No jogo do Corinthians seguinte ao fatídico duelo na altitude de Oruro onde uma atitude irresponsável foi fatal a uma criança inocente, há muito menos a se falar de futebol do que o habitual.
O que pode ser mais importante do que uma vida? A Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) vem tratando o caso aquém, muito aquém de sua relevância e significância. Mas prefiro, pelo menos por ora, não ir muito além nas críticas, colocando fé numa punição condizente à idéia da própria entidade de implementar o inédito comitê disciplinar (embora fatos recorrentes não me deixem muito otimista com o que possa vir das decisões desses senhores).
Os "portões fechados" do Pacaembu tiveram brechas suficientes para a entrada de quatro pessoas - três homens e uma mulher - que marcaram presença nas arquibancadas para o registro de uma renda de oitocentos e setenta reais. Patético. Não a renda, mas a presença daqueles indivíduos no estádio. Se são "portões fechados", como entraram?
Dentro de campo, a exemplo dos portões do estádio, nenhum dos times atuaram fechados. O Corinthians foi superior no primeiro tempo, criou chances, marcou gol através de Guerrero e poderia ter marcado mais uma ou duas vezes, só que Pato não aproveitou.
Na volta do intervalo, sim: aos quatro minutos, Pato completou cruzamento e ampliou a diferença para dois a zero no placar. Com a partida sob controle, foram raros os momentos onde o Corinthians se viu ameaçado pelo adversário. Mesmo o usualmente participativo Rentería, que jogou com Pato entre 2007 e 2008 no Internacional, não conseguiu aparecer o bastante para agitar uma apática equipe colombiana.
No final das contas, o time de Tite venceu o de Hernán Torres, em jogo onde se ouviam mais as suas orientações à beira do gramado do que as manifestações dos quatro corpos capazes de atravessar portões. Treinadores que estiveram frente a frente em 2011, quando o Tolima de Torres eliminou o Corinthians de Tite na fase pré-grupos, instalando uma crise no clube que viria a ser campeão continental no ano seguinte (ano passado).
Com quatro pontos, o Corinthians é vice-líder no grupo cinco, atrás somente do Tijuana, com duas vitórias em dois jogos. Eles se enfrentam nas duas próximas rodadas: primeiro o Corinthians faz a mais longa viagem nessa fase de grupos e atua no México, nas proximidades da fronteira com os Estados Unidos; depois, é a vez do Tijuana desembarcar em São Paulo. Se somar mais pontos no conjunto dos dois jogos, assume a liderança na chave.
Sem pontuar ainda, o Millonarios tem nos dois jogos com o San José (um ponto) a chance de pelo menos encostar na zona de classificação. Jogará antes em casa e depois viajará até o estádio em Oruro, local do episódio que, espero, não cairá no esquecimento e na impunidade. Descanse em paz, Kevin.
P.S.: #CopaKevinLibertadores é uma sugestão de uso na rede social Twitter e tem o intuito de associar mais firmemente o fato ao torneio. Muito mais sensível do que atribuir o nome de uma empresa fabricante de pneus. Pneu que estoura, a gente troca. Vida nenhuma se pode substituir.
P.S.2: O melhor momento na partida entre Corinthians e Millonarios foi, na opinião deste, o minuto de silêncio que antecedeu o apito inicial.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Galo Canta Forte Em Sarandí: 5a2 No Arsenal
Ronaldinho já havia feito a diferença na partida de estréia, quando o Atlético Mineiro venceu o São Paulo por 2a1 no estádio Independência. E, outra vez, o gênio foi fundamental para a construção de mais um resultado positivo. Mas para falar da histórica goleada do Galo sobre o Arsenal, em Sarandí, há que se falar de muitos outros personagens. Começando por Cuca, técnico de quem sou profundo admirador há algum tempo. Na entrevista pré-jogo, Cuca salientou a necessidade de tentar jogar em Buenos Aires da mesma maneira que o time atua quando está jogando dentro de casa. Lindo isso. Com bola rolando, um repórter de beira de campo deu ênfase durante a transmissão indicando algumas das orientações de Cuca, todas elas de cunho ofensivista: Júnior César tinha que se adiantar, atuando como um meia; Jô tinha que se posicionar entre os zagueiros; Leandro Donizete tinha que sair para o jogo.
Mas como traçar um plano de jogo quando o adversário marca 1a0 com um minuto de partida? Num vacilo da defesa, que errou o tempo de bola e permitiu que Furch recebesse em liberdade uma enfiada de bola de Aguirre, o Arsenal abriu o placar em chute cruzado do camisa nove. Na comemoração, Furch mostrou a camisa de Zelaya, jogador que rompeu ligamentos do joelho na sexta-feira, diante do Argentinos Juniors, pela liga nacional. Bacana a homenagem.
Mas mais homenageado que Zelaya foi o futebol. Já aos sete minutos, saiu o empate: ótima assistência de Ronaldinho Gaúcho e conclusão precisa de Bernard. 1a1 e festa de uma torcida alvinegra que compareceu em bom número. Naquele momento, Cuca foi flagrado comemorando muito o gol marcado e fazendo sinal para arquibancada pedindo um pouco de silêncio e paciência, da maneira mais educada que isso pode ser feito num ambiente como um estádio de futebol.
E quem seguiu as recomendações dele, não se arrependeu. O Galo se impôs em campo com a naturalidade daqueles que jogam um bolão no jogo da mesma maneira que treinam. E olha que o Arsenal jogava bem, embora falhasse demais na última linha de defesa. Aos vinte e seis, o time da casa iria à rede mais uma vez com Furth, mas a arbitragem do uruguaio Martín Vázquez viu a falta cometida pelo atacante no zagueiro Leonardo Silva, anulando acertadamente o lance. E se os mandantes não conseguiram assumir a frente naquele momento, não conseguiriam nunca mais na partida.
Através de uma troca de passes envolvente, Ronaldinho e Jô participaram da ótima jogada que terminou com assistência de Leandro Donizete para conclusão de Diego Tardelli - era o primeiro gol do camisa nove no retorno ao Galo e era visível a emoção estampada em sua face. 2a1 Atlético.
Leitores mais atentos lembrarão que Cuca havia pedido maiores avanços de Donizete e Júnior César. Se aos vinte e sete Donizete deu o passe para o gol de Tardelli, aos trinta e cinco foi a vez de Júnior César cruzar para Jô finalizar com precisão. 3a1 no placar.
Ainda no primeiro tempo, Aguirre cobrou uma falta pela direita com maestria e surpreendeu Victor, mandando a bola no ângulo direito. Cobrança que de alguma maneira lembra aquela de um certo Ronaldinho Gaúcho, nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002, num Brasil e Inglaterra, encobrindo David Seaman (na minha opinião, embora RG seja genial, aquela cobrança não foi proposital).
Indo para o intervalo, Ronaldinho foi rapidamente entrevistado e afirmou que o negócio era jogar fechadinho e sair em contra-ataques. Fechadinho, Ronaldinho? Time do Cuca? Esperando o adversário? Vai nessa... O Atlético Mineiro voltou para o segundo tempo é tomando a iniciativa, que por sinal é algo que sabe fazer muito bem. E não apenas graças à vocação ofensiva de Cuca, mas também ao próprio Ronaldinho, exímio organizador de jogadas.
Bernard, que como jogador profissional fazia sua primeira partida fora do país, tratou de transformar a vitória em goleada. Aos oito, foi novamente lançado por Ronaldinho Gaúcho, aproveitou o vacilo do defensor que não soube dominar a bola, e mandou para a rede, marcando o quarto do time e o seu segundo pessoal.
Cinco minutos depois, Ronaldinho descolou mais um lançamento, Jô chutou bem, Campestrini espalmou e Bernard, no local exato, conferiu no rebote. Hat-trick, como dizem os britânicos. 5a2 e festa dos visitantes, que pareciam em casa.
As substituições promovidas por Cuca deram maior consistência à equipe, que jogou os últimos minutos ouvindo seus próprios adeptos entoarem gritos de olé, olé. Aos quarenta e dois minutos, Ronaldinho sofreu pênalti na jogada mais violenta de uma partida tranquila: Braghieri foi com as duas solas de chuteira na canela de Ronaldinho, que felizmente não sofreu nada mais grave em entrada daquelas "para quebrar". Vázquez, que atuava muito bem, acertou na marcação do pênalti mas cometeu o gravíssimo erro disciplinar de não aplicar cartão num lance que era para expulsão.
Faltava o gol de Ronaldinho. Ele foi para a cobrança da penalidade máxima e... mandou no travessão. Mais tarde, puxando contra-ataque, tocou para Luan na esquerda e o jogador que acabara de entrar chutou firme, superando Campestrini mas não Nervo, que salvou praticamente em cima da linha. Pênalti no travessão e bola salva incrivelmente nos minutos finais. Foi 5, mas o Galo pintou o 7.
Mas como traçar um plano de jogo quando o adversário marca 1a0 com um minuto de partida? Num vacilo da defesa, que errou o tempo de bola e permitiu que Furch recebesse em liberdade uma enfiada de bola de Aguirre, o Arsenal abriu o placar em chute cruzado do camisa nove. Na comemoração, Furch mostrou a camisa de Zelaya, jogador que rompeu ligamentos do joelho na sexta-feira, diante do Argentinos Juniors, pela liga nacional. Bacana a homenagem.
Mas mais homenageado que Zelaya foi o futebol. Já aos sete minutos, saiu o empate: ótima assistência de Ronaldinho Gaúcho e conclusão precisa de Bernard. 1a1 e festa de uma torcida alvinegra que compareceu em bom número. Naquele momento, Cuca foi flagrado comemorando muito o gol marcado e fazendo sinal para arquibancada pedindo um pouco de silêncio e paciência, da maneira mais educada que isso pode ser feito num ambiente como um estádio de futebol.
E quem seguiu as recomendações dele, não se arrependeu. O Galo se impôs em campo com a naturalidade daqueles que jogam um bolão no jogo da mesma maneira que treinam. E olha que o Arsenal jogava bem, embora falhasse demais na última linha de defesa. Aos vinte e seis, o time da casa iria à rede mais uma vez com Furth, mas a arbitragem do uruguaio Martín Vázquez viu a falta cometida pelo atacante no zagueiro Leonardo Silva, anulando acertadamente o lance. E se os mandantes não conseguiram assumir a frente naquele momento, não conseguiriam nunca mais na partida.
Através de uma troca de passes envolvente, Ronaldinho e Jô participaram da ótima jogada que terminou com assistência de Leandro Donizete para conclusão de Diego Tardelli - era o primeiro gol do camisa nove no retorno ao Galo e era visível a emoção estampada em sua face. 2a1 Atlético.
Leitores mais atentos lembrarão que Cuca havia pedido maiores avanços de Donizete e Júnior César. Se aos vinte e sete Donizete deu o passe para o gol de Tardelli, aos trinta e cinco foi a vez de Júnior César cruzar para Jô finalizar com precisão. 3a1 no placar.
Ainda no primeiro tempo, Aguirre cobrou uma falta pela direita com maestria e surpreendeu Victor, mandando a bola no ângulo direito. Cobrança que de alguma maneira lembra aquela de um certo Ronaldinho Gaúcho, nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002, num Brasil e Inglaterra, encobrindo David Seaman (na minha opinião, embora RG seja genial, aquela cobrança não foi proposital).
Indo para o intervalo, Ronaldinho foi rapidamente entrevistado e afirmou que o negócio era jogar fechadinho e sair em contra-ataques. Fechadinho, Ronaldinho? Time do Cuca? Esperando o adversário? Vai nessa... O Atlético Mineiro voltou para o segundo tempo é tomando a iniciativa, que por sinal é algo que sabe fazer muito bem. E não apenas graças à vocação ofensiva de Cuca, mas também ao próprio Ronaldinho, exímio organizador de jogadas.
Bernard, que como jogador profissional fazia sua primeira partida fora do país, tratou de transformar a vitória em goleada. Aos oito, foi novamente lançado por Ronaldinho Gaúcho, aproveitou o vacilo do defensor que não soube dominar a bola, e mandou para a rede, marcando o quarto do time e o seu segundo pessoal.
Cinco minutos depois, Ronaldinho descolou mais um lançamento, Jô chutou bem, Campestrini espalmou e Bernard, no local exato, conferiu no rebote. Hat-trick, como dizem os britânicos. 5a2 e festa dos visitantes, que pareciam em casa.
As substituições promovidas por Cuca deram maior consistência à equipe, que jogou os últimos minutos ouvindo seus próprios adeptos entoarem gritos de olé, olé. Aos quarenta e dois minutos, Ronaldinho sofreu pênalti na jogada mais violenta de uma partida tranquila: Braghieri foi com as duas solas de chuteira na canela de Ronaldinho, que felizmente não sofreu nada mais grave em entrada daquelas "para quebrar". Vázquez, que atuava muito bem, acertou na marcação do pênalti mas cometeu o gravíssimo erro disciplinar de não aplicar cartão num lance que era para expulsão.
Faltava o gol de Ronaldinho. Ele foi para a cobrança da penalidade máxima e... mandou no travessão. Mais tarde, puxando contra-ataque, tocou para Luan na esquerda e o jogador que acabara de entrar chutou firme, superando Campestrini mas não Nervo, que salvou praticamente em cima da linha. Pênalti no travessão e bola salva incrivelmente nos minutos finais. Foi 5, mas o Galo pintou o 7.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Em Údine, Empate Para Agradar A Juve
Udinese e Napoli empataram sem gol e sem inspiração no estádio Communale Friuli, pela vigésima sexta rodada no Campeonato Italiano 2012-3. Resultado a ser comemorado pela Juventus, que havia vencido o Siena no sábado (3a0) e com isso aumentou a diferença para seis pontos em relação aos napolitanos, vice-líderes. No dia primeiro de março, próxima rodada, Napoli e Juventus fazem no estádio San Paolo o confronto direto na disputa pelo título, onde a obrigação da vitória cai toda ela para o time da casa, única ameaça real ao bicampeonato consecutivo juventino.
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real através do @jogandoagora #UdiNap)
Com duas equipes interessadas em atacar, a partida logo teve chances interessantes de gol para ambos os lados. Aos três minutos, Mesto cruzou da direita e a bola passou tanto pelo goleiro Pandelli quanto por Cavani e Insigne, assustando os donos da casa.
Muriel e Cavani eram as respectivas referências na área para Udinese e Napoli, com Di Natale e Insigne caindo pelos flancos na busca por espaços. Só que eram raros os momentos em que os atacantes conseguiam levar vantagem sobre as defesas oponentes. Num jogo equilibrado como esse, qualquer chance mais clara tem um peso maior, e Cavani não aproveitou a que teve aos vinte e um, desperdiçando a finalização após cruzamento de Hamsik.
Os goleiros tinham pouco trabalho na partida, mas aos trinta e cinco Padelli foi determinante para manter o placar zerado: Armero, ex-Udinese e estreando como titular na equipe de Walter Mazzarri, avançou pela esquerda, cruzou bem e Hamsik cabeceou no canto esquerdo, com Padelli espalmando.
Veio o segundo tempo e o desenho do jogo estava explícito: Napoli na iniciativa da posse de bola e Udinese dedicada aos contra-ataques. Aos cinco minutos, os mandantes contra-atacaram bem, mas Muriel não tirou proveito na ótima posição em que se encontrava após sobra de bola em chute de Di Natale, chutando para fora.
A entrada de Pandev no lugar de Inler sugeria um Napoli mais ofensivo, mas essa presença no ataque não foi sinônimo de grandes chances de gol. Mazzarri ainda colocou Dzemaili no lugar de Cannavaro e Zúñiga na posição de Mesto. Era tarde. De todos os jogadores que entraram com a partida em andamento, quem se destacou um pouco mais foi o brasileiro Maicosuel, que entrou no lugar de Di Natale e deu nova dinâmica aos contra-ataques. Mas nada que fosse capaz de mudar o resultado. Aliás, dentro de casa a Udinese somente perdeu para a Juventus, estando invicta há onze partidas de Série A diante de seus torcedores.
O time dirigido por Francesco Guidolin, em nono na tabela, enfrenta o Pescara fora de casa na próxima rodada (adversário pressionado pela incômoda posição de vice-lanterna). Já o Napoli faz "o jogo do ano" diante da Juventus. Há cinco jogos sem vencer na temporada e com Cavani sem marcar gol há sete compromissos, a fanática torcida napolitana espera que seja colocado um ponto final nessas estatísticas negativas.
O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real através do @jogandoagora #UdiNap)
Com duas equipes interessadas em atacar, a partida logo teve chances interessantes de gol para ambos os lados. Aos três minutos, Mesto cruzou da direita e a bola passou tanto pelo goleiro Pandelli quanto por Cavani e Insigne, assustando os donos da casa.
Muriel e Cavani eram as respectivas referências na área para Udinese e Napoli, com Di Natale e Insigne caindo pelos flancos na busca por espaços. Só que eram raros os momentos em que os atacantes conseguiam levar vantagem sobre as defesas oponentes. Num jogo equilibrado como esse, qualquer chance mais clara tem um peso maior, e Cavani não aproveitou a que teve aos vinte e um, desperdiçando a finalização após cruzamento de Hamsik.
Os goleiros tinham pouco trabalho na partida, mas aos trinta e cinco Padelli foi determinante para manter o placar zerado: Armero, ex-Udinese e estreando como titular na equipe de Walter Mazzarri, avançou pela esquerda, cruzou bem e Hamsik cabeceou no canto esquerdo, com Padelli espalmando.
Veio o segundo tempo e o desenho do jogo estava explícito: Napoli na iniciativa da posse de bola e Udinese dedicada aos contra-ataques. Aos cinco minutos, os mandantes contra-atacaram bem, mas Muriel não tirou proveito na ótima posição em que se encontrava após sobra de bola em chute de Di Natale, chutando para fora.
A entrada de Pandev no lugar de Inler sugeria um Napoli mais ofensivo, mas essa presença no ataque não foi sinônimo de grandes chances de gol. Mazzarri ainda colocou Dzemaili no lugar de Cannavaro e Zúñiga na posição de Mesto. Era tarde. De todos os jogadores que entraram com a partida em andamento, quem se destacou um pouco mais foi o brasileiro Maicosuel, que entrou no lugar de Di Natale e deu nova dinâmica aos contra-ataques. Mas nada que fosse capaz de mudar o resultado. Aliás, dentro de casa a Udinese somente perdeu para a Juventus, estando invicta há onze partidas de Série A diante de seus torcedores.
