Alemanha e França, de confrontos bélicos no passado, jogaram por uma vaga na semifinal. O ex-novo-Maracanã recebia duas seleções com boas campanhas no Mundial, ambas invictas e com três vitórias em quatro jogos. Seleções acostumadas a vencer. A vencer e a abrir o placar.
Aos doze minutos, Kroos cruzou e Hummels conseguiu subir com mais precisão no tempo de bola que Varane, cabeceando de modo a superar Lloris - com direito a um empurrãozinho do travessão. A Alemanha, pela quinta vez em cinco partidas no Mundial, inaugurava o marcador. Foi assim diante de Portugal, Gana, EUA e Argélia. Era assim novamente. Só que para a França, aquilo era um fato inédito, pois jamais havia concedido o primeiro gol numa partida nessa Copa. Até porque só havia levado gols da Suíça, quando já vencia a partida por 5a0.
A França parecia não saber reagir à desvantagem. E não é que tenha se descontrolado emocionalmente, nada disso. Foi exatamente o contrário: a França manteve-se fria. Se por um lado tal frieza é positiva na medida em que as jogadas podem ser calculadas da melhor maneira possível, por outro pode ser nociva, pois não dinamiza um cenário que clama por uma novidade. Valbuena fez mais um bom jogo. Benzema, novamente, mostrou-se a melhor opção no momento de concluir. Pogba teve alguns bons momentos na partida. Matuidi apareceu bem no segundo tempo. Mas faltou algo mais. Talvez fosse um Griezmann para entrar e mudar o rumo dos acontecimentos - dessa vez ele foi titular e participou discretamente. As entradas de Rémy e Giroud pouco ou nada acrescentaram. A Alemanha, muito bem postada na defesa, teve Hummels como grande nome no jogo. Nada nem ninguém em momento algum conseguiu levar vantagem sobre o camisa cinco alemão. Podemos, naturalmente, valorizar a participação de Lahm na lateral-direita. Também merece elogio a presença de Khedira, que atuou os noventa minutos ao lado do ótimo Schweinsteiger. Boateng e Höwedes também contribuíram. Müller foi bastante acionado, Klose se mostrou voluntarioso, Schürrle teve duas oportunidades. Mas o cara que foi lá e fez, foi ele: Hummels.
Löw, que chega a mais uma semifinal como técnico da Alemanha (Euros 2008 e 2012, além da Copa 2010), afirmara na véspera do jogo que Mats Hummels havia contraído uma gripe. Mas nem os vírus têm vez com o zagueirão. Para alegria geral da nação alemã, Hummels foi o imunizador do ataque francês. E, se lá no passado, confrontos sangrentos marcaram conflitos entre alemães e franceses, hoje a "guerra" foi vencida sem nenhum indício de agressão. A Hummels e companhia, minha virtual condecoração.
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