique Vera.

Na marca de 24 minutos, Capdevila cruza rasteiro da esquerda e Iniesta, da meia-lua, manda de primeira, por cima do travessão. 2 minutos depois, Xavi cobra falta da esquerda e Villar vai além da trave para dar um tapa em escanteio.

Aos 27 minutos, mudança no ataque paraguaio: Valdez sai e quem entra é Roque Santa Cruz.

O momento espanhol era superior e o gol ia amadurecendo. Com 29', Fàbregas bloqueia uma bola que seria afastada pela defesa paraguaia e Xavi pega a sobra de primeira, pondo à direita do gol. No mesmo minuto, Del Bosque resolveu colocar velocidade e poder-de-fogo, fazendo uma troca interessante: Alonso por Pedro Rodríguez.

Na marca de 33 minutos, Capdevila faz o cruzamento, a bola passa por dois paraguaios mas também por Villa.

Aos 37', o gol. Iniesta recebe, passa por dois adversários e cria um clarão na defesa paraguaia: o camisa 6 rola caprichosamente para Pedro na direita, que chuta cruzado e carimba a trave direita. No rebote, Villa tem à sua frente a baliza aberta com Da Silva situado entre as traves: o camisa 7 chuta colocado, acerta a trave esquerda, a bola percorre a linha-de-fundo sob os olhares de Da Silva, beija a trave direita e vai para a rede. Dificilmente poderia ser mais chorado.

David Villa no lance do gol da partida: a bola foi nas duas traves antes de cruzar a linha final.

No minuto posterior, uma troca para cada lado: Puyol por Carlos Marchena e Cáceres por Lucas Barrios.

Com 39 minutos, Villa pega bola rebatida após chute de Iniesta e chuta perto do ângulo esquerdo. Na marca de 43', os atacantes paraguaios que entraram no segundo tempo tiveram a chance de empatar a partida: Barrios recebeu pela direita, chutou firme, Casillas rebateu, Santa Cruz pegou o rebote e soltou o pé, parando em defesa salvadora do camisa 1 espanhol.

Aos 44', contra-ataque da Espanha pela direita, Pedro centraliza com Villa, que chuta cruzado e Villar defende. Com 47 minutos, Santana e Ramos vão disputar uma bola à meia-altura - o paraguaio levanta a perna e o espanhol abaixa a cabeça. Resultado: canelada no rosto, sangue, faixa para estancar e segue o jogo rumo ao apito final de uma classificação suada, sangrada e sofrida, onde o melhor time avançou mais uma vez.

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