O time dirigido por Francesco Guidolin, em nono na tabela, enfrenta o Pescara fora de casa na próxima rodada (adversário pressionado pela incômoda posição de vice-lanterna). Já o Napoli faz "o jogo do ano" diante da Juventus. Há cinco jogos sem vencer na temporada e com Cavani sem marcar gol há sete compromissos, a fanática torcida napolitana espera que seja colocado um ponto final nessas estatísticas negativas.
Equipe E Jogada Da Semana
Vitória, vitória e mais vitória. Gols, muitos gols. Palavras que estão sendo rotina no Bayern de Munique - e há muito mais do que uma semana. Para se ter uma idéia, a equipe comandada por Jupp Heynckes vem de treze vitórias consecutivas na temporada, incluindo aí todas as competições a que se tem direito. Uma sequência que começou em 2012 e que parece não ter data para terminar. E se formos falar em invencibilidade, então tratam-se de vinte e cinco partidas sem derrota.
Líder soberano na Bundesliga 2012-3, o Bayern aplicou uma goleada de 6a1 no último sábado, diante de um Werder Bremen que pouco poderia fazer, ainda mais jogando o segundo tempo inteiro em desvantagem numérica. Mas o maior resultado bávaro na semana nem foi esse. Na terça-feira, dia dezenove de fevereiro, pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, a equipe encarou o Arsenal e saiu do Emirates Stadium com uma contundente vitória por 3a1.
O próximo compromisso da equipe na temporada é pela fase quartas-de-final na DFB Pokal: enfrenta o Borussia Dortmund, na quarta-feira. São as duas equipes de melhor campanha na liga nacional, mas o momento do Bayern é tão positivo e o time parece tão encaixado que não é nenhum exagero apontá-lo como favorito à classificação. E pensar que na próxima temporada Pep Guardiola vem aí...
Jogada da semana
Houve gols plasticamente mais bonitos do que esse que aqui se analisa. Mas sem dúvida alguma, a jogada envolvendo Niang, El Shaarawy e Muntari tem alguma coisa de emblemática. E há pelo menos duas razões que levam a essa conclusão: [1] por se tratar do Milan de Massimiliano Allegri, equipe carente de grandes jogadas coletivas como essa; e [2] por se tratar de um duelo diante do Barcelona, isto é, fazendo uma linda linha-de-passe diante de um adversário que é especialista nisso.
No clássico com a Internazionale, El Shaarawy, autor da assistência nessa jogada aqui abordada, marcou um golaço para abrir o placar, chutando com a parte externa do pé. Poderia ser a jogada da semana. Mas pelos dois motivos expostos no parágrafo anterior, vamos ficar com a jogada do Milan pra cima do Barça, marcando 2a0 no jogo de ida pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, em partida realizada na quarta-feira, dia vinte de fevereiro de dois mil e treze.
Líder soberano na Bundesliga 2012-3, o Bayern aplicou uma goleada de 6a1 no último sábado, diante de um Werder Bremen que pouco poderia fazer, ainda mais jogando o segundo tempo inteiro em desvantagem numérica. Mas o maior resultado bávaro na semana nem foi esse. Na terça-feira, dia dezenove de fevereiro, pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, a equipe encarou o Arsenal e saiu do Emirates Stadium com uma contundente vitória por 3a1.
O próximo compromisso da equipe na temporada é pela fase quartas-de-final na DFB Pokal: enfrenta o Borussia Dortmund, na quarta-feira. São as duas equipes de melhor campanha na liga nacional, mas o momento do Bayern é tão positivo e o time parece tão encaixado que não é nenhum exagero apontá-lo como favorito à classificação. E pensar que na próxima temporada Pep Guardiola vem aí...
Jogada da semana
Houve gols plasticamente mais bonitos do que esse que aqui se analisa. Mas sem dúvida alguma, a jogada envolvendo Niang, El Shaarawy e Muntari tem alguma coisa de emblemática. E há pelo menos duas razões que levam a essa conclusão: [1] por se tratar do Milan de Massimiliano Allegri, equipe carente de grandes jogadas coletivas como essa; e [2] por se tratar de um duelo diante do Barcelona, isto é, fazendo uma linda linha-de-passe diante de um adversário que é especialista nisso.
No clássico com a Internazionale, El Shaarawy, autor da assistência nessa jogada aqui abordada, marcou um golaço para abrir o placar, chutando com a parte externa do pé. Poderia ser a jogada da semana. Mas pelos dois motivos expostos no parágrafo anterior, vamos ficar com a jogada do Milan pra cima do Barça, marcando 2a0 no jogo de ida pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, em partida realizada na quarta-feira, dia vinte de fevereiro de dois mil e treze.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Time Da Virada Vence E Passa Em Primeiro
O Vasco da Gama, que tinha tudo e mais um pouco para terminar a Taça Guanabara na condição de vice-líder no grupo A, conseguiu a classificação para a semifinal como primeiro colocado em sua chave. Numa rodada em que todos os quatro clubes da Série A nacional marcaram dois gols cada (o Flamengo não foi vazado pelo Olaria no sábado enquanto, no domingo, Botafogo e Fluminense empataram com Boavista e Madureira, respectivamente), o Vasco saiu atrás mas conseguiu a virada pra cima do Duque de Caxias, em Macaé.
Desta forma, teremos como cruzamentos semifinais Vasco e Fluminense (Vasco com a vantagem do empate) e Flamengo e Botafogo (Flamengo com a vantagem do empate). O Duque de Caxias, que em alguns momentos dava pinta de vencer o jogo, amargou nova derrota e terminou o turno como lanterna no grupo B, com a terceira pior campanha no geral.
O jogo
Por mais que todos saibamos que o Campeonato Estadual no Rio de Janeiro tenha um abismo entre os quatro clubes mais ricos e os doze menos badalados, o que se viu no primeiro tempo em Macaé foi uma equipe do Duque de Caxias superior ao Vasco da Gama. Isso mesmo, superior. Se não tecnicamente, pelo menos no comportamento tático e, sobretudo, na disposição demonstrada.
Nove minutos depois de a bola começar a rolar, o atacante Charles Chad teve grandiosa oportunidade de abrir o placar, em lance semelhante àquele fatídico Corinthians e Vasco, quando Cássio foi buscar a finalização de Diego Souza, em 2012, pela Copa Libertadores da América daquele ano. Só que Charles, com um péssimo chute, facilitou a ação para o goleiro Alessandro, que pegou com tranquilidade.
Mas os deuses do futebol foram generosos com Charles, que nove minutos depois teve nova chance clara, dessa vez aproveitando o cruzamento de Leandro Cruz e mandando para a rede, se antecipando ao zagueiro Renato Silva e ao goleiro Alessandro. 1a0 Duque de Caxias.
E o Caxias só não foi para o vestiário com uma vantagem maior porque a arbitragem comandada por André Rodrigo Rocha inventou impedimento em lance onde Leandro Cruz marcaria o segundo gol, aos trinta e nove minutos.
O Vasco voltou para o segundo tempo mais ligado e a defesa passou a conceder menos espaços aos atacantes adversários. Com duas bolas na trave (uma de Bernardo cobrando falta e outra de Dakson, que entrara no lugar de Dieyson), o Clube da Colina dava sinais de melhora. Mas mesmo assim, o Duque de Caxias esteve muito perto de balançar a rede novamente: aos vinte e três, Leandro Cruz voltou a efetuar cruzamento pelo flanco esquerdo e Charles Chad, em ótima condição, não tirou proveito da falha de Renato Silva, chutando para fora e desperdiçando o que seria o segundo gol (moralmente, o terceiro, não esquecendo da anulação no lance de Leandro Cruz no primeiro tempo).
Não ampliou a diferença aos vinte e três, tomou o empate aos vinte e nove. Realidade dura para os comandados de Mário Júnior: após bela jogada individual de Carlos Alberto, Fernando rebateu, a zaga não afastou e Bernardo conseguiu mandar para dentro, cabeceando após chute de Dakson. 1a1.
E se o meia estava contente naquele momento (chegou a tirar a camisa na comemoração, recebendo cartão amarelo), o que dizer cinco minutos depois, com o gol da virada? Aos trinta e quatro, Carlos Alberto acertou o travessão e Bernardo aproveitou o rebote. 2a1 Vasco.
Torcedores presentes no estádio Cláudio Moacyr cantarolavam "ô Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar". Curiosamente, o encontro entre Bacalhau e Urubu só aconteceria se o Vasco fosse vice-líder no grupo A. Mas os vascaínos, talvez sem contar com o tropeço do Botafogo diante do Boavista, terminaram líderes, e por isso enfrentam o Fluminense. Seria aquele cântico um complexo de vice ou a antecipação da final? Veremos o que acontece em cada semifinal.
Desta forma, teremos como cruzamentos semifinais Vasco e Fluminense (Vasco com a vantagem do empate) e Flamengo e Botafogo (Flamengo com a vantagem do empate). O Duque de Caxias, que em alguns momentos dava pinta de vencer o jogo, amargou nova derrota e terminou o turno como lanterna no grupo B, com a terceira pior campanha no geral.
O jogo
Por mais que todos saibamos que o Campeonato Estadual no Rio de Janeiro tenha um abismo entre os quatro clubes mais ricos e os doze menos badalados, o que se viu no primeiro tempo em Macaé foi uma equipe do Duque de Caxias superior ao Vasco da Gama. Isso mesmo, superior. Se não tecnicamente, pelo menos no comportamento tático e, sobretudo, na disposição demonstrada.
Nove minutos depois de a bola começar a rolar, o atacante Charles Chad teve grandiosa oportunidade de abrir o placar, em lance semelhante àquele fatídico Corinthians e Vasco, quando Cássio foi buscar a finalização de Diego Souza, em 2012, pela Copa Libertadores da América daquele ano. Só que Charles, com um péssimo chute, facilitou a ação para o goleiro Alessandro, que pegou com tranquilidade.
Mas os deuses do futebol foram generosos com Charles, que nove minutos depois teve nova chance clara, dessa vez aproveitando o cruzamento de Leandro Cruz e mandando para a rede, se antecipando ao zagueiro Renato Silva e ao goleiro Alessandro. 1a0 Duque de Caxias.
E o Caxias só não foi para o vestiário com uma vantagem maior porque a arbitragem comandada por André Rodrigo Rocha inventou impedimento em lance onde Leandro Cruz marcaria o segundo gol, aos trinta e nove minutos.
O Vasco voltou para o segundo tempo mais ligado e a defesa passou a conceder menos espaços aos atacantes adversários. Com duas bolas na trave (uma de Bernardo cobrando falta e outra de Dakson, que entrara no lugar de Dieyson), o Clube da Colina dava sinais de melhora. Mas mesmo assim, o Duque de Caxias esteve muito perto de balançar a rede novamente: aos vinte e três, Leandro Cruz voltou a efetuar cruzamento pelo flanco esquerdo e Charles Chad, em ótima condição, não tirou proveito da falha de Renato Silva, chutando para fora e desperdiçando o que seria o segundo gol (moralmente, o terceiro, não esquecendo da anulação no lance de Leandro Cruz no primeiro tempo).
Não ampliou a diferença aos vinte e três, tomou o empate aos vinte e nove. Realidade dura para os comandados de Mário Júnior: após bela jogada individual de Carlos Alberto, Fernando rebateu, a zaga não afastou e Bernardo conseguiu mandar para dentro, cabeceando após chute de Dakson. 1a1.
E se o meia estava contente naquele momento (chegou a tirar a camisa na comemoração, recebendo cartão amarelo), o que dizer cinco minutos depois, com o gol da virada? Aos trinta e quatro, Carlos Alberto acertou o travessão e Bernardo aproveitou o rebote. 2a1 Vasco.
Torcedores presentes no estádio Cláudio Moacyr cantarolavam "ô Urubu, pode esperar, a sua hora vai chegar". Curiosamente, o encontro entre Bacalhau e Urubu só aconteceria se o Vasco fosse vice-líder no grupo A. Mas os vascaínos, talvez sem contar com o tropeço do Botafogo diante do Boavista, terminaram líderes, e por isso enfrentam o Fluminense. Seria aquele cântico um complexo de vice ou a antecipação da final? Veremos o que acontece em cada semifinal.
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Hart Pega Pênalti E City Vence Chelsea
As duas defesas menos vazadas na atual edição de Premiership se encontraram em Manchester nesse domingo. E, a julgar pela dinâmica verificada no primeiro tempo de jogo, o 0a0 beirava o inevitável. Equipes demasiadamente burocráticas, com poucas ocasiões de gol, principalmente com bola rolando. O time da casa, que tinha as melhores chances, parava em ótima atuação do goleiro Petr Cech. E quando o Chelsea tentava sair para o jogo, era parado com faltas: o árbitro Andre Marriner aplicou quatro cartões amarelos no primeiro tempo, três para jogadores do City e um para Ramires, na única falta cometida pelos visitantes antes do intervalo.
Mas coisas mudaram após a ida para os vestiários. Com dois minutos, David Silva descolou belo passe para Sergio Aguero, que não conseguiu encaixar o voleio do jeito que gostaria, mandando para fora. Aos cinco, Demba Ba foi lançado e, prestes a escapar de Joe Hart, caiu no momento da chegada do goleiro. Pênalti pra lá de discutível, mas assinalado pela arbitragem. O que não tem discussão é que Hart foi magnífico ao defender a cobrança de Frank Lampard, que veio conforme reza a cartilha: forte, rasteiro e no canto. Só que Hart foi lá e pegou.
Onze minutos depois da intervenção salvífica do goleiro inglês, os onze titulares do Manchester City puderam vibrar mais uma vez, agora em grito de gol: James Milner passou para Silva e o espanhol fez a assistência para Yaya Touré. Com simplicidade e categoria, o excepcional volante marfinense escapou da marcação que o cercava, chutou com consciência e a bola, após ricochetear em Gary Cahill, entrou no canto esquerdo. 1a0 para os mandantes.
Sem conseguir esboçar uma reação que justificasse o empate, o Chelsea não conseguia transpôr o forte sistema defensivo oponente. Procurando alternativas, Rafa Benítez fez duas substituições simultâneas aos vinte e três: Moses e Oscar entraram, Lampard e Hazard saíram. Pouca coisa mudou. Treze minutos depois, entrou Fernando Torres no lugar de John Obi Mikel.
Com Ba, Torres, Oscar e Moses beirando a inoperância, sem Mikel para fazer a proteção e com um Ramires muito abaixo do que pode e costuma render, o Chelsea facilitou as coisas para os Citizens. Carlitos Tévez, que havia entrado pouco depois do pênalti defendido por Hart, marcou o segundo gol do jogo: o argentino recebeu de Silva e não precisou de mais do que dois toques para dominar, ajeitar e chutar. É que os passes de David Silva parecem já vir sob medida para o desfrute e lazer do finalizador. Tévez, que tem reconhecida intimidade com a bola, já dominou ajeitando. E o chute, além de sair com força, teve precisão. Foi na gaveta, dessa vez do lado direito. Sem chance para Cech. E se é sem chance para Cech, é porque é indefensável mesmo.
No final, Roberto Mancini trocou Aguero por Samir Nasri, fazendo o blogueiro lembrar que sim, há ainda um tal de Nasri no poderoso elenco do Manchester City. E essa existência do francês torna ainda menos compreensível a formação de um meio-campo com figuras como Milner, Javi García e Jack Rodwell. Até jogaram bem os três, desempenhando bem suas funções táticas. Mas não há como compará-los com o talentoso camisa oito que entrou somente nos acréscimos. Mais perto do final, Joleon Lescott foi colocado no lugar de Silva para fechar o que já não era aberto.
Final de jogo e dois a zero Manchester City, em partida onde o Chelsea só conseguiu dar um chute na direção do gol. O pênalti, bem cobrado por Lampard e defendido maravilhosamente por Hart. E o futebol tem dessas coisas: Hart fez uma defesa ("a" defesa), enquanto Cech interviu pelo menos meia dúzia de vezes, sendo talvez o melhor jogador em campo. Mas o protagonista acabou sendo quem?
Mas coisas mudaram após a ida para os vestiários. Com dois minutos, David Silva descolou belo passe para Sergio Aguero, que não conseguiu encaixar o voleio do jeito que gostaria, mandando para fora. Aos cinco, Demba Ba foi lançado e, prestes a escapar de Joe Hart, caiu no momento da chegada do goleiro. Pênalti pra lá de discutível, mas assinalado pela arbitragem. O que não tem discussão é que Hart foi magnífico ao defender a cobrança de Frank Lampard, que veio conforme reza a cartilha: forte, rasteiro e no canto. Só que Hart foi lá e pegou.
Onze minutos depois da intervenção salvífica do goleiro inglês, os onze titulares do Manchester City puderam vibrar mais uma vez, agora em grito de gol: James Milner passou para Silva e o espanhol fez a assistência para Yaya Touré. Com simplicidade e categoria, o excepcional volante marfinense escapou da marcação que o cercava, chutou com consciência e a bola, após ricochetear em Gary Cahill, entrou no canto esquerdo. 1a0 para os mandantes.
Sem conseguir esboçar uma reação que justificasse o empate, o Chelsea não conseguia transpôr o forte sistema defensivo oponente. Procurando alternativas, Rafa Benítez fez duas substituições simultâneas aos vinte e três: Moses e Oscar entraram, Lampard e Hazard saíram. Pouca coisa mudou. Treze minutos depois, entrou Fernando Torres no lugar de John Obi Mikel.
Com Ba, Torres, Oscar e Moses beirando a inoperância, sem Mikel para fazer a proteção e com um Ramires muito abaixo do que pode e costuma render, o Chelsea facilitou as coisas para os Citizens. Carlitos Tévez, que havia entrado pouco depois do pênalti defendido por Hart, marcou o segundo gol do jogo: o argentino recebeu de Silva e não precisou de mais do que dois toques para dominar, ajeitar e chutar. É que os passes de David Silva parecem já vir sob medida para o desfrute e lazer do finalizador. Tévez, que tem reconhecida intimidade com a bola, já dominou ajeitando. E o chute, além de sair com força, teve precisão. Foi na gaveta, dessa vez do lado direito. Sem chance para Cech. E se é sem chance para Cech, é porque é indefensável mesmo.
No final, Roberto Mancini trocou Aguero por Samir Nasri, fazendo o blogueiro lembrar que sim, há ainda um tal de Nasri no poderoso elenco do Manchester City. E essa existência do francês torna ainda menos compreensível a formação de um meio-campo com figuras como Milner, Javi García e Jack Rodwell. Até jogaram bem os três, desempenhando bem suas funções táticas. Mas não há como compará-los com o talentoso camisa oito que entrou somente nos acréscimos. Mais perto do final, Joleon Lescott foi colocado no lugar de Silva para fechar o que já não era aberto.
