Foto: Michael Dalder / Reuters |
A Holanda foi escalada com Kuyt e Blind nas alas, Sneijder na ligação e Robben, Memphis e Van Persie mais à frente. Formação de dar gosto de ver. A Costa Rica tinha em Bryan Ruíz, Bolaños e Campbell seu trio ofensivo, contando com os cinco defensores e os dois volantes para darem a segurança necessária para conter o poderio ofensivo laranja. Laranja mesmo - a Holanda jogou com camisa, calção e meia na sua cor tradicional, o que acho particularmente belíssimo, um patrimônio do futebol mundial.
O treinador colombiano Jorge Pinto, mais uma vez, conseguiu jogar de igual para igual com um adversário tecnicamente superior. Resistiu defensivamente sem abrir mão de sair para o jogo. Só que a Holanda de Van Gaal foi esmagadora territorialmente, conseguindo principalmente através de Robben prensar a Costa Rica na própria área. O camisa onze laranja faz uma Copa fantástica, apresentando o repertório incrível de sempre e esbanjando uma forma física como talvez nunca antes vista em sua carreira.
Mas então, como explicar a ausência de gol? Em duas palavras: Keylor Navas. Para confirmar de uma vez por todas a excepcional Copa do Mundo do arqueiro costarricense, o camisa 1 só não fez chover porque parecia bem à vontade no gramado sob aquelas condições climáticas. Defesas dignas dos grandes goleiros e que, em alguns momentos, atravessavam a fronteira do futebol profissional para ação de pai-de-santo - seja colocando o corpo na direção da bola quando parecia impossível, seja sendo agraciado pela ação das traves. Ainda contou com ajuda de um companheiro, quando Tejeda evitou o gol holandês de maneira espetacular, desviando de maneira sutil o suficiente para levar a bola ao travessão. Isso no final no segundo tempo, para levar a partida à prorrogação!
Van Gaal havia tentado aquele "algo mais" colocando Lens no lugar de Memphis e Huntelaar no lugar de Bruno Martins Indi, partindo pro ataque de maneira avassaladora e gerando lances espetaculares como os mencionados anteriormente. E outros mais.
Se a Costa Rica resistiu como pôde à pressão holandesa, a verdade é que também ficou perto de mais uma classificação histórica e heróica, parando em defesa salvadora de Jasper Cillessen nos instantes finais.
E aí, quando a gente fica na dúvida de qual goleiro fará história - se Navas ou Cillessen -, surge uma novidade. Surge um trunfo. Navas era atendido no campo de jogo enquanto um goleiro estava no aquecimento na beira do gramado. Só que Navas, costarricense, veste azul. Aquele grandalhão fora do campo vestia verde, a cor do uniforme do holandês Cillessen, inteiraço fisicamente. Como explicar? Navas foi atendido, permaneceu em campo e continuou sua grandiosa atuação. No último minuto na prorrogação, Van Gaal promoveu a última substituição: Cillessen por Tim Krul. Goleiro por goleiro. Era a confiança que o camisa vinte e três fizesse a diferença nos pênaltis. Estava sendo escrito um capítulo único na história das Copas: Krul entrou, acertou o lado em todas as cinco cobranças e, não satisfeito, defendeu os chutes de Bryan Ruiz e Umaña. A Holanda converteu suas quatro penalidades. Mais Navas a declarar. Com dois toques na bola, Krul era determinante a colocar os holandeses nas semifinais. O goleiro fez história. E viva a genialidade e a ousadia de um treinador que parece não cansar de surpreender. O futebol só tem a agradecer.
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