Foto: Gazeta Press |
Assistir um Botafogo e Coritiba seis dias depois de um Argentina e Alemanha é pesado. Mas futebol é a nossa área e cá estamos para tecer alguns comentários sobre essa partida. Aquela, anos-luz a frente dessa, pode ser lida clicando aqui.
Vamos começar pelo local do jogo: estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O Botafogo está sem o Engenhão por proibição da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro e sequer conseguiu levar o evento para o Maracanã ou São Januário, tendo que viajar para outra cidade. E o que é pior: para jogar às nove da noite de um sábado, afinal, tem bastante gente na Ásia querendo assistir pela televisão na manhã/tarde de domingo. Enquanto isso, mil e quinhentas testemunhas presentes num jogo de Série A. Eis a Confederação Brasileira de Futebol, cujo sete-a-um é mero detalhe perto de tantos absurdos.
Com bola rolando, fomos agraciados pela presença do melhor goleiro do Brasil e seguramente um dos melhores do mundo (e olha que o planeta tá com muitos arqueiros de grande qualidade): Jéfferson. Responsável direto pelo resultado, quer dizer, pelo zero que coube ao Coritiba. Coritiba de Alex, excepcional meio-campista que acabou rendendo menos do que o seu potencial, dada fundamentalmente a grande marcação do cabeça-de-área Aírton. Quando Aírton deixou o campo machucado (Rodrigo Soutto entrou em seu lugar), Alex teve mais espaços, mas não conseguiu produzir o suficiente para que o Coxa alcançasse a vitória ou mesmo o empate. É que o Botafogo tem Jéfferson, autor de pelo menos três grandiosas defesas, incluindo vôos para impedir gols aparentemente certos, como em cobrança de falta certeira do próprio Alex.
A única bola na rede foi do argentino Bolatti: após escanteio pela direita, o ótimo volante, que não foi para essa Copa, completou de primeira, mesmo marcado. Golaço. Disse no intervalo que o mais importante era não o resultado, mas o time voltar melhor para o segundo tempo. Outro golaço. Pensamento correto e louvável, sobretudo em terras onde a cultura do resultado parece imperar. De vez em quando os deuses do futebol dão um alô, mandado um sete-a-um pra quem se vangloria por ter um dia ganho um Mundial. Não que o Alvinegro tenha voltado melhor para o segundo tempo. Mas tentou jogar. Tentou produzir. O paraguaio Zeballos, boa alternativa pelos flancos, teve atuação positiva. Perdeu um pênalti, mas nem isso manchou sua atuação.
E por falar em pênalti, o que foi aquela marcação no lance em que Gabriel caiu na área Alviverde? Não houve infração alguma ali, senhor árbitro! Felizmente, o goleiro Vanderlei conseguiu defender. Do contrário, poderíamos aqui estar falando pela enésima vez de um resultado injusto. Mas o 1a0 foi justíssimo: valorizou o belo gol de Bolatti e a grande atuação de Jéfferson. Numa partida cheia de erros técnicos dentro e fora das quatro linhas, já é alguma coisa. O problema é a gente pensar que seja o suficiente num país de tantos talentos e tanta história nesse esporte. Não é. Não pode ser. E precisamos reconstruir o futuro a partir do presente. Fora, CBF!
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