Final de jogo e dois a zero Manchester City, em partida onde o Chelsea só conseguiu dar um chute na direção do gol. O pênalti, bem cobrado por Lampard e defendido maravilhosamente por Hart. E o futebol tem dessas coisas: Hart fez uma defesa ("a" defesa), enquanto Cech interviu pelo menos meia dúzia de vezes, sendo talvez o melhor jogador em campo. Mas o protagonista acabou sendo quem?
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sábado, 23 de fevereiro de 2013
Santo Cazorla
Foi com dois gols de um meia espanhol que o Arsenal conseguiu vencer o Aston Villa e diminuir a turbulência que circunda o ambiente do clube. O nome dele: Santiago Cazorla González, mais conhecido como Santi Cazorla.
O camisa dezenove, que vai bem em sua primeira temporada na Inglaterra, abriu o placar aos cinco minutos em lance onde prosperou pelo esforço e determinação, chutando duas vezes, cada qual com uma perna diferente, e indo à rede.
Placar de um a zero que se manteve até o intervalo. E, a partir dali, as estatísticas definitivamente sorriam para o Arsenal. Não bastando o fato de o Arsenal ser o time que menos perdeu pontos após abrir o placar (quatro, igual ao Swansea), o adversário era o time que menos pontuou após ver o oponente sair na frente no marcador (dois pontos ganhos nessas condições). E mais: se só contássemos os gols marcados no segundo tempo dos jogos, sabe quem seria o líder na Premiership 2012-3? O Arsenal.
Mas estatísticas existem apenas para ilustrar, inspirando alguns mais supersticiosos a se desprenderem dos fatos correntes e se apegarem ao passado para tentar justificar o futuro. No futebol, não cola. O Aston Villa, que era dominado e via os donos da casa perto de marcar o segundo gol, foram ao ataque e empataram a partida aos vinte e dois minutos e meio da etapa complementar. Chute do austríaco Andreas Weimann que o polonês Wojciech Szczesny poderia e deveria defender. 1a1.
O Arsenal, que já jogava ofensivamente, ficou ainda mais forte no campo de ataque com a entrada de Podolski no lugar de Jenkinson. E pode ter certeza que o negócio ficaria ainda mais intenso se o empate persistisse por mais tempo, pois Gervinho estava no banco e o time de Wenger precisava dos três pontos para manter-se firme na temporada, firmeza essa que é matemática e mais ainda psicológica.
Mas a última mexida de Arsène Wenger foi a entrada de Koscielny no lugar de Walcott, nos acréscimos. É que, aos trinta e nove, a equipe conseguiu desempatar a partida com novo gol de Cazorla: Arteta tocou curto para Wilshere, que fez bonito lançamento para Monreal e, de espanhol para espanhol, o lateral deixou na medida para Santi completar pra rede, uns dois passos a frente da marca do pênalti. 2a1 e muita festa em Londres. O alívio ficou pro apito final de Martin Atkinson.
Com a derrota do Everton para o Norwich, também nesse sábado, tudo leva a crer que a disputa pelas quatro vagas inglesas na próxima Liga dos Campeões da Europa se restrinja aos times de Manchester (United e City devem disputar o título nacional) e os londrinos Chelsea, Tottenham e Arsenal. Falando nisso, na próxima rodada tem nada mais, nada menos que Tottenham e Arsenal, em White Hart Lane.
Já o Aston Villa, que entra na zona de descenso, tem a difícil missão de tentar sair dela na próxima rodada: recebe o Manchester City, no Villa Park.
O camisa dezenove, que vai bem em sua primeira temporada na Inglaterra, abriu o placar aos cinco minutos em lance onde prosperou pelo esforço e determinação, chutando duas vezes, cada qual com uma perna diferente, e indo à rede.
Placar de um a zero que se manteve até o intervalo. E, a partir dali, as estatísticas definitivamente sorriam para o Arsenal. Não bastando o fato de o Arsenal ser o time que menos perdeu pontos após abrir o placar (quatro, igual ao Swansea), o adversário era o time que menos pontuou após ver o oponente sair na frente no marcador (dois pontos ganhos nessas condições). E mais: se só contássemos os gols marcados no segundo tempo dos jogos, sabe quem seria o líder na Premiership 2012-3? O Arsenal.
Mas estatísticas existem apenas para ilustrar, inspirando alguns mais supersticiosos a se desprenderem dos fatos correntes e se apegarem ao passado para tentar justificar o futuro. No futebol, não cola. O Aston Villa, que era dominado e via os donos da casa perto de marcar o segundo gol, foram ao ataque e empataram a partida aos vinte e dois minutos e meio da etapa complementar. Chute do austríaco Andreas Weimann que o polonês Wojciech Szczesny poderia e deveria defender. 1a1.
O Arsenal, que já jogava ofensivamente, ficou ainda mais forte no campo de ataque com a entrada de Podolski no lugar de Jenkinson. E pode ter certeza que o negócio ficaria ainda mais intenso se o empate persistisse por mais tempo, pois Gervinho estava no banco e o time de Wenger precisava dos três pontos para manter-se firme na temporada, firmeza essa que é matemática e mais ainda psicológica.
Mas a última mexida de Arsène Wenger foi a entrada de Koscielny no lugar de Walcott, nos acréscimos. É que, aos trinta e nove, a equipe conseguiu desempatar a partida com novo gol de Cazorla: Arteta tocou curto para Wilshere, que fez bonito lançamento para Monreal e, de espanhol para espanhol, o lateral deixou na medida para Santi completar pra rede, uns dois passos a frente da marca do pênalti. 2a1 e muita festa em Londres. O alívio ficou pro apito final de Martin Atkinson.
Com a derrota do Everton para o Norwich, também nesse sábado, tudo leva a crer que a disputa pelas quatro vagas inglesas na próxima Liga dos Campeões da Europa se restrinja aos times de Manchester (United e City devem disputar o título nacional) e os londrinos Chelsea, Tottenham e Arsenal. Falando nisso, na próxima rodada tem nada mais, nada menos que Tottenham e Arsenal, em White Hart Lane.
Já o Aston Villa, que entra na zona de descenso, tem a difícil missão de tentar sair dela na próxima rodada: recebe o Manchester City, no Villa Park.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
No Grupo Dos Visitantes, Grêmio Goleia Fluminense
Vi gente dizendo por aí que o Grêmio, após perder dentro de casa a partida de estréia diante do Huachipato, estava correndo risco de eliminação e tinha no jogo com o Fluminense uma decisão.
Gente do céu, é apenas a segunda rodada numa fase de grupos onde são disputadas seis partidas por cada equipe. Mesmo que o Grêmio perdesse o jogo no Engenhão, haveria muita água para rolar pela frente. E o Grêmio não perdeu. Nem empatou. Venceu. E de goleada. A primeira goleada que o Fluminense sofreu desde... 90 partidas atrás!
O grupo oito na Copa Libertadores da América tem a curiosa configuração de quatro times com três pontos, com cem por cento de vitória das equipes que atuaram na condição de visitante. É muita ingenuidade afirmar a essa altura e com esse quádruplo empate na pontuação que já haja alguém classificado ou mesmo eliminado. Por favor, menos sensacionalismo, menos convicções que atentem contra a matemática.
Com o futebol apresentado hoje, o Grêmio se coloca como forte candidato à classificação. Independentemente de ter três pontos ganhos, o futebol do Grêmio na noite dessa quarta-feira foi de time grande. Poderia sair de campo com uma derrota, isso não mudaria a realidade de que os gremistas atuaram muito bem. Líderes nos critérios de desempate, os comandados de Vanderlei Luxemburgo não esbanjaram entrosamento - longe disso. Então imagine só no momento em que essa equipe entrosar. A aplicação tática hoje foi explicitada no melhor estilo gremista. E o Fluminense, pretenso postulante ao título, com diversos jogadores de qualidade, respeitáveis peças de reposição e manutenção da base campeã nacional ano passado, simplesmente não conseguiu sequer esboçar reação. De toda forma, não anunciemos o apocalipse. Pode ter sido apenas uma noite infeliz para os comandados de Abel Braga.
Por sinal, houve algo mais do que um Fluminense e Grêmio. Foi o décimo quinto confronto direto entre Luxa e Abel. E sabe o que mais? Luxa está invicto, com doze vitórias e três empates. Aí sim pode ser que caiba algum comentário sensacionalista. 1, 2, 3, Abel Braga é freguês.
Gente do céu, é apenas a segunda rodada numa fase de grupos onde são disputadas seis partidas por cada equipe. Mesmo que o Grêmio perdesse o jogo no Engenhão, haveria muita água para rolar pela frente. E o Grêmio não perdeu. Nem empatou. Venceu. E de goleada. A primeira goleada que o Fluminense sofreu desde... 90 partidas atrás!
O grupo oito na Copa Libertadores da América tem a curiosa configuração de quatro times com três pontos, com cem por cento de vitória das equipes que atuaram na condição de visitante. É muita ingenuidade afirmar a essa altura e com esse quádruplo empate na pontuação que já haja alguém classificado ou mesmo eliminado. Por favor, menos sensacionalismo, menos convicções que atentem contra a matemática.
Com o futebol apresentado hoje, o Grêmio se coloca como forte candidato à classificação. Independentemente de ter três pontos ganhos, o futebol do Grêmio na noite dessa quarta-feira foi de time grande. Poderia sair de campo com uma derrota, isso não mudaria a realidade de que os gremistas atuaram muito bem. Líderes nos critérios de desempate, os comandados de Vanderlei Luxemburgo não esbanjaram entrosamento - longe disso. Então imagine só no momento em que essa equipe entrosar. A aplicação tática hoje foi explicitada no melhor estilo gremista. E o Fluminense, pretenso postulante ao título, com diversos jogadores de qualidade, respeitáveis peças de reposição e manutenção da base campeã nacional ano passado, simplesmente não conseguiu sequer esboçar reação. De toda forma, não anunciemos o apocalipse. Pode ter sido apenas uma noite infeliz para os comandados de Abel Braga.
Por sinal, houve algo mais do que um Fluminense e Grêmio. Foi o décimo quinto confronto direto entre Luxa e Abel. E sabe o que mais? Luxa está invicto, com doze vitórias e três empates. Aí sim pode ser que caiba algum comentário sensacionalista. 1, 2, 3, Abel Braga é freguês.
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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Coletivamente Gigante, Milan Vence Barcelona
Pra quem achava que o Barcelona ia chegar lá no San Siro, impôr seu jogo e ganhar a partida diante do Milan, uma surpresa aconteceu. E o blogueiro assume: está no grupo dos surpreendidos.
Com um sistema de marcação que mostrou-se funcional em praticamente toda a partida, a equipe comandada por Massimiliano Allegri não somente conseguiu a proeza de "segurar" o poderio adversário como ainda teve a grandeza de criar ocasiões de gol.
Foram poucas as chances, é verdade, mas o Rossonero conseguiu aproveitar duas delas. E o placar de 2a0 é uma vantagem considerável para o duelo no Camp Nou, a ser realizado no dia doze de março de dois mil e treze. Resta saber se, na condição de visitante, o tão tradicional clube italiano conseguirá resistir ao Barça. Conseguindo novamente neutralizar Xavi e Messi, por que não?
Para aumentar o tamanho do feito milanista, temos que considerar que a equipe já não conta mais com jogadores como Thiago Silva, Alessandro Nesta, Mark van Bommel, Andrea Pirlo, Clarence Seedorf, entre outros. Ilustres desconhecidos como o zagueiro-central Zapata e o lateral-esquerdo Constant foram alguns dos elementos que formaram uma intransponível última linha de defesa, liderada por Mexès. Abate, pela direita, também deu conta do recado.
Mas a linha de marcação mais impressionante foi a que a antecedia. Ambrosini teve atuação assombrosa na dura missão de acompanhar Messi de perto. Montolivo e Muntari se agigantaram para fortalecer a pegada na marcação e equilibrar a saída de jogo. Boateng, o elo de ligação para os também voluntariosos El Shaarawy e Pazzini, esteve em grande noite também. E Abbiati, seguro como sempre, correspondeu cem por centro das poucas vezes em que foi exigido. De quebra, Niang entrou em campo bem o bastante para participar ativamente na jogada do segundo gol.
Aliás, o segundo gol milanista lembra muito mais o Barcelona do que o Milan atual. Lembrou muito mais o Barcelona do que o próprio Barcelona dessa quarta-feira. O lançamento de Montolivo, a presença de Niang atraindo uma marcação tripla, o toque de El Shaarawy sob medida e a finalização de Muntari esbanjando precisão, numa linha-de-passe ligeira e eficaz, levaram a torcida ao delírio. Jogada que destoa totalmente daquilo que habitualmente se vê desde que Allegri treina esse clube. Podia ser sempre assim, não é mesmo? Tenho a impressão que a filosofia de jogo barcelonista tem o poder de contagiar o adversário, como se fosse um benéfico vírus que se compartilha pelo ar.
O jogo de volta deverá ser dos mais interessantes nessa fase oitavas-de-final de Liga dos Campeões da Europa. Com a obrigação de marcar gols, o Barça provavelmente terá uma posse de bola mais incisiva, vertical, para pressionar um oponente que já mostrou saber se defender e contra-atacar. Curiosamente, esse 2a0 pra cima do Barcelona foi a primeira vitória do Milan dentro de casa nessa edição do torneio. Deve ser um reforço para aquela despretensiosa teoria do contágio pelo ar. Resta saber se as tendências defensivistas de Allegri criarão um fator de autoimunização que levará o Milan a uma performance como tantas outras sob seu comando. Agora, se o time pisar na Catalunha disposto a se manter infectado, poderá estar dando um grandioso passo para a classificação.
Com um sistema de marcação que mostrou-se funcional em praticamente toda a partida, a equipe comandada por Massimiliano Allegri não somente conseguiu a proeza de "segurar" o poderio adversário como ainda teve a grandeza de criar ocasiões de gol.
Foram poucas as chances, é verdade, mas o Rossonero conseguiu aproveitar duas delas. E o placar de 2a0 é uma vantagem considerável para o duelo no Camp Nou, a ser realizado no dia doze de março de dois mil e treze. Resta saber se, na condição de visitante, o tão tradicional clube italiano conseguirá resistir ao Barça. Conseguindo novamente neutralizar Xavi e Messi, por que não?
Para aumentar o tamanho do feito milanista, temos que considerar que a equipe já não conta mais com jogadores como Thiago Silva, Alessandro Nesta, Mark van Bommel, Andrea Pirlo, Clarence Seedorf, entre outros. Ilustres desconhecidos como o zagueiro-central Zapata e o lateral-esquerdo Constant foram alguns dos elementos que formaram uma intransponível última linha de defesa, liderada por Mexès. Abate, pela direita, também deu conta do recado.
Mas a linha de marcação mais impressionante foi a que a antecedia. Ambrosini teve atuação assombrosa na dura missão de acompanhar Messi de perto. Montolivo e Muntari se agigantaram para fortalecer a pegada na marcação e equilibrar a saída de jogo. Boateng, o elo de ligação para os também voluntariosos El Shaarawy e Pazzini, esteve em grande noite também. E Abbiati, seguro como sempre, correspondeu cem por centro das poucas vezes em que foi exigido. De quebra, Niang entrou em campo bem o bastante para participar ativamente na jogada do segundo gol.
Aliás, o segundo gol milanista lembra muito mais o Barcelona do que o Milan atual. Lembrou muito mais o Barcelona do que o próprio Barcelona dessa quarta-feira. O lançamento de Montolivo, a presença de Niang atraindo uma marcação tripla, o toque de El Shaarawy sob medida e a finalização de Muntari esbanjando precisão, numa linha-de-passe ligeira e eficaz, levaram a torcida ao delírio. Jogada que destoa totalmente daquilo que habitualmente se vê desde que Allegri treina esse clube. Podia ser sempre assim, não é mesmo? Tenho a impressão que a filosofia de jogo barcelonista tem o poder de contagiar o adversário, como se fosse um benéfico vírus que se compartilha pelo ar.
O jogo de volta deverá ser dos mais interessantes nessa fase oitavas-de-final de Liga dos Campeões da Europa. Com a obrigação de marcar gols, o Barça provavelmente terá uma posse de bola mais incisiva, vertical, para pressionar um oponente que já mostrou saber se defender e contra-atacar. Curiosamente, esse 2a0 pra cima do Barcelona foi a primeira vitória do Milan dentro de casa nessa edição do torneio. Deve ser um reforço para aquela despretensiosa teoria do contágio pelo ar. Resta saber se as tendências defensivistas de Allegri criarão um fator de autoimunização que levará o Milan a uma performance como tantas outras sob seu comando. Agora, se o time pisar na Catalunha disposto a se manter infectado, poderá estar dando um grandioso passo para a classificação.
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Muito Prazer, Club Tijuana Xoloitzcuintles De Caliente
De volta à Libertadores após dezesseis anos, o Club Deportivo Los Millonarios, invicto há catorze jogos em seu estádio, tinha o cenário perfeito para iniciar a competição continental com uma vitória: El Campín praticamente lotado de torcedores entusiasmados e um adversário sem a menor experiência internacional.
Mas alto lá, isso aqui é futebol e se há algum esporte em que ninguém ganha de véspera, é dele que estamos falando. O Club Tijuana, fundado em janeiro de 2007 (veja bem, fun-da-do em janeiro de 2007, isto é, instituição com seis anos de existência) e atual campeão no Torneio Apertura mexicano, foi até Bogotá, mostrou personalidade e, em seu primeiro jogo contra um time de fora da América Central, conquistou uma histórica vitória por um a zero.
É isso mesmo, amantes do futebol, o clube mais popular da Colômbia foi superado pela "criança" mexicana, de seis anos de idade. E dentro de casa.
A partida em si foi carente de inspirações. Os Alvi-Azuis até começaram bem, levando perigo principalmente quando a bola chegava até Wason Rentería. Na maior chance de gol na primeira etapa, o jogador com marcante passagem pelo Internacional fez bela jogada individual aplicando um "ovinho" em Aguilar e chutando firme uma bola que foi rebatida pelo goleiro Saucedo. Na sequência, Montero emendou de bicicleta e Saucedo voltou a salvar os visitantes.
Veio o segundo tempo e jamais voltamos a ver uma superioridade flagrante por parte da equipe mandante, apesar de todas as manifestações encorajadoras por parte da fanática torcida. Aliás, houve um momento em que as ditas manifestações excederam os limites da esportividade, atingindo um árbitro assistente com algum objeto arremessado. Sabe-se lá o que a CONMEBOL e o seu "comitê disciplinar" irão providenciar futuramente. A julgar pelo histórico de "atitudes", nada deverá acontecer. Felizmente, nada de mais grave aconteceu ao assistente atingido.
Com bola rolando, o Tijuana era mais organizado em campo. Faria um a zero, mas o gol foi corretamente anulado, num impedimento de alguns poucos centímetros. Só que, aos dezesseis, não teve jeito: Castillo cruzou da esquerda, Ruíz recebeu livre e chutou cruzado, firme, no canto direito de Delgado. Era o gol de número 200 da história do Tijuana e o primeiro marcado em Libertadores. Ruíz e Tijuana fazendo história no "El Campín".
No final, mais na base da transpiração do que de qualquer outra coisa, o Millonarios tentou buscar o empate e salvar a sequência invicta em seus domínios. Sem sucesso. Nem Rentería foi capaz de mudar o destino, que sorriu aos Rojinegros. O triunfo na altitude da capital colombiana, em plena estréia de Copa Libertadores da América, torna o jogo histórico para a equipe da Baja California. E, sem dúvida alguma, faz aumentar o respeito que futuros adversários deverão ter diante dos comandados do argentino Antonio Mohamed. Os dois próximos jogos da equipe pelo torneio continental serão em casa: San José (vinte e sete de fevereiro) e Corinthians (seis de março).
O Millonarios que se vire para buscar a classificação nesse grupo 5: seu próximo desafio será exatamente contra os atuais campeões, no estádio Pacaembu. E por falar em Corinthians, a equipe brasileira estréia nessa quarta-feira, na altitude de Oruro, diante do San José.
Mas alto lá, isso aqui é futebol e se há algum esporte em que ninguém ganha de véspera, é dele que estamos falando. O Club Tijuana, fundado em janeiro de 2007 (veja bem, fun-da-do em janeiro de 2007, isto é, instituição com seis anos de existência) e atual campeão no Torneio Apertura mexicano, foi até Bogotá, mostrou personalidade e, em seu primeiro jogo contra um time de fora da América Central, conquistou uma histórica vitória por um a zero.
É isso mesmo, amantes do futebol, o clube mais popular da Colômbia foi superado pela "criança" mexicana, de seis anos de idade. E dentro de casa.
A partida em si foi carente de inspirações. Os Alvi-Azuis até começaram bem, levando perigo principalmente quando a bola chegava até Wason Rentería. Na maior chance de gol na primeira etapa, o jogador com marcante passagem pelo Internacional fez bela jogada individual aplicando um "ovinho" em Aguilar e chutando firme uma bola que foi rebatida pelo goleiro Saucedo. Na sequência, Montero emendou de bicicleta e Saucedo voltou a salvar os visitantes.
Veio o segundo tempo e jamais voltamos a ver uma superioridade flagrante por parte da equipe mandante, apesar de todas as manifestações encorajadoras por parte da fanática torcida. Aliás, houve um momento em que as ditas manifestações excederam os limites da esportividade, atingindo um árbitro assistente com algum objeto arremessado. Sabe-se lá o que a CONMEBOL e o seu "comitê disciplinar" irão providenciar futuramente. A julgar pelo histórico de "atitudes", nada deverá acontecer. Felizmente, nada de mais grave aconteceu ao assistente atingido.
Com bola rolando, o Tijuana era mais organizado em campo. Faria um a zero, mas o gol foi corretamente anulado, num impedimento de alguns poucos centímetros. Só que, aos dezesseis, não teve jeito: Castillo cruzou da esquerda, Ruíz recebeu livre e chutou cruzado, firme, no canto direito de Delgado. Era o gol de número 200 da história do Tijuana e o primeiro marcado em Libertadores. Ruíz e Tijuana fazendo história no "El Campín".
No final, mais na base da transpiração do que de qualquer outra coisa, o Millonarios tentou buscar o empate e salvar a sequência invicta em seus domínios. Sem sucesso. Nem Rentería foi capaz de mudar o destino, que sorriu aos Rojinegros. O triunfo na altitude da capital colombiana, em plena estréia de Copa Libertadores da América, torna o jogo histórico para a equipe da Baja California. E, sem dúvida alguma, faz aumentar o respeito que futuros adversários deverão ter diante dos comandados do argentino Antonio Mohamed. Os dois próximos jogos da equipe pelo torneio continental serão em casa: San José (vinte e sete de fevereiro) e Corinthians (seis de março).
O Millonarios que se vire para buscar a classificação nesse grupo 5: seu próximo desafio será exatamente contra os atuais campeões, no estádio Pacaembu. E por falar em Corinthians, a equipe brasileira estréia nessa quarta-feira, na altitude de Oruro, diante do San José.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Milan Vence Parma Com Presente Inesperado
No último jogo antes do encontro com o Barcelona pela fase oitavas-de-final na Liga dos Campeões da Europa, o Milan recebeu o Parma para abrir a vigésima quinta rodada no Campeonato Italiano.
A vitória por 2a1 coloca os comandados de Massimiliano Allegri na quarta colocação, com um ponto e um jogo a mais que a rival Internazionale (que no domingo visita a Fiorentina).
No jogo realizado em Milão, pode-se dizer que a equipe da casa teve sorte para abrir o placar. É que o Parma havia chegado com perigo por pelo menos duas vezes, numa delas com o aniversariante Gabriel Alejandro Paletta mandando a bola perto da trave direita.
Só que o argentino que completava vinte e sete anos de idade teve um gosto amargo nessa data tão especial: após cruzamento pela direita de ataque milanista, Gabrel Paletta cortou de forma a empurrar a bola para a própria meta, tirando do goleiro Nicola Pavarini e abrindo o placar em favor do Milan.
Eram trinta e oito minutos do primeiro tempo naquele momento e o Parma foi para o intervalo em desvantagem no placar e no psicológico, parecendo sentir o gol contra - e exatamente quando atuava melhor que o oponente.
Na segunda etapa, Roberto Donadoni procurou alternativas, colocando em campo o grego Ninis (no lugar de Parolo, aos dez) e Benalouane (saiu Coda, machucado de tanto bater, aos vinte). Só que quem entrou bem mesmo na partida foi Bojan, colocado por Allegri um minuto antes da segunda mexida de Donadoni (quem saiu foi Boateng, que estava bem). Bojan aumentou a dinâmica ofensiva, dando velocidade na troca de passes. O Milan esteve perto do segundo gol em dois lances de toque de bola, um por cada flanco, mas só conseguiu ampliar a vantagem no placar em jogada de bola parada. Aos trinta e dois, Balotelli recebeu falta de Paletta, ele mesmo, o aniversariante. Pegou a bola, gerando irritação em Niang, que parecia disposto a efetuar a cobrança. E mandou na rede. Quarto gol de Balotelli em seu terceiro jogo pelo Milan, igualando a marca do alemão Oliver Bierhoff no clube.
No final, Sansone descontou para o Parma. Mas era tão no final, que não houve tempo para buscar o empate. E já são seis partidas sem vitórias, estabilizando-se na décima posição na tabela de classificação.
O Milan, que não perde para ninguém há seis partidas (caminho inverso do Parma), terá pela frente um desafio e tanto para conservar essa sequência invicta. É o Barcelona, em San Siro. Sei não, mas sinto cheiro de vitória catalã. E, se dia vinte de fevereiro não for aniversário de ninguém no Barça, de repente pinta uma goleada.
A vitória por 2a1 coloca os comandados de Massimiliano Allegri na quarta colocação, com um ponto e um jogo a mais que a rival Internazionale (que no domingo visita a Fiorentina).
No jogo realizado em Milão, pode-se dizer que a equipe da casa teve sorte para abrir o placar. É que o Parma havia chegado com perigo por pelo menos duas vezes, numa delas com o aniversariante Gabriel Alejandro Paletta mandando a bola perto da trave direita.
Só que o argentino que completava vinte e sete anos de idade teve um gosto amargo nessa data tão especial: após cruzamento pela direita de ataque milanista, Gabrel Paletta cortou de forma a empurrar a bola para a própria meta, tirando do goleiro Nicola Pavarini e abrindo o placar em favor do Milan.
Eram trinta e oito minutos do primeiro tempo naquele momento e o Parma foi para o intervalo em desvantagem no placar e no psicológico, parecendo sentir o gol contra - e exatamente quando atuava melhor que o oponente.
Na segunda etapa, Roberto Donadoni procurou alternativas, colocando em campo o grego Ninis (no lugar de Parolo, aos dez) e Benalouane (saiu Coda, machucado de tanto bater, aos vinte). Só que quem entrou bem mesmo na partida foi Bojan, colocado por Allegri um minuto antes da segunda mexida de Donadoni (quem saiu foi Boateng, que estava bem). Bojan aumentou a dinâmica ofensiva, dando velocidade na troca de passes. O Milan esteve perto do segundo gol em dois lances de toque de bola, um por cada flanco, mas só conseguiu ampliar a vantagem no placar em jogada de bola parada. Aos trinta e dois, Balotelli recebeu falta de Paletta, ele mesmo, o aniversariante. Pegou a bola, gerando irritação em Niang, que parecia disposto a efetuar a cobrança. E mandou na rede. Quarto gol de Balotelli em seu terceiro jogo pelo Milan, igualando a marca do alemão Oliver Bierhoff no clube.
No final, Sansone descontou para o Parma. Mas era tão no final, que não houve tempo para buscar o empate. E já são seis partidas sem vitórias, estabilizando-se na décima posição na tabela de classificação.
O Milan, que não perde para ninguém há seis partidas (caminho inverso do Parma), terá pela frente um desafio e tanto para conservar essa sequência invicta. É o Barcelona, em San Siro. Sei não, mas sinto cheiro de vitória catalã. E, se dia vinte de fevereiro não for aniversário de ninguém no Barça, de repente pinta uma goleada.
Ronaldinho Faz A Diferença E Atlético Vence São Paulo Em Estréia Na Libertadores
A fase de grupos na Copa Libertadores da América teve início nessa carnavalesca semana. Semana que teve Unidos de Vila Isabel campeã no Grupo Especial no Rio de Janeiro e que teve um grande jogo de futebol, entre Atlético Mineiro e São Paulo.
Dirigidos por Cuca e Ney Franco, são dois times que gosto de ver jogar. Ney assumiu o Tricolor Paulista durante a temporada 2012, conquistou uma boa colocação no Campeonato Brasileiro (4º) e foi campeão na Copa Sul-Americana, montando um time ofensivo e de envolvente toque de bola. Cuca, no Galo desde 2011, vem mais uma vez implementando um estilo de jogo vistoso, de muita chegada ao ataque, alcançando o vice-campeonato nacional e o título estadual ano passado.
E a estréia dessas equipes, no estádio Independência, deu um belo jogo de futebol. Melhores no primeiro tempo, os atleticanos abriram o placar aos doze minutos em lance onde Ronaldinho juntou esperteza com inteligência. Bebia um pouco de água ofertada pelo goleiro adversário, o experiente Rogério Ceni, e rapidamente se posicionou para receber uma cobrança de lateral. Em cobrança de lateral não existe impedimento e Ronaldinho tirou proveiro da liberdade de marcação, colocando a bola para a pequena área num cruzamento rasteiro, aproveitado por Jô. Um gol bem hidratado.
No segundo tempo, com o jogo equlibrado entre duas equipes que alternavam aproximações da área adversária, a genialidade de Ronaldinho voltou a ser decisiva: aos vinte e sete, ele escapou da marcação de Ganso (que entrara no lugar de Jádson) e de Wellington (que pouco depois deu lugar para Maicon) e, na proximidade da linha final, cruzou caprichosamente, dessa vez pelo alto, servindo o zagueiro Réver, que cabeceou para a rede. 2a0 e tome festa para cerca de 18 mil presentes.
O São Paulo, dez minutos depois, descontou quando Aloísio recebeu de Luís Fabiano e mandou para o gol. Mas as comemorações foram mesmo dos "donos da casa", que conservam invencibilidade de vinte e dois jogos no estádio do América. Um ótimo começo para a Libertadores da América.
Na próxima rodada, o Atlético vai até Sarandí enfrentar o Arsenal, clube argentino que estreou com derrota (2a1) para o boliviano The Strongest, na altitude de La Paz. Já o São Paulo terá pela frente o próprio The Strongest, que descerá ao nível do Tietê, digo, do mar.
Pra quem acha que os clubes brasileiros terão tranquilidade nessa fase de grupos, um lembrete: o Grêmio recebeu o Huachipato (fala sério, você já tinha ouvido falar nesse clube?) e saiu derrotado com o placar de 2a1.
Dirigidos por Cuca e Ney Franco, são dois times que gosto de ver jogar. Ney assumiu o Tricolor Paulista durante a temporada 2012, conquistou uma boa colocação no Campeonato Brasileiro (4º) e foi campeão na Copa Sul-Americana, montando um time ofensivo e de envolvente toque de bola. Cuca, no Galo desde 2011, vem mais uma vez implementando um estilo de jogo vistoso, de muita chegada ao ataque, alcançando o vice-campeonato nacional e o título estadual ano passado.
E a estréia dessas equipes, no estádio Independência, deu um belo jogo de futebol. Melhores no primeiro tempo, os atleticanos abriram o placar aos doze minutos em lance onde Ronaldinho juntou esperteza com inteligência. Bebia um pouco de água ofertada pelo goleiro adversário, o experiente Rogério Ceni, e rapidamente se posicionou para receber uma cobrança de lateral. Em cobrança de lateral não existe impedimento e Ronaldinho tirou proveiro da liberdade de marcação, colocando a bola para a pequena área num cruzamento rasteiro, aproveitado por Jô. Um gol bem hidratado.
No segundo tempo, com o jogo equlibrado entre duas equipes que alternavam aproximações da área adversária, a genialidade de Ronaldinho voltou a ser decisiva: aos vinte e sete, ele escapou da marcação de Ganso (que entrara no lugar de Jádson) e de Wellington (que pouco depois deu lugar para Maicon) e, na proximidade da linha final, cruzou caprichosamente, dessa vez pelo alto, servindo o zagueiro Réver, que cabeceou para a rede. 2a0 e tome festa para cerca de 18 mil presentes.
O São Paulo, dez minutos depois, descontou quando Aloísio recebeu de Luís Fabiano e mandou para o gol. Mas as comemorações foram mesmo dos "donos da casa", que conservam invencibilidade de vinte e dois jogos no estádio do América. Um ótimo começo para a Libertadores da América.
Na próxima rodada, o Atlético vai até Sarandí enfrentar o Arsenal, clube argentino que estreou com derrota (2a1) para o boliviano The Strongest, na altitude de La Paz. Já o São Paulo terá pela frente o próprio The Strongest, que descerá ao nível do Tietê, digo, do mar.
Pra quem acha que os clubes brasileiros terão tranquilidade nessa fase de grupos, um lembrete: o Grêmio recebeu o Huachipato (fala sério, você já tinha ouvido falar nesse clube?) e saiu derrotado com o placar de 2a1.
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domingo, 10 de fevereiro de 2013
Não Tem Pra Ninguém: É Nigéria Tri Campeã Africana
A Nigéria conquistou hoje seu terceiro troféu na Copa Africana de Nações. Diante de Burkina Faso, conseguiu uma vitória por 1a0 em um golaço de Mba, na minha opinião o mais belo gol de todo o torneio.
A partida teve cara e jeito de uma final. Nigéria, que jogava sua sétima final continental na história, e Burkina, estreante nesse cenário, tiveram maneiras diferentes de reagir. Burkina demorou um pouco mais para "entender" a partida, e acabou vendo os adversários abrindo o placar. Sem conseguir repetir o bom futebol que a levou até o Soccer City lotado, teve dificuldades para construir jogadas que a aproximasse do gol de empate.
O segundo tempo teve dois momentos-chave, que aconteceram praticamente em sequência. Musa, que escorregou sozinho no irregular gramado, desperdiçou chance de finalizar o lance e decretar o título das Super Águias. No contra-ataque, Sanou descolou excelente remate cruzado e... o goleiro Enyeama, incrivelmente, desviou. Evitou o empate na grande defesa da final. Tão grandiosa que a arbitragem marcou posse de bola para a Nigéria.
O texto está mais compacto que o habitual porque o blogueiro está partindo para o carnaval na Sapucaí. Quem também deverá ter um carnaval agitado é o elenco nigeriano. Mas isso é assunto para outros campos.
Ademais, lamento as ausências de Emenike e Traoré, respectivos goleadores de Nigéria e Burkina Faso, ambos contundidos. Quando essas duas seleções se enfrentaram na fase de grupos, o empate em 1a1 teve gols marcados exatamente por eles. Por outro lado, Pitroipa, injustamente expulso na semifinal, jogou - ponto para a organização do torneio. De resto, parabéns para nigerianos e burquinenses.
A partida teve cara e jeito de uma final. Nigéria, que jogava sua sétima final continental na história, e Burkina, estreante nesse cenário, tiveram maneiras diferentes de reagir. Burkina demorou um pouco mais para "entender" a partida, e acabou vendo os adversários abrindo o placar. Sem conseguir repetir o bom futebol que a levou até o Soccer City lotado, teve dificuldades para construir jogadas que a aproximasse do gol de empate.
O segundo tempo teve dois momentos-chave, que aconteceram praticamente em sequência. Musa, que escorregou sozinho no irregular gramado, desperdiçou chance de finalizar o lance e decretar o título das Super Águias. No contra-ataque, Sanou descolou excelente remate cruzado e... o goleiro Enyeama, incrivelmente, desviou. Evitou o empate na grande defesa da final. Tão grandiosa que a arbitragem marcou posse de bola para a Nigéria.
O texto está mais compacto que o habitual porque o blogueiro está partindo para o carnaval na Sapucaí. Quem também deverá ter um carnaval agitado é o elenco nigeriano. Mas isso é assunto para outros campos.
Ademais, lamento as ausências de Emenike e Traoré, respectivos goleadores de Nigéria e Burkina Faso, ambos contundidos. Quando essas duas seleções se enfrentaram na fase de grupos, o empate em 1a1 teve gols marcados exatamente por eles. Por outro lado, Pitroipa, injustamente expulso na semifinal, jogou - ponto para a organização do torneio. De resto, parabéns para nigerianos e burquinenses.
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sábado, 9 de fevereiro de 2013
Traves Marcam Presença No Jogão Entre Lazio E Napoli
Lazio (atual 3ª colocada no Campeonato Italiano 2012-3) e Napoli (vice-líder) foram a campo no estádio Olímpico da capital Roma para fazer o mais aguardado duelo nessa que é a 24ª rodada na liga de pontos corridos no país em forma de bota. Se fosse um torneio eliminatório, poderíamos dizer que esse Lazio e Napoli era a partida de volta pela fase semifinal, com a Juventus aguardado o vencedor para jogar a final em jogo único.
Cientes da vitória da Juve sobre a Fiorentina pouco mais cedo, as duas equipes viam-se com a necessidade de vencer esse confronto direto, afinal, a partida tinha início com mandantes e visitantes em débito de doze e seis pontos em relação à Vecchia Signora. Indícios de um grande jogo que foram confirmados depois que a bola começou a rolar. Duas equipes com qualidades e sem negar a busca pelo gol.
Para alegria da torcida local, foi a Lazio quem abriu o placar: aos dez minutos, Floccari recebeu ótimo cruzamento de Konko e, com espaço, dominou no peito e chutou para a rede. 1a0, com o gol sendo marcado exatamente pelo jogador escalado em substituição a Klose, contundido. Aliás, falando nele, foi no jogo entre essas equipes no estádio San Paolo que Klose deu uma aula de honestidade ao afirmar que usara a mão para marcar o gol, levando a arbitragem a anular o lance.
Floccari não fez nada de irregular - e se fizesse sabe Deus se ele contaria ao árbitro - e a Lazio estava na frente no placar. A diferença poderia ter aumentado assim como a partida poderia ter ido empatada para o intervalo: é que tanto Floccari (em chute forte de fora da área) quanto Cavani (em cabeceio firme) finalizaram no ferro, um carimbando a trave e outro o travessão.
A partida teve um primeiro tempo agitado, com gol, bola na trave, no travessão e duas contusões. Mauri e Behrami deixaram o campo, entrando na Lazio o bósnio Lulic e no Napoli o italiano Insigne. No segundo tempo, a partida seguiu dinâmica. Hernanes, que voltava a jogar após grave contusão em partida diante da Juventus pela Copa da Itália, não fazia grande atuação, mas ajudava a arrumar o meio-de-campo (atuou com uma proteção na cabeça parecida com aquela usada pelo goleiro tcheco Petr Cech). E, antes de ser substituído, quase marcou gol de falta, com a cobrança sendo espalmada por De Sanctis.
Vencendo por 1a0 mas vendo o adversário cada vez mais presente no campo de ataque e pressionando sua defesa, a Lazio teve uma enorme chance de marcar o segundo e encaminhar a vitória dentro de seus domínios, mas Lulic, após recuperar a bola de Cannavaro quando este era último homem, chutou fraco e facilitou a defesa de De Sanctis, aos trinta e nove. Dois minutos depois, Inler deu mais um de seus belos chutes de fora da área e pôs Marchetti para trabalhar - o goleiro fez grande defesa e a bola ainda tocou no travessão antes de sair em escanteio. Escanteio que veio da direita e terminou em um golaço de Campagnaro, que emendou de primeira um voleio sem tirar o pé de apoio do chão. 1a1 em Roma, para delírio da equipe do sul italiano.
As emoções pareciam não ter fim e, nos acréscimos, dois chutes de Candreva assustaram. Mas nenhuma finalização nos minutos finais foi tão perigosa quanto a de Floccari. Mas adivinhe só onde a bola foi de encontro... ao travessão, mais uma vez.
O empate não era o resultado mais desejado, mas pelas circunstâncias, tem um sabor mais agradável aos napolitanos que ao time da casa. Parece que esse campeonato de pontos corridos terá seu desenho de scudetto na partida entre Napoli e Juventus. A final, se fosse um torneio eliminatório. Está agendada para dia primeiro de março, na rodada 27. Mas pode também chamar de final, se preferir.
Cientes da vitória da Juve sobre a Fiorentina pouco mais cedo, as duas equipes viam-se com a necessidade de vencer esse confronto direto, afinal, a partida tinha início com mandantes e visitantes em débito de doze e seis pontos em relação à Vecchia Signora. Indícios de um grande jogo que foram confirmados depois que a bola começou a rolar. Duas equipes com qualidades e sem negar a busca pelo gol.
Para alegria da torcida local, foi a Lazio quem abriu o placar: aos dez minutos, Floccari recebeu ótimo cruzamento de Konko e, com espaço, dominou no peito e chutou para a rede. 1a0, com o gol sendo marcado exatamente pelo jogador escalado em substituição a Klose, contundido. Aliás, falando nele, foi no jogo entre essas equipes no estádio San Paolo que Klose deu uma aula de honestidade ao afirmar que usara a mão para marcar o gol, levando a arbitragem a anular o lance.
Floccari não fez nada de irregular - e se fizesse sabe Deus se ele contaria ao árbitro - e a Lazio estava na frente no placar. A diferença poderia ter aumentado assim como a partida poderia ter ido empatada para o intervalo: é que tanto Floccari (em chute forte de fora da área) quanto Cavani (em cabeceio firme) finalizaram no ferro, um carimbando a trave e outro o travessão.
A partida teve um primeiro tempo agitado, com gol, bola na trave, no travessão e duas contusões. Mauri e Behrami deixaram o campo, entrando na Lazio o bósnio Lulic e no Napoli o italiano Insigne. No segundo tempo, a partida seguiu dinâmica. Hernanes, que voltava a jogar após grave contusão em partida diante da Juventus pela Copa da Itália, não fazia grande atuação, mas ajudava a arrumar o meio-de-campo (atuou com uma proteção na cabeça parecida com aquela usada pelo goleiro tcheco Petr Cech). E, antes de ser substituído, quase marcou gol de falta, com a cobrança sendo espalmada por De Sanctis.
Vencendo por 1a0 mas vendo o adversário cada vez mais presente no campo de ataque e pressionando sua defesa, a Lazio teve uma enorme chance de marcar o segundo e encaminhar a vitória dentro de seus domínios, mas Lulic, após recuperar a bola de Cannavaro quando este era último homem, chutou fraco e facilitou a defesa de De Sanctis, aos trinta e nove. Dois minutos depois, Inler deu mais um de seus belos chutes de fora da área e pôs Marchetti para trabalhar - o goleiro fez grande defesa e a bola ainda tocou no travessão antes de sair em escanteio. Escanteio que veio da direita e terminou em um golaço de Campagnaro, que emendou de primeira um voleio sem tirar o pé de apoio do chão. 1a1 em Roma, para delírio da equipe do sul italiano.
As emoções pareciam não ter fim e, nos acréscimos, dois chutes de Candreva assustaram. Mas nenhuma finalização nos minutos finais foi tão perigosa quanto a de Floccari. Mas adivinhe só onde a bola foi de encontro... ao travessão, mais uma vez.
O empate não era o resultado mais desejado, mas pelas circunstâncias, tem um sabor mais agradável aos napolitanos que ao time da casa. Parece que esse campeonato de pontos corridos terá seu desenho de scudetto na partida entre Napoli e Juventus. A final, se fosse um torneio eliminatório. Está agendada para dia primeiro de março, na rodada 27. Mas pode também chamar de final, se preferir.
Mali Vence Gana E É Bronze - Uma Lição De Ouro
A exemplo do que aconteceu na edição passada de Copa da África, Mali e Gana jogaram a disputa de terceiro lugar no continente. E, novamente, deu Mali. A vitória por 3a1 foi construída numa partida aberta, onde as duas seleções se mostraram com preferências a atacar do que defender.
O jogo estava equilibrado, mas, ao contrário daquele equilíbrio "estudado", esse era dinâmico. Melhor para o espectador, que vê mais chances de gol sendo criadas. Aos vinte minutos, Mamadou Samassa abriu o placar: Adama Tamboura avançou pela esquerda, cruzou na medida e, entre a marca do pênalti e a linha da pequena área, Samassa mergulhou para marcar de cabeça, no canto esquerdo, seu segundo gol no torneio.
Gana não se abalou pela desvantagem no placar e teve oportunidades para empatar ainda no primeiro tempo. Não aproveitou nenhuma delas. Na volta do intervalo, viu-se em situação complicada na partida quando Seydou Keita, aos dois minutos, ampliou a diferença no placar: em jogada pelo lado direito, Ousmane Coulibaly cruzou rasteiro e o capitão completou para a rede, mais ou menos na mesma região em que Samassa havia inaugurado o marcador, só que na área oposta. Mali 2a0.
Os comandados de James Appiah não tinham muito mais o que fazer em Porto Elizabeth a não ser se mandar de maneira mais incisiva ao ataque para tentar pelo menos um empate que levaria o jogo para a prorrogação. Era difícil penetrar na defesa bem montada pelo francês Patrice Carteron, que tinha dois Coulibalys por ali formando o miolo de zaga (o jovem Salif, de dezenove anos, e o experiente Adama, de trinta e dois). Mas o árbitro Eric Arnaud Otogo-Castane, do Gabão, tratou de dar uma ajuda para Gana, marcando pênalti de Salif em lance onde foi colocado o peito na bola, e não a mão.
Wakaso Mubarak, com os mesmos quatro gols do nigeriano Emenike, tinha a chance de se isolar como goleador na competição aos doze minutos do segundo tempo. Mas isolou a cobrança de pênalti. Se nem com a ajuda da arbitragem os ganeses conseguiram "entrar novamente" no jogo, então o goleiro malinês Soumbeïla Diakité tratou de aumentar a emoção na partida. Soltando bolas levantadas na área, o arqueiro foi passando uma certa insegurança, apesar de realizar importantes intervenções, como quando rebateu bola difícil no canto direito. Até que, aos trinta e seis, veio a maior das falhas de Diakité na partida e na Copa Africana como um todo: Kwadwo Asamoah chutou de fora da área, a bola não desviou em ninguém e, mesmo assim, o goleirão foi mais para o canto do que a trajetória da bola, mostrando-se fora do tempo e do espaço, vendo a rede ser estufada atrás de si. Um chute bem dado, com toda certeza, mas plenamente defensável. Faz parte, acontece.
No final, Gana até ensaiou uma pressão para buscar o empate, mas quem chegou ao gol foi Mali: aos quarenta e oito, Sigamary Diarra, que entrara cerca de vinte minutos antes no lugar de Samassa, não desperdiçou a chance e marcou o terceiro gol malinês. 3a1, placar final no estádio Nelson Mandela.
Gana, que tem uma seleção qualificada e de alguns bons valores individuais, apresentou um futebol de forte padrão de jogo e disciplina tática, mas por muitas das vezes com uma rigidez que inibiu a criatividade típica nas seleções africanas. Um jeito de jogar que não me agrada muito, mas um trabalho bem feito no ponto de vista de se conseguir estabelecer uma certa regularidade no estilo de jogo da equipe, minimizando as oscilações. Caiu na semifinal para Burkina Faso (nos pênaltis) e só foi perder a invencibilidade para Mali, nessa disputa de terceiro lugar. Porém, insisto que, a julgar pelo que vi na partida de quartas-de-final onde Gana venceu Cabo Verde por 2a0, seria mais legal se a seleção cabo-verdiana tivesse conseguido avançar.
Mali, que na fase de grupos estreou vencendo Níger (1a0), depois perdeu para a própria seleção de Gana (1a0) e conseguiu a classificação empatando com Congo (2a2), teve como um dos seus melhores momentos no torneio o triunfo nos pênaltis sobre a anfitriã África do Sul, após empate por 1a1 nos mais de cento e vinte minutos jogados. Caiu para a Nigéria na semifinal (4a1) mas se despede de cabeça erguida, vencendo Gana e levando um pouco de alegria a um país que atravessa o sombrio cenário da guerra civil. Parabéns, Mali.
O jogo estava equilibrado, mas, ao contrário daquele equilíbrio "estudado", esse era dinâmico. Melhor para o espectador, que vê mais chances de gol sendo criadas. Aos vinte minutos, Mamadou Samassa abriu o placar: Adama Tamboura avançou pela esquerda, cruzou na medida e, entre a marca do pênalti e a linha da pequena área, Samassa mergulhou para marcar de cabeça, no canto esquerdo, seu segundo gol no torneio.
Gana não se abalou pela desvantagem no placar e teve oportunidades para empatar ainda no primeiro tempo. Não aproveitou nenhuma delas. Na volta do intervalo, viu-se em situação complicada na partida quando Seydou Keita, aos dois minutos, ampliou a diferença no placar: em jogada pelo lado direito, Ousmane Coulibaly cruzou rasteiro e o capitão completou para a rede, mais ou menos na mesma região em que Samassa havia inaugurado o marcador, só que na área oposta. Mali 2a0.
Os comandados de James Appiah não tinham muito mais o que fazer em Porto Elizabeth a não ser se mandar de maneira mais incisiva ao ataque para tentar pelo menos um empate que levaria o jogo para a prorrogação. Era difícil penetrar na defesa bem montada pelo francês Patrice Carteron, que tinha dois Coulibalys por ali formando o miolo de zaga (o jovem Salif, de dezenove anos, e o experiente Adama, de trinta e dois). Mas o árbitro Eric Arnaud Otogo-Castane, do Gabão, tratou de dar uma ajuda para Gana, marcando pênalti de Salif em lance onde foi colocado o peito na bola, e não a mão.
Wakaso Mubarak, com os mesmos quatro gols do nigeriano Emenike, tinha a chance de se isolar como goleador na competição aos doze minutos do segundo tempo. Mas isolou a cobrança de pênalti. Se nem com a ajuda da arbitragem os ganeses conseguiram "entrar novamente" no jogo, então o goleiro malinês Soumbeïla Diakité tratou de aumentar a emoção na partida. Soltando bolas levantadas na área, o arqueiro foi passando uma certa insegurança, apesar de realizar importantes intervenções, como quando rebateu bola difícil no canto direito. Até que, aos trinta e seis, veio a maior das falhas de Diakité na partida e na Copa Africana como um todo: Kwadwo Asamoah chutou de fora da área, a bola não desviou em ninguém e, mesmo assim, o goleirão foi mais para o canto do que a trajetória da bola, mostrando-se fora do tempo e do espaço, vendo a rede ser estufada atrás de si. Um chute bem dado, com toda certeza, mas plenamente defensável. Faz parte, acontece.
No final, Gana até ensaiou uma pressão para buscar o empate, mas quem chegou ao gol foi Mali: aos quarenta e oito, Sigamary Diarra, que entrara cerca de vinte minutos antes no lugar de Samassa, não desperdiçou a chance e marcou o terceiro gol malinês. 3a1, placar final no estádio Nelson Mandela.
Gana, que tem uma seleção qualificada e de alguns bons valores individuais, apresentou um futebol de forte padrão de jogo e disciplina tática, mas por muitas das vezes com uma rigidez que inibiu a criatividade típica nas seleções africanas. Um jeito de jogar que não me agrada muito, mas um trabalho bem feito no ponto de vista de se conseguir estabelecer uma certa regularidade no estilo de jogo da equipe, minimizando as oscilações. Caiu na semifinal para Burkina Faso (nos pênaltis) e só foi perder a invencibilidade para Mali, nessa disputa de terceiro lugar. Porém, insisto que, a julgar pelo que vi na partida de quartas-de-final onde Gana venceu Cabo Verde por 2a0, seria mais legal se a seleção cabo-verdiana tivesse conseguido avançar.
Mali, que na fase de grupos estreou vencendo Níger (1a0), depois perdeu para a própria seleção de Gana (1a0) e conseguiu a classificação empatando com Congo (2a2), teve como um dos seus melhores momentos no torneio o triunfo nos pênaltis sobre a anfitriã África do Sul, após empate por 1a1 nos mais de cento e vinte minutos jogados. Caiu para a Nigéria na semifinal (4a1) mas se despede de cabeça erguida, vencendo Gana e levando um pouco de alegria a um país que atravessa o sombrio cenário da guerra civil. Parabéns, Mali.
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Seedorf Comanda E Botafogo Vira Sobre O Resende
O Botafogo quase foi para o carnaval com um vexame nas costas. Quase. Jogou um primeiro tempo apático, permitindo dois gols ao limitado time do Resende e outras oportunidades claras que poderiam encaminhar uma goleada para a equipe visitante.
Não tomou o terceiro gol antes do intervalo. Pelo contrário, numa rara jogada interessante produzida no campo de ataque, diminuiu a desvantagem. E, no segundo tempo, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira dominou as ações, impôs seu jeito de jogar e venceu de virada.
A partida serviu para sublinhar algumas coisas que já não são novidade para muita gente. A primeira é que, por mais frágil que possa ser um time, não existe essa de time bobo no futebol. Com uma marcação frouxa e vacilante na tentativa de fazer linha-de-impedimento, o Botafogo viu por diversas vezes os atacantes do Resende saírem na cara do goleiro Jéfferson. Jéfferson cometeu um pênalti num desses lances, ignorado pela arbitragem. Nada pôde fazer quando Marcel chutou no canto direito, abrindo o placar. Teve trabalho para evitar que novas enfiadas de bola resultassem em novos gols. E ainda foi vazado mais uma vez, em penalidade máxima cometida por Bolívar e convertida por Elias.
A segunda coisa que não é novidade para quem acompanha futebol com um mínimo de bom senso é que há diferenças grotescas no nível técnico entre as equipes que disputam a Série A nacional e as de divisões inferiores, exacerbadas no advento dos Campeonatos Estaduais. O Botafogo precisou pura e simplesmente impôr seu jogo para marcar gol atrás de gol, mudar o panorama da partida e terminar o jogo de maneira tranquila, o que dificilmente ocorreria diante de um oponente mais qualificado, até porque não é nada fácil virar uma partida quando se tem dois gols de prejuízo. Mas tanto Botafogo quanto Resende fizeram parecer fácil essa reviravolta no resultado.
E aí é que quero entrar na terceira coisa que não é novidade para os amantes e apreciadores do bom futebol: Seedorf é um gênio da bola. Marcou o seu em lance onde mostrou o que se espera de um jogador no momento da finalização: recebeu a bola, preparou para o remate e mandou na rede. Ótimo para semear um clima menos tenso no vestiário, até porque, conforme vimos nessa semana, Oswaldo de Oliveira anda com os nervos exaltados (há quem diga que ele é assim há muito tempo, enganando-se quem acredita na imagem de um treinador ponderado e tranquilo).
E o papo deve ter sido bom, pois já com um minuto no segundo tempo veio o empate botafoguense. Seedorf é um jogador tão especial, que até quando erra, acerta: a bola foi cruzada, o camisa dez furou a tentativa de voleio e a bola chegou limpa para Márcio Azevedo, que trouxe para a perna direita (!) e mandou pra rede. Se Seedorf pode furar, um canhoto pode marcar com a perna direita, né?
O que não pode parar é o show do holandês, que recuperou a posse de bola no campo de ataque, deu uma caneta no adversário com quem dividiu o lance e fez a assistência para Cidinho marcar o terceiro, o da virada. Quem fechou a conta foi Sassá, que entrou no lugar de Bruno Mendes e anotou o quarto gol alvinegro.
A torcida do Botafogo, que compareceu em número pífio ao Engenhão (menos de três mil presentes) agora tem dez dias para descansar, se divertir, gastar e juntar dinheiro até a próxima partida da equipe, que será daqui a dez dias, com o Flamengo. Não há momento mais adequado do que esse para o botafoguense mostrar-se ao lado do time e apoiar. Ponha na agenda, alvinegro: dia dezessete de fevereiro, domingo, no Engenhão, clássico com o Flamengo. Pode ser pra selar a classificação na fase semifinal na Taça Guanabara 2013. E, mais importante que isso, para selar a paz com um treinador que parece pressionado até quando as coisas dão indícios de caminharem bem.
Não tomou o terceiro gol antes do intervalo. Pelo contrário, numa rara jogada interessante produzida no campo de ataque, diminuiu a desvantagem. E, no segundo tempo, a equipe comandada por Oswaldo de Oliveira dominou as ações, impôs seu jeito de jogar e venceu de virada.
A partida serviu para sublinhar algumas coisas que já não são novidade para muita gente. A primeira é que, por mais frágil que possa ser um time, não existe essa de time bobo no futebol. Com uma marcação frouxa e vacilante na tentativa de fazer linha-de-impedimento, o Botafogo viu por diversas vezes os atacantes do Resende saírem na cara do goleiro Jéfferson. Jéfferson cometeu um pênalti num desses lances, ignorado pela arbitragem. Nada pôde fazer quando Marcel chutou no canto direito, abrindo o placar. Teve trabalho para evitar que novas enfiadas de bola resultassem em novos gols. E ainda foi vazado mais uma vez, em penalidade máxima cometida por Bolívar e convertida por Elias.
A segunda coisa que não é novidade para quem acompanha futebol com um mínimo de bom senso é que há diferenças grotescas no nível técnico entre as equipes que disputam a Série A nacional e as de divisões inferiores, exacerbadas no advento dos Campeonatos Estaduais. O Botafogo precisou pura e simplesmente impôr seu jogo para marcar gol atrás de gol, mudar o panorama da partida e terminar o jogo de maneira tranquila, o que dificilmente ocorreria diante de um oponente mais qualificado, até porque não é nada fácil virar uma partida quando se tem dois gols de prejuízo. Mas tanto Botafogo quanto Resende fizeram parecer fácil essa reviravolta no resultado.
E aí é que quero entrar na terceira coisa que não é novidade para os amantes e apreciadores do bom futebol: Seedorf é um gênio da bola. Marcou o seu em lance onde mostrou o que se espera de um jogador no momento da finalização: recebeu a bola, preparou para o remate e mandou na rede. Ótimo para semear um clima menos tenso no vestiário, até porque, conforme vimos nessa semana, Oswaldo de Oliveira anda com os nervos exaltados (há quem diga que ele é assim há muito tempo, enganando-se quem acredita na imagem de um treinador ponderado e tranquilo).
E o papo deve ter sido bom, pois já com um minuto no segundo tempo veio o empate botafoguense. Seedorf é um jogador tão especial, que até quando erra, acerta: a bola foi cruzada, o camisa dez furou a tentativa de voleio e a bola chegou limpa para Márcio Azevedo, que trouxe para a perna direita (!) e mandou pra rede. Se Seedorf pode furar, um canhoto pode marcar com a perna direita, né?
O que não pode parar é o show do holandês, que recuperou a posse de bola no campo de ataque, deu uma caneta no adversário com quem dividiu o lance e fez a assistência para Cidinho marcar o terceiro, o da virada. Quem fechou a conta foi Sassá, que entrou no lugar de Bruno Mendes e anotou o quarto gol alvinegro.
A torcida do Botafogo, que compareceu em número pífio ao Engenhão (menos de três mil presentes) agora tem dez dias para descansar, se divertir, gastar e juntar dinheiro até a próxima partida da equipe, que será daqui a dez dias, com o Flamengo. Não há momento mais adequado do que esse para o botafoguense mostrar-se ao lado do time e apoiar. Ponha na agenda, alvinegro: dia dezessete de fevereiro, domingo, no Engenhão, clássico com o Flamengo. Pode ser pra selar a classificação na fase semifinal na Taça Guanabara 2013. E, mais importante que isso, para selar a paz com um treinador que parece pressionado até quando as coisas dão indícios de caminharem bem.
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Entre Buracos E Adversários, Flamengo Goleia Friburguense
Foi fácil demais para o Flamengo vencer o Friburguense na noite de quarta-feira, abrindo a sexta rodada no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro 2013. A fragilidade da equipe de Nova Friburgo era flagrante, mas há que se elogiar também aqueles que ajudaram a construir o resultado para o Rubronegro da Gávea.
Autor dos dois primeiros gols, Hernane isolou-se ainda mais como goleador no torneio, agora com sete. Foram dois gols logo no início. Aos cinco minutos, aproveitou-se de saída mal-sucedida do goleiro Afonso após cobrança de escanteio pelo lado direito e mandou para a rede. Aos onze, novo cruzamento da direita, só que dessa vez com bola rolando e, em vez de vacilo do goleiro, foi o sistema defensivo como um todo que facilitou a vida de Hernane, que novamente concluiu na rede. Dois gols muito simples, dois gols muito tranquilos, mas ultimamente o simples e o tranquilo vinham sendo bastante complexos para os centroavantes do Flamengo, com direito a gols perdidos por Deivid e Vágner Love que podíamos chamar de absurdos. Muito menos badalado que aqueles dois, Hernane vai cumprindo o ofício de atacante.
Mas quem realmente roubou a cena em Macaé foi o jovem Rafinha. Autor da assistência para o segundo gol de Hernane, ele ainda marcaria um golaço aos sete minutos do segundo tempo e faria o passe para Cléber Santana fechar a goleada, oito minutos mais tarde. Se no Flamengo muito se falava de jovens como Adryan e Thomás, é Rafinha quem está se apresentando como maior promessa ofensiva no clube. Tudo bem, o Estadual não serve de parâmetro para um Campeonato Brasileiro, por exemplo, o adversário esteve muito longe de impôr alguma dificuldade etc e tal. Mas talento a gente identifica em qualquer campo. Inclusive no gramado horroroso de Macaé. Partidaça de Rafinha, olho nele.
Autor dos dois primeiros gols, Hernane isolou-se ainda mais como goleador no torneio, agora com sete. Foram dois gols logo no início. Aos cinco minutos, aproveitou-se de saída mal-sucedida do goleiro Afonso após cobrança de escanteio pelo lado direito e mandou para a rede. Aos onze, novo cruzamento da direita, só que dessa vez com bola rolando e, em vez de vacilo do goleiro, foi o sistema defensivo como um todo que facilitou a vida de Hernane, que novamente concluiu na rede. Dois gols muito simples, dois gols muito tranquilos, mas ultimamente o simples e o tranquilo vinham sendo bastante complexos para os centroavantes do Flamengo, com direito a gols perdidos por Deivid e Vágner Love que podíamos chamar de absurdos. Muito menos badalado que aqueles dois, Hernane vai cumprindo o ofício de atacante.
Mas quem realmente roubou a cena em Macaé foi o jovem Rafinha. Autor da assistência para o segundo gol de Hernane, ele ainda marcaria um golaço aos sete minutos do segundo tempo e faria o passe para Cléber Santana fechar a goleada, oito minutos mais tarde. Se no Flamengo muito se falava de jovens como Adryan e Thomás, é Rafinha quem está se apresentando como maior promessa ofensiva no clube. Tudo bem, o Estadual não serve de parâmetro para um Campeonato Brasileiro, por exemplo, o adversário esteve muito longe de impôr alguma dificuldade etc e tal. Mas talento a gente identifica em qualquer campo. Inclusive no gramado horroroso de Macaé. Partidaça de Rafinha, olho nele.
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Burkina Faz O Futebol Mais Feliz: Merecido Lugar Na Final
Senhoras e senhores, meninos e meninas de qualquer idade, pela primeira vez na história, a seleção de Burkina Faso disputará uma final na Copa Africana de Nações. E o que é melhor: jogando um futebol corajoso, sem temer um adversário mais forte tecnicamente e mais experiente. Gana, que tem oito finais continentais nas costas, acabou caindo para os burquinenses.
O jogo foi interessantíssimo. Duvido que qualquer amistoso internacional nessa data FIFA tenha proporcionado um duelo mais emocionante que esse. Logo com seis minutos, um lance exemplar de fair play, daqueles dignos de ilustrar campanhas publicitárias futebolísticas, esportivas e humanitárias em geral: Panandétiguiri foi lançado na esquerda e, perto da linha final, viu o adversário que o acompanhava cair no gramado. Era Pantsil, que se contorceu de dor sentindo lesão. O lateral-esquerdo burquinense, que poderia tranquilamente cruzar a bola pra área ou partir com ela dominada, fez o que se espera de um jogador, de um atleta, de um homem. O que se espera mas quase nunca se vê. Mandou a bola imediatamente pela lateral para que fosse feito atendimento ao adversário de jogo, ao companheiro de profissão, ao irmão por que não?
Pantsil não teve condições de voltar para a partida e, aborrecido, saiu na maca. Quem entrou em seu lugar foi Asante, que atuou como meio-campista - Afful foi deslocado para a lateral-direita pelo treinador James Appiah. Pouco depois, com Burkina Faso no ataque, Jonathan Pitroipa foi atingido por John Boye. Entendo como pênalti, mas o árbitro tunisiano Slim Jedidi, não. Só que, minutos depois, quando lance similar aconteceu na outra grande área, foi assinalada penalidade máxima para Gana, alegando-se que o toque de Panandétiguiri (aquele mesmo do jogo limpo) foi faltoso. Bem, se foi, então o que Boye havia feito também caracterizava pênalti. Faltou critério para Slim Jedidi.
Wakaso Mubarak colocou a bola no canto esquerdo e marcou seu quarto gol no torneio, igualando-se ao nigeriano Emenike no topo da lista de goleadores. Gana não se abdicou completamente de atacar, mas, em vantagem no placar, diminuiu sua objetividade quando com a posse de bola, o que tornou o jogo ligeiramente mais burocrático, embora jamais desinteressante. Até porque chances de gol pintavam para os dois lados, com Bancé e Gyan quase sempre bem posicionados entre os zagueiros adversários.
Veio o segundo tempo e a partida melhorou. Um cabeceio de Bancé após escanteio pela esquerda ficou tão perto de entrar que a rede balançou. Balançou porque o goleiro Dauda defendeu praticamente em cima da linha, prensando a bola no travessão e encostando a mão na rede. Em resposta, Gyan carimbou a trave esquerda em finalização de primeira após rápida jogada pelo lado esquerdo. E, de tanto tentar, Bancé conseguiu o que queria: após erro de saída de jogo ganês, Kaboré acionou Bancé e o centroavante chutou praticamente no meio do gol, com Dauda posicionado mais à direita e não conseguindo realizar a defesa. Tudo igual no placar.
Nakoulma, que entrou no decorrer do jogo com Togo e recebeu elogios por aqui, foi titular e, se errou bastante no primeiro tempo, subiu visivelmente de produção após o intervalo. Mesmo no horrendo gramado de Nelspruit, ele propunha tabelas em velocidade e jogadas de infiltração mantendo a bola pelo chão. Aliás, é essa a proposta de jogo do belga Paul Put: um jogo de toques rasteiros e objetivos. Bacana de se ver, principalmente numa equipe que não prima pela técnica, contando com jogadores de qualidade, sim, mas que se destacam principalmente pela força do conjunto. E olha que Burkina continua desfalcada do hábil Alain Traoré, possivelmente o jogador de maior talento no elenco.
Mas nem tudo são flores. Koulibaly, por exemplo, desferiu um pontapé em Gyan digno de cartão vermelho. Foi punido com um mísero cartão amarelo. Mais tarde, se fez reincidente, acertando novamente o mesmo Gyan numa disputa pelo alto. O jogo foi para a prorrogação, a terceira no torneio e a segunda envolvendo os burquinenses, que passaram por Togo com um gol aos 104'.
E, exatamente aos 104 minutos, Burkina Faso marcou um golaço através de Nakoulma, que encobriu o goleiro Dauda. Mas a arbitragem anulou, alegando falta num lance onde quem agarrou foi agarrado e vice-versa. Critérios dúbios, sempre favorecendo Gana. Mas a decisão mais estúpida do árbitro Slim Jedidi estava por vir. Aos 115' (isto é, aos dez do segundo tempo da prorrogação), um pênalti claro cometido em Pitroipa. Mais claro que qualquer um que não tenha sido dado e mais claro que o único que foi assinalado. Mas, Jedidi deu... simulação. E expulsou Pitroipa pelo segundo cartão amarelo. Lamentável.
Mas a prorrogação não teve apenas erros grosseiros da arbitragem. Houve belo chute de Koulibaly (dessa vez na bola, não no Gyan) defendido por Dauda. Houve uma finalização de Bancé que foi salva por Afful de maneira impressionante, praticamente em cima da linha final. Houve também um cabeceio de Gyan que passou perto da trave esquerda. A chance derradeira foi de Burkina e de Bancé: aos 120', o remate do camisa quinze desviou em Asamoah e passou perto do travessão.
Ou seja, um jogão. Um jogo que poderia - e até mesmo deveria - ter sido definido na prorrogação. Burkina Faso, flagrantemente superior, precisou definir sua situação nos pênaltis. Pênaltis que lhe foram negados nas duas horas de jogo. Mas nada escapa à justiça dos deuses do futebol. Logo na primeira cobrança, Vorsah mandou para fora. Na terceira série, Koulibaly - aquele mesmo das agressões a Gyan - desperdiçou sua cobrança, deixando tudo empatado em 2a2.
Veio a quarta série de cobranças. E veja só o capricho dos deuses. Clottey, que entrou no lugar de Wakaso (aquele que cobrou e converteu o único pênalti assinalado no tempo regulamentar), mandou para fora, a exemplo do que fizera Vorsah. Era a vez de Bancé colocar Burkina em vantagem. E assim se fez: de cavadinha.
E assim foi "narrada" a cobrança derradeira, de Badu para defesa de Diakité...
O jogo foi interessantíssimo. Duvido que qualquer amistoso internacional nessa data FIFA tenha proporcionado um duelo mais emocionante que esse. Logo com seis minutos, um lance exemplar de fair play, daqueles dignos de ilustrar campanhas publicitárias futebolísticas, esportivas e humanitárias em geral: Panandétiguiri foi lançado na esquerda e, perto da linha final, viu o adversário que o acompanhava cair no gramado. Era Pantsil, que se contorceu de dor sentindo lesão. O lateral-esquerdo burquinense, que poderia tranquilamente cruzar a bola pra área ou partir com ela dominada, fez o que se espera de um jogador, de um atleta, de um homem. O que se espera mas quase nunca se vê. Mandou a bola imediatamente pela lateral para que fosse feito atendimento ao adversário de jogo, ao companheiro de profissão, ao irmão por que não?
Pantsil não teve condições de voltar para a partida e, aborrecido, saiu na maca. Quem entrou em seu lugar foi Asante, que atuou como meio-campista - Afful foi deslocado para a lateral-direita pelo treinador James Appiah. Pouco depois, com Burkina Faso no ataque, Jonathan Pitroipa foi atingido por John Boye. Entendo como pênalti, mas o árbitro tunisiano Slim Jedidi, não. Só que, minutos depois, quando lance similar aconteceu na outra grande área, foi assinalada penalidade máxima para Gana, alegando-se que o toque de Panandétiguiri (aquele mesmo do jogo limpo) foi faltoso. Bem, se foi, então o que Boye havia feito também caracterizava pênalti. Faltou critério para Slim Jedidi.
Wakaso Mubarak colocou a bola no canto esquerdo e marcou seu quarto gol no torneio, igualando-se ao nigeriano Emenike no topo da lista de goleadores. Gana não se abdicou completamente de atacar, mas, em vantagem no placar, diminuiu sua objetividade quando com a posse de bola, o que tornou o jogo ligeiramente mais burocrático, embora jamais desinteressante. Até porque chances de gol pintavam para os dois lados, com Bancé e Gyan quase sempre bem posicionados entre os zagueiros adversários.
Veio o segundo tempo e a partida melhorou. Um cabeceio de Bancé após escanteio pela esquerda ficou tão perto de entrar que a rede balançou. Balançou porque o goleiro Dauda defendeu praticamente em cima da linha, prensando a bola no travessão e encostando a mão na rede. Em resposta, Gyan carimbou a trave esquerda em finalização de primeira após rápida jogada pelo lado esquerdo. E, de tanto tentar, Bancé conseguiu o que queria: após erro de saída de jogo ganês, Kaboré acionou Bancé e o centroavante chutou praticamente no meio do gol, com Dauda posicionado mais à direita e não conseguindo realizar a defesa. Tudo igual no placar.
Nakoulma, que entrou no decorrer do jogo com Togo e recebeu elogios por aqui, foi titular e, se errou bastante no primeiro tempo, subiu visivelmente de produção após o intervalo. Mesmo no horrendo gramado de Nelspruit, ele propunha tabelas em velocidade e jogadas de infiltração mantendo a bola pelo chão. Aliás, é essa a proposta de jogo do belga Paul Put: um jogo de toques rasteiros e objetivos. Bacana de se ver, principalmente numa equipe que não prima pela técnica, contando com jogadores de qualidade, sim, mas que se destacam principalmente pela força do conjunto. E olha que Burkina continua desfalcada do hábil Alain Traoré, possivelmente o jogador de maior talento no elenco.
Mas nem tudo são flores. Koulibaly, por exemplo, desferiu um pontapé em Gyan digno de cartão vermelho. Foi punido com um mísero cartão amarelo. Mais tarde, se fez reincidente, acertando novamente o mesmo Gyan numa disputa pelo alto. O jogo foi para a prorrogação, a terceira no torneio e a segunda envolvendo os burquinenses, que passaram por Togo com um gol aos 104'.
E, exatamente aos 104 minutos, Burkina Faso marcou um golaço através de Nakoulma, que encobriu o goleiro Dauda. Mas a arbitragem anulou, alegando falta num lance onde quem agarrou foi agarrado e vice-versa. Critérios dúbios, sempre favorecendo Gana. Mas a decisão mais estúpida do árbitro Slim Jedidi estava por vir. Aos 115' (isto é, aos dez do segundo tempo da prorrogação), um pênalti claro cometido em Pitroipa. Mais claro que qualquer um que não tenha sido dado e mais claro que o único que foi assinalado. Mas, Jedidi deu... simulação. E expulsou Pitroipa pelo segundo cartão amarelo. Lamentável.
Mas a prorrogação não teve apenas erros grosseiros da arbitragem. Houve belo chute de Koulibaly (dessa vez na bola, não no Gyan) defendido por Dauda. Houve uma finalização de Bancé que foi salva por Afful de maneira impressionante, praticamente em cima da linha final. Houve também um cabeceio de Gyan que passou perto da trave esquerda. A chance derradeira foi de Burkina e de Bancé: aos 120', o remate do camisa quinze desviou em Asamoah e passou perto do travessão.
Ou seja, um jogão. Um jogo que poderia - e até mesmo deveria - ter sido definido na prorrogação. Burkina Faso, flagrantemente superior, precisou definir sua situação nos pênaltis. Pênaltis que lhe foram negados nas duas horas de jogo. Mas nada escapa à justiça dos deuses do futebol. Logo na primeira cobrança, Vorsah mandou para fora. Na terceira série, Koulibaly - aquele mesmo das agressões a Gyan - desperdiçou sua cobrança, deixando tudo empatado em 2a2.
Veio a quarta série de cobranças. E veja só o capricho dos deuses. Clottey, que entrou no lugar de Wakaso (aquele que cobrou e converteu o único pênalti assinalado no tempo regulamentar), mandou para fora, a exemplo do que fizera Vorsah. Era a vez de Bancé colocar Burkina em vantagem. E assim se fez: de cavadinha.
E assim foi "narrada" a cobrança derradeira, de Badu para defesa de Diakité...
Pênaltis na #CAN2013 Pegou Diakité! Pegou a cobrança de Badul! Se adiantou e pegou! Justo! Burkina Faso na final!
— Jogada De Efeito (@jogadadefeito) 6 de fevereiro de 2013
Burkina Faso e Nigéria, que estrearam na competição empatando em 1a1, vão fechar a Copa das Nações Africanas com chave-de-ouro. Tem tudo para ser um jogo bem melhor do que aquele pela fase de grupos. Espero que o Soccer City fique pequeno e que vença a seleção que apresentar um futebol mais interessante, mais ofensivo. O Brasil espera a campeã na Copa das Confederações 2013.
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Na Final Da Copa Da África, Com Vocês, A Boa E Nova Nigéria
Quem te viu, quem te vê, Nigéria. Após uma participação pra lá de tenebrosa na fase de grupos, parece que a seleção comandada por Stephen Keshi encontrou, enfim, uma maneira de jogar. De jogar bem, melhor dizendo. Não bastando o feito de eliminar a favorita Costa do Marfim na fase quartas-de-final, as Super Águias parecem mais prontas do que nunca para alçar vôos ainda maiores na Copa Africana de Nações 2013, encaixando goleada de 4a1 sobre Mali com incrível eficiência nas jogadas de contra-ataque.
É bem verdade que a sorte sorriu para os nigerianos, bastando um rápido olhar por determinadas finalizações que, se para um lado terminavam na rede, para o outro passavam perto da trave. Mas não foi isso que determinou o destino do jogo. Há que se exaltar aqui o talento de Victor Moses, que fez ótimo primeiro tempo, tomando conta do flanco direito de ataque, por onde protagonizou a jogada maravilhosa que originou o primeiro gol, aos vinte e quatro minutos: um drible desconcertante pra cima de Adama Tamboura e um cruzamento-passe encontrando Uwa Echiejile livre para, de peixinho, estufar a rede.
Não bastando o talento de Moses, a Nigéria tem outros elementos relevantes em sua equipe. Emmanuel Emenike, centroavante de porte físico avantajado, era importante referência no ataque. Aos vinte e nove, foi dele que veio a assistência para o gol de Brown Ideye. Lance de sorte, pois tudo levava a crer que aquela bola dividida com goleiro e zagueiro adversários não iria terminar na rede. Mas terminou, em prêmio para o esforço, aos vinte e nove.
Ainda antes do intervalo, a vitória ganhou contornos de goleada: aos quarenta e três, Emenike cobrou falta, a bola desviou na barreira e foi no contrapé do goleiro Mamadou Samassa, entrando caprichosamente no canto esquerdo, isolando Emenike no topo da lista de goleadores no torneio, com quatro marcados.
Embora abatida pelo inesperado revés, a seleção de Mali não se entregou, fato que embelezou o jogo e valorizou o espetáculo. Marcando em linha, a defesa malinesa permitiu que a enfiada de bola de John Obi Mikel encontrasse Ahmed Musa livre, e o camisa sete, que havia entrado no lugar de Moses, chutou por entre as pernas de Samassa. 4a0 no placar.
Seydou Keita não fazia uma partida em nível próximo ao que dele se espera, e creio que isso possa ter afetado o rendimento coletivo em geral. Mas o fato é que Mali melhorou depois das entradas dos atacantes Cheick Diarra e Cheick Diabaté. E melhorou tanto que fica difícil entender até que ponto foi a Nigéria que diminuiu sua intensidade na partida e até que ponto seja aceitável que esses dois "Cheicks" possam ser reservas no time de Patrice Carteron.
Vincent Enyeama, excepcional goleiro nigeriano, evitou pelo menos dois gols de Mali. Mas não evitou que o zero fosse mantido: aos vinte e nove, em jogada envolvendo aqueles dois atacantes vindos do banco, Diabaté conduziu bem a bola pela esquerda e serviu Diarra, que completou de primeira, com categoria, no canto esquerdo.
Mais incisiva, Mali pressionou em busca de novo(s) gol(s). Sem sucesso. No fundo, já deviam estar conformados com a eliminação após a margem de diferença no placar ter se dilatado tanto. Mas podem - e devem - ter a consciência de que fizeram um jogo de tal maneira que é muito mais razoável apontar virtudes no lado vencedor do que fraquezas no lado derrotado. Que a autoestima da população daquele país se eleve. Ninguém merece viver em meio a uma guerra civil. O que Mali realmente precisa no momento é de paz, paz que será uma conquista muito maior do que qualquer coisa que um torneio de futebol possa proporcionar.
Quanto à jovem seleção nigeriana, a presença na final continental é um feito de respeito. Sua última presença numa final foi em 2000, quando perdeu nos pênaltis para Camarões. Campeã pela última vez em 1994, a Nigéria tem a chance de estabelecer um recorde pessoal para Keshi, que pode ser o primeiro a faturar a Copa Africana de Nações como jogador (condição vivida em 94) e como treinador (sua função em 2013).
É bem verdade que a sorte sorriu para os nigerianos, bastando um rápido olhar por determinadas finalizações que, se para um lado terminavam na rede, para o outro passavam perto da trave. Mas não foi isso que determinou o destino do jogo. Há que se exaltar aqui o talento de Victor Moses, que fez ótimo primeiro tempo, tomando conta do flanco direito de ataque, por onde protagonizou a jogada maravilhosa que originou o primeiro gol, aos vinte e quatro minutos: um drible desconcertante pra cima de Adama Tamboura e um cruzamento-passe encontrando Uwa Echiejile livre para, de peixinho, estufar a rede.
Não bastando o talento de Moses, a Nigéria tem outros elementos relevantes em sua equipe. Emmanuel Emenike, centroavante de porte físico avantajado, era importante referência no ataque. Aos vinte e nove, foi dele que veio a assistência para o gol de Brown Ideye. Lance de sorte, pois tudo levava a crer que aquela bola dividida com goleiro e zagueiro adversários não iria terminar na rede. Mas terminou, em prêmio para o esforço, aos vinte e nove.
Ainda antes do intervalo, a vitória ganhou contornos de goleada: aos quarenta e três, Emenike cobrou falta, a bola desviou na barreira e foi no contrapé do goleiro Mamadou Samassa, entrando caprichosamente no canto esquerdo, isolando Emenike no topo da lista de goleadores no torneio, com quatro marcados.
Embora abatida pelo inesperado revés, a seleção de Mali não se entregou, fato que embelezou o jogo e valorizou o espetáculo. Marcando em linha, a defesa malinesa permitiu que a enfiada de bola de John Obi Mikel encontrasse Ahmed Musa livre, e o camisa sete, que havia entrado no lugar de Moses, chutou por entre as pernas de Samassa. 4a0 no placar.
Seydou Keita não fazia uma partida em nível próximo ao que dele se espera, e creio que isso possa ter afetado o rendimento coletivo em geral. Mas o fato é que Mali melhorou depois das entradas dos atacantes Cheick Diarra e Cheick Diabaté. E melhorou tanto que fica difícil entender até que ponto foi a Nigéria que diminuiu sua intensidade na partida e até que ponto seja aceitável que esses dois "Cheicks" possam ser reservas no time de Patrice Carteron.
Vincent Enyeama, excepcional goleiro nigeriano, evitou pelo menos dois gols de Mali. Mas não evitou que o zero fosse mantido: aos vinte e nove, em jogada envolvendo aqueles dois atacantes vindos do banco, Diabaté conduziu bem a bola pela esquerda e serviu Diarra, que completou de primeira, com categoria, no canto esquerdo.
Mais incisiva, Mali pressionou em busca de novo(s) gol(s). Sem sucesso. No fundo, já deviam estar conformados com a eliminação após a margem de diferença no placar ter se dilatado tanto. Mas podem - e devem - ter a consciência de que fizeram um jogo de tal maneira que é muito mais razoável apontar virtudes no lado vencedor do que fraquezas no lado derrotado. Que a autoestima da população daquele país se eleve. Ninguém merece viver em meio a uma guerra civil. O que Mali realmente precisa no momento é de paz, paz que será uma conquista muito maior do que qualquer coisa que um torneio de futebol possa proporcionar.
Quanto à jovem seleção nigeriana, a presença na final continental é um feito de respeito. Sua última presença numa final foi em 2000, quando perdeu nos pênaltis para Camarões. Campeã pela última vez em 1994, a Nigéria tem a chance de estabelecer um recorde pessoal para Keshi, que pode ser o primeiro a faturar a Copa Africana de Nações como jogador (condição vivida em 94) e como treinador (sua função em 2013).
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Equipe E Jogada Da Semana
Fazendo sua parte dentro de campo em meio a dois torneios onde os teoricamente favoritos vêm sendo surpreendidos, o Manchester United se aproxima de dois títulos ingleses nessa temporada.
No dia vinte e seis de janeiro, sábado, os comandados de Alex Ferguson golearam o Fulham por 4a1 e avançaram na Copa da Inglaterra, torneio em que, naquele mesmo final-de-semana, equipes como Tottenham e Liverpool deram adeus ao serem derrotadas para Leeds United e Oldham Athletic. Na fase oitavas-de-final, o Manchester United receberá o Reading em Old Trafford, num duelo agendado para o dia dezoito de fevereiro.
Por mais bem-vindo que seja o título no mais antigo torneio de clubes do mundo, não há dúvidas de que o clube prioriza a conquista na Premiership. E, a julgar pelo desempenho do United e do concorrente ao título, é apenas uma questão de rodadas para a conquista ser celebrada. Concorrente ao título no singular, sim, pois a diferença para o terceiro colocado é de dezesseis pontos, o que praticamente tira o Chelsea da disputa - são nove pontos de distância em relação ao vice-lícer, Manchester City.
Na quarta-feira, dia trinta de janeiro, o United venceu o Southampton por 2a1, fazendo o dever de casa. Três dias depois, no sábado, dia dois de fevereiro, tratou de vencer o Fulham (aquele mesmo, que enfrentara pela fase dezesseis-avos-de-final na Copa Inglesa), por 1a0, em jogo com direito a queda de energia no estádio Craven Cottage. Pode cair a energia em estádio britânico, em Super Bowl estadunidense, mas parece que o que não cai é a invencibilidade da equipe, que nesse momento está em treze jogos consecutivo (a última foi para o romeno Cluj, na fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa, em cinco de dezembro de dois mil e doze).
Longe de ser um time que encante - ou que pelo menos me encante -, há que se reconhecer, porém, a competitividade e regularidade dessa equipe, que deve ser levada em conta como candidata ao título em qualquer competição que participe. Principalmente quando os concorrentes vacilam...
Jogada da semana
Na Itália, a Juventus continua na liderança na Série A nacional, agora com o Napoli no encalço na disputa pelo Scudetto. Como os napolitanos venceram o Catania no sábado (dia dois), a Juve foi até Verona no domingo (três) precisando vencer para reestabelecer a diferença de três pontos. E venceu, 2a1. Destaque para o segundo gol, marcado pelo suíço Stephen Lichtsteiner em assistência de Sebastian Giovinco. E que assistência. É basicamente por ela que esse vídeo se faz presente. Curiosamente, não é a primeira vez que um gol de Lichtsteiner com a camisa juventina aparece como destaque na semana. Relembre esse tópico, com vídeo da assistência de Mirko Vucinic.
Dessa vez, com vocês, o passe de Giovinco para o segundo gol da Vecchia Signora.
No dia vinte e seis de janeiro, sábado, os comandados de Alex Ferguson golearam o Fulham por 4a1 e avançaram na Copa da Inglaterra, torneio em que, naquele mesmo final-de-semana, equipes como Tottenham e Liverpool deram adeus ao serem derrotadas para Leeds United e Oldham Athletic. Na fase oitavas-de-final, o Manchester United receberá o Reading em Old Trafford, num duelo agendado para o dia dezoito de fevereiro.
Por mais bem-vindo que seja o título no mais antigo torneio de clubes do mundo, não há dúvidas de que o clube prioriza a conquista na Premiership. E, a julgar pelo desempenho do United e do concorrente ao título, é apenas uma questão de rodadas para a conquista ser celebrada. Concorrente ao título no singular, sim, pois a diferença para o terceiro colocado é de dezesseis pontos, o que praticamente tira o Chelsea da disputa - são nove pontos de distância em relação ao vice-lícer, Manchester City.
Na quarta-feira, dia trinta de janeiro, o United venceu o Southampton por 2a1, fazendo o dever de casa. Três dias depois, no sábado, dia dois de fevereiro, tratou de vencer o Fulham (aquele mesmo, que enfrentara pela fase dezesseis-avos-de-final na Copa Inglesa), por 1a0, em jogo com direito a queda de energia no estádio Craven Cottage. Pode cair a energia em estádio britânico, em Super Bowl estadunidense, mas parece que o que não cai é a invencibilidade da equipe, que nesse momento está em treze jogos consecutivo (a última foi para o romeno Cluj, na fase de grupos na Liga dos Campeões da Europa, em cinco de dezembro de dois mil e doze).
Longe de ser um time que encante - ou que pelo menos me encante -, há que se reconhecer, porém, a competitividade e regularidade dessa equipe, que deve ser levada em conta como candidata ao título em qualquer competição que participe. Principalmente quando os concorrentes vacilam...
Jogada da semana
Na Itália, a Juventus continua na liderança na Série A nacional, agora com o Napoli no encalço na disputa pelo Scudetto. Como os napolitanos venceram o Catania no sábado (dia dois), a Juve foi até Verona no domingo (três) precisando vencer para reestabelecer a diferença de três pontos. E venceu, 2a1. Destaque para o segundo gol, marcado pelo suíço Stephen Lichtsteiner em assistência de Sebastian Giovinco. E que assistência. É basicamente por ela que esse vídeo se faz presente. Curiosamente, não é a primeira vez que um gol de Lichtsteiner com a camisa juventina aparece como destaque na semana. Relembre esse tópico, com vídeo da assistência de Mirko Vucinic.
Dessa vez, com vocês, o passe de Giovinco para o segundo gol da Vecchia Signora.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Na Prorrogação, Burkina Faso Vence Togo E Agora Pega Gana
Após as classificações de Gana, Mali e Nigéria, chegou a vez de Burkina Faso celebrar um lugar na semifinal na Copa Africana de Nações 2013. A equipe fez com Togo uma partida bastante equilibrada, de poucas chances de gol e muita entrega de ambas as partes, com as defesas levando vantagem na maior parte das vezes. Mas, aos catorze minutos do primeiro tempo na prorrogação, os burquinenses alcançaram o gol único da partida, marcado por Jonathan Pitroipa, de cabeça, após cobrança de escanteio de Charles Kaboré.
Nos noventa minutos regulamentares, a transpiração superou a inspiração, num duelo de muitas faltas cometidas e poucas oportunidades criadas para tirar o zero do placar. Alain Traoré, hábil camisa dez burquinense, não jogou por estar contundido, e é bem capaz de sua ausência ter sido determinante para a falta de jogadas mais elaboradas no campo de ataque da equipe comandada pelo belga Paul Put. A entrada de Préjuce Nakoulma aos vinte minutos do segundo tempo deu novo ânimo à seleção, e me atrevo a dizer que o camisa vinte e dois entrou no time para não mais sair. Aos trinta minutos, sofreu um pênalti em jogada individual, não assinalado pela arbitragem do senegalês Badara Diatta.
Emmanuel Adebayor teve duas chances de gol, as duas mais agudas de Togo. Na primeira, levou vantagem no jogo aéreo, chegando na bola antes do goleiro Daouda Diakité, mas o lateral-esquerdo Saïdou Madi Panandétiguiri salvou em cima da linha. Na segunda, o atacante da camisa quatro parou em ótima intervenção de Diakité, aos trinta e dois minutos do segundo tempo, ou seja, pouco depois do pênalti não marcado sobre Nakoulma. E a resposta de Burkina Faso veio exatamente através de Nakoulma: aos trinta e seis, ele partiu pelo lado esquerdo, passou bonito pela marcação de Vincent Bossou mas não conseguiu finalizar na direção do gol.
O jeito foi caminhar para a prorrogação, e se com bola rolando estava difícil, o gol acabou acontecendo via cobrança de escanteio: Kaboré cruzou, Pitroipa apareceu livre antes da primeira trave e conseguiu cabecear bem, com a bola batendo no travessão antes de entrar.
No segundo tempo, Togo tentou adiantar seus elementos para pressionar, mas Burkina conseguiu se proteger sem maiores exposições e riscos de ceder o empate. Mohamed Koffi, de vinte e seis anos e natural da Costa do Marfim, foi um dos destaques: aplicado na marcação e tranquilo para sair jogando, o camisa cinco foi fundamental para equilibrar a defesa com o meio-de-campo. E ainda protagonizou cena inusitada quando, após ser atingido por uma bolada, deixou o campo, se ajoelhou, contou com a "paredinha" de dois membros do departamento médico e... urinou em direção à placa publicitária de uma empresa coreana de produtos eletrônicos.
Então lá vai Burkina Faso, que mesmo sem Alain Traoré conseguiu ser superior ao adversário. Fica a torcida para que ele se recupere logo e possa estar em campo diante de Gana. Será melhor para o espetáculo vê-lo ao lado de jogadores como Pitroipa e Nakoulma, que mostraram-se ótimas opções pelos flancos direito e esquerdo, respectivamente.
Nos noventa minutos regulamentares, a transpiração superou a inspiração, num duelo de muitas faltas cometidas e poucas oportunidades criadas para tirar o zero do placar. Alain Traoré, hábil camisa dez burquinense, não jogou por estar contundido, e é bem capaz de sua ausência ter sido determinante para a falta de jogadas mais elaboradas no campo de ataque da equipe comandada pelo belga Paul Put. A entrada de Préjuce Nakoulma aos vinte minutos do segundo tempo deu novo ânimo à seleção, e me atrevo a dizer que o camisa vinte e dois entrou no time para não mais sair. Aos trinta minutos, sofreu um pênalti em jogada individual, não assinalado pela arbitragem do senegalês Badara Diatta.
Emmanuel Adebayor teve duas chances de gol, as duas mais agudas de Togo. Na primeira, levou vantagem no jogo aéreo, chegando na bola antes do goleiro Daouda Diakité, mas o lateral-esquerdo Saïdou Madi Panandétiguiri salvou em cima da linha. Na segunda, o atacante da camisa quatro parou em ótima intervenção de Diakité, aos trinta e dois minutos do segundo tempo, ou seja, pouco depois do pênalti não marcado sobre Nakoulma. E a resposta de Burkina Faso veio exatamente através de Nakoulma: aos trinta e seis, ele partiu pelo lado esquerdo, passou bonito pela marcação de Vincent Bossou mas não conseguiu finalizar na direção do gol.
O jeito foi caminhar para a prorrogação, e se com bola rolando estava difícil, o gol acabou acontecendo via cobrança de escanteio: Kaboré cruzou, Pitroipa apareceu livre antes da primeira trave e conseguiu cabecear bem, com a bola batendo no travessão antes de entrar.
No segundo tempo, Togo tentou adiantar seus elementos para pressionar, mas Burkina conseguiu se proteger sem maiores exposições e riscos de ceder o empate. Mohamed Koffi, de vinte e seis anos e natural da Costa do Marfim, foi um dos destaques: aplicado na marcação e tranquilo para sair jogando, o camisa cinco foi fundamental para equilibrar a defesa com o meio-de-campo. E ainda protagonizou cena inusitada quando, após ser atingido por uma bolada, deixou o campo, se ajoelhou, contou com a "paredinha" de dois membros do departamento médico e... urinou em direção à placa publicitária de uma empresa coreana de produtos eletrônicos.
Então lá vai Burkina Faso, que mesmo sem Alain Traoré conseguiu ser superior ao adversário. Fica a torcida para que ele se recupere logo e possa estar em campo diante de Gana. Será melhor para o espetáculo vê-lo ao lado de jogadores como Pitroipa e Nakoulma, que mostraram-se ótimas opções pelos flancos direito e esquerdo, respectivamente.
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Vida Longa, Super Águias!
Royal Bafokeng, sede de seis jogos na última Copa do Mundo, recebeu hoje o que pode ter sido um dos melhores jogos na Copa Africana de Nações 2013. A favorita Costa do Marfim, líder no grupo D, primeira seleção a se classificar para a fase quartas-de-final no torneio continental, invicta há 25 jogos contra seleções africanas, foi surpreendida pela jovem seleção nigeriana, que conta com uma média de idade em torno de 23 anos e que passou pela fase de grupos na base do sufoco.
O jogo foi equilibrado, com os marfinenses demonstrando maior organização tática e mais coesão para defender e atacar. Porém, a Nigéria em momento algum se mostrou intimidada diante do forte oponente que tinha pela frente, conseguindo por muitas vezes medir forças em pé de igualdade aos teoricamente favoritos. Foi num erro de saída de jogo da Costa do Marfim que a Nigéria quase abriu o placar: Ideye passou para Emenike e o atacante, em condição legal e a cerca de dois passos da quina da pequena área, isolou o remate.
A Costa do Marfim era sólida, com Zokora protegendo bem a defesa, Yaya Touré e Tioté ajudando na transição, Kalou e Gervinho procurando abrir espaços para que Drogba pudesse aproveitar. Era um desenho tático interessante, pois os nigerianos contavam com Ambrose e Echiejile atuando muito bem pelos flancos da defesa, praticamente anulando as figuras de Gervinho e Kalou. Obi Mikel, Onazi e Mba impunham resistência às aproximações de Yaya e Tioté, com Moses sendo a principal peça ofensiva para acionar Ideye e Emenike.
Sair na cara dos goleiros não era nada simples, e o jeito foi tentar o gol a distâncias maiores. Moses chutou com muita força uma bola que foi rebatida por Boubacar "Copa" Barry. Aos quarenta e dois, em novo remate violento de fora da área, a Nigéria abriu o placar: Moses cobrou falta rolando de lado, a barreira marfinense abriu e Emenike encheu o pé, estufando a rede num chute que pareceu atravessar as luvas de Barry. Seria um ato leviano responsabilizar o arqueiro, mesmo com a bola indo praticamente em cima dele: com a barreira abrindo e um objeto esférico viajando àquela espantosa velocidade, convém ponderar e parabenizar Emenike pela rara felicidade na finalização. 1a0 Nigéria.
Com atitude e velocidade na volta do vestiário, a Costa do Marfim reagiu logo no início do segundo tempo. Com dezesseis segundos, Kalou recebeu centralizado e chutou para fora, em rápida trama ofensiva. Aos quatro minutos, o talento de Drogba encaminhou o empate. Primeiro, o atacante recém-contratado pelo Galatasaray recebeu uma cobrança de lateral e, de costas pra marcação, girou aplicando uma caneta no adversário, caindo no gramado caracterizando falta, assinalada pelo árbitro argelino Djamel Haïmoudi. A falta era praticamente colada à linha da grande da área, numa espécie de mini-escanteio. Na cobrança, Drogba. Aí, quando você pensa que o mais apropriado era Drogba estar na área para concluir o lance, afinal, trata-se de um "fazedor de gols", a precisão do cruzamento-passe justifica tudo: o camisa onze colocou a bola na medida para Tioté, livre de marcação, cabecear pra rede sem sequer precisar tirar os pés do chão. 1a1.
Foi um erro raro de marcação nigeriana e aquilo custou a cessão do empate. Costa do Marfim cresceu na partida e passou a se sobressair territorialmente, mas, nas raras oportunidades em que conseguia se desvencilhar da forte marcação adversária, esbarrava no goleiro Vincent Enyeama. Cada segundo que corria no relógio fazia cada vez mais aproximar a partida da prorrogação, a exemplo do que ocorreu entre África do Sul e Mali. Aliás, essa Copa da África está com o equilíbrio ilustrado na grande quantidade de empates, que representam mais da metade no total de partidas. E esse parecia ser mais um.
Parecia. Aos trinta e dois minutos, Sunday Mba carregou a bola e, diante da linha de defensores à sua frente, tratou de definir o lance sem tentar infiltrar na marcação, até porque tal empreitada já se demonstrava uma tarefa inglória há algum tempo. E, com um pouco (ou um tanto) de sorte, o chute desviou num dos marcadores e traiu o goleiro Copa, que viu-se fora do tempo da bola e não conseguiu evitar que a trajetória o encobrisse. 2a1 Nigéria.
O francês Sabri Lamouchi já havia trocado Kalou por Gradel e, após o gol de desempate, tratou de aumentar o poderio ofensivo, promovendo a entrada de Lacina Traoré no lugar de Romaric. Stephen Keshi, por sua vez, trouxe Yobo para o lugar de Moses, caminhando no sentido contrário. Mas a jovem Nigéria não tratou de limitar-se ao campo defensivo, esbanjando maturidade na troca de passes no ataque, administrando a posse e o cronômetro. Parecia muito mais uma seleção veterana cheia de fôlego do que uma "olímpica" supostamente afobada.
Pode não ser uma seleção que conte com talentos da magnitude de um Okocha, de um Amokachi, de um Ikpeba, de um Kanu. Mas é grande. É da envergadura das Super Águias. E, mais do que nunca, merece respeito.
O jogo foi equilibrado, com os marfinenses demonstrando maior organização tática e mais coesão para defender e atacar. Porém, a Nigéria em momento algum se mostrou intimidada diante do forte oponente que tinha pela frente, conseguindo por muitas vezes medir forças em pé de igualdade aos teoricamente favoritos. Foi num erro de saída de jogo da Costa do Marfim que a Nigéria quase abriu o placar: Ideye passou para Emenike e o atacante, em condição legal e a cerca de dois passos da quina da pequena área, isolou o remate.
A Costa do Marfim era sólida, com Zokora protegendo bem a defesa, Yaya Touré e Tioté ajudando na transição, Kalou e Gervinho procurando abrir espaços para que Drogba pudesse aproveitar. Era um desenho tático interessante, pois os nigerianos contavam com Ambrose e Echiejile atuando muito bem pelos flancos da defesa, praticamente anulando as figuras de Gervinho e Kalou. Obi Mikel, Onazi e Mba impunham resistência às aproximações de Yaya e Tioté, com Moses sendo a principal peça ofensiva para acionar Ideye e Emenike.
Sair na cara dos goleiros não era nada simples, e o jeito foi tentar o gol a distâncias maiores. Moses chutou com muita força uma bola que foi rebatida por Boubacar "Copa" Barry. Aos quarenta e dois, em novo remate violento de fora da área, a Nigéria abriu o placar: Moses cobrou falta rolando de lado, a barreira marfinense abriu e Emenike encheu o pé, estufando a rede num chute que pareceu atravessar as luvas de Barry. Seria um ato leviano responsabilizar o arqueiro, mesmo com a bola indo praticamente em cima dele: com a barreira abrindo e um objeto esférico viajando àquela espantosa velocidade, convém ponderar e parabenizar Emenike pela rara felicidade na finalização. 1a0 Nigéria.
Com atitude e velocidade na volta do vestiário, a Costa do Marfim reagiu logo no início do segundo tempo. Com dezesseis segundos, Kalou recebeu centralizado e chutou para fora, em rápida trama ofensiva. Aos quatro minutos, o talento de Drogba encaminhou o empate. Primeiro, o atacante recém-contratado pelo Galatasaray recebeu uma cobrança de lateral e, de costas pra marcação, girou aplicando uma caneta no adversário, caindo no gramado caracterizando falta, assinalada pelo árbitro argelino Djamel Haïmoudi. A falta era praticamente colada à linha da grande da área, numa espécie de mini-escanteio. Na cobrança, Drogba. Aí, quando você pensa que o mais apropriado era Drogba estar na área para concluir o lance, afinal, trata-se de um "fazedor de gols", a precisão do cruzamento-passe justifica tudo: o camisa onze colocou a bola na medida para Tioté, livre de marcação, cabecear pra rede sem sequer precisar tirar os pés do chão. 1a1.
Foi um erro raro de marcação nigeriana e aquilo custou a cessão do empate. Costa do Marfim cresceu na partida e passou a se sobressair territorialmente, mas, nas raras oportunidades em que conseguia se desvencilhar da forte marcação adversária, esbarrava no goleiro Vincent Enyeama. Cada segundo que corria no relógio fazia cada vez mais aproximar a partida da prorrogação, a exemplo do que ocorreu entre África do Sul e Mali. Aliás, essa Copa da África está com o equilíbrio ilustrado na grande quantidade de empates, que representam mais da metade no total de partidas. E esse parecia ser mais um.
Parecia. Aos trinta e dois minutos, Sunday Mba carregou a bola e, diante da linha de defensores à sua frente, tratou de definir o lance sem tentar infiltrar na marcação, até porque tal empreitada já se demonstrava uma tarefa inglória há algum tempo. E, com um pouco (ou um tanto) de sorte, o chute desviou num dos marcadores e traiu o goleiro Copa, que viu-se fora do tempo da bola e não conseguiu evitar que a trajetória o encobrisse. 2a1 Nigéria.
O francês Sabri Lamouchi já havia trocado Kalou por Gradel e, após o gol de desempate, tratou de aumentar o poderio ofensivo, promovendo a entrada de Lacina Traoré no lugar de Romaric. Stephen Keshi, por sua vez, trouxe Yobo para o lugar de Moses, caminhando no sentido contrário. Mas a jovem Nigéria não tratou de limitar-se ao campo defensivo, esbanjando maturidade na troca de passes no ataque, administrando a posse e o cronômetro. Parecia muito mais uma seleção veterana cheia de fôlego do que uma "olímpica" supostamente afobada.
Pode não ser uma seleção que conte com talentos da magnitude de um Okocha, de um Amokachi, de um Ikpeba, de um Kanu. Mas é grande. É da envergadura das Super Águias. E, mais do que nunca, merece respeito.
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sábado, 2 de fevereiro de 2013
Olha Keita Na Semifinal: É Mali, Que Elimina Anfitriã
Não teve vida longa a seleção anfitriã na Copa Africana de Nações 2013. Mas, diferentemente de 2010, dessa vez a África do Sul até teve um desempenho satisfatório, conseguindo uma participação, no mínimo, honrosa. Foram três empates e uma vitória na invicta campanha, caindo na fase quartas-de-final após desempate nas penalidades máximas com Mali.
Mali que, na maior parte do tempo nesse jogo em Durban, conseguiu controlar as investidas adversárias, mas sem demonstrar grandes qualidades ofensivas. Esperáva-se mais de jogadores como Mohamed Sissoko e Seydou Keita, mas, de toda forma, a equipe conseguiu buscar o empate (gol do próprio Keita) e arrancar a classificação nos pênaltis.
O destaque acabou sendo o goleiro malinês Soumbeïla Diakité, que defendeu duas cobranças - Dean Furman e May Mahlangu escolheram o canto direito e não conseguiram superar o arqueiro, que foi buscar. Ainda houve uma cobrança de Lehlohonolo Majoro, para fora: somente Siphiwe Tshabalala conseguiu converter pelo lado sul-africano, enquanto Cheick Diabaté, Adama Tamboura e Mahamane Traoré garantiram os 100% de aproveitamento de Mali nas penalidades.
Classificada, a seleção comandada pelo francês Patrice Canteron mostrou regularidade durante a partida, oscilando pouco diante de uma animada equipe da casa. A África do Sul, empurrada por um estádio lotado a apoiar o time, criou as maiores chances de gol, mas sem exercer uma pressão sobre o adversário. O incansável e voluntarioso defensor Furman, o versátil volante Reneilwe Letsholonyane e o dinâmico meia-atacante Mahlangu foram alguns dos destaques da equipe, que mostrou alguma evolução em relação ao Mundial, mas ainda carece de jogadores mais talentosos, principalmente no ataque. De toda forma, parece positivo o trabalho desenvolvido por Gordon Igesund, que viu em Durban, sua cidade natal, o fim de um sonho sul-africano.
Mali terá pela frente o vencedor do duelo entre Costa do Marfim e Nigéria. Pelo que vi dessas duas seleções, Mali seria zebra diante dos Elefantes e favorita diante das Águias. Independentemente de quem passe, uma coisa é certa para a seleção que acaba de eliminar a África do Sul: as vuvuzelas soprarão contra...
Mali que, na maior parte do tempo nesse jogo em Durban, conseguiu controlar as investidas adversárias, mas sem demonstrar grandes qualidades ofensivas. Esperáva-se mais de jogadores como Mohamed Sissoko e Seydou Keita, mas, de toda forma, a equipe conseguiu buscar o empate (gol do próprio Keita) e arrancar a classificação nos pênaltis.
O destaque acabou sendo o goleiro malinês Soumbeïla Diakité, que defendeu duas cobranças - Dean Furman e May Mahlangu escolheram o canto direito e não conseguiram superar o arqueiro, que foi buscar. Ainda houve uma cobrança de Lehlohonolo Majoro, para fora: somente Siphiwe Tshabalala conseguiu converter pelo lado sul-africano, enquanto Cheick Diabaté, Adama Tamboura e Mahamane Traoré garantiram os 100% de aproveitamento de Mali nas penalidades.
Classificada, a seleção comandada pelo francês Patrice Canteron mostrou regularidade durante a partida, oscilando pouco diante de uma animada equipe da casa. A África do Sul, empurrada por um estádio lotado a apoiar o time, criou as maiores chances de gol, mas sem exercer uma pressão sobre o adversário. O incansável e voluntarioso defensor Furman, o versátil volante Reneilwe Letsholonyane e o dinâmico meia-atacante Mahlangu foram alguns dos destaques da equipe, que mostrou alguma evolução em relação ao Mundial, mas ainda carece de jogadores mais talentosos, principalmente no ataque. De toda forma, parece positivo o trabalho desenvolvido por Gordon Igesund, que viu em Durban, sua cidade natal, o fim de um sonho sul-africano.
Mali terá pela frente o vencedor do duelo entre Costa do Marfim e Nigéria. Pelo que vi dessas duas seleções, Mali seria zebra diante dos Elefantes e favorita diante das Águias. Independentemente de quem passe, uma coisa é certa para a seleção que acaba de eliminar a África do Sul: as vuvuzelas soprarão contra...
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No Futebol, O Resultado Às Vezes Engana: Parabéns, Cabo Verde!
Muitas emoções entre Gana e Cabo Verde, abrindo a fase quartas-de-final na Copa Africana de Nações 2013. Se alguém imaginava que a tradicional seleção ganesa (habituada a participar e incluive a disputar título na competição continental) iria sobrar diante da estreante Cabo Verde, que jamais havia jogado uma Copa da África em sua história, enganou-se redondamente. A seleção cabo-verdiana foi pra cima, criou as melhores chances de gol, teve objetividade. Mas, futebol não é uma ciência exata. Trata-se de um jogo. Saem os modelos matemáticos do tipo "quem chuta mais vezes fará mais gols" e entram os fatores "azar e sorte". No final, vitória de Gana com direito a ajuda da arbitragem e lance atípico.
Confira como foi a transmissão da partida em tempo real através do Twitter.
Quero nesse tópico destacar alguns personagens na partida.
Começando pelo árbitro Rajindraparsad Seechurn, que espero ter feito sua última partida nesse torneio. A penalidade assinalada a favor de Gana foi proporcional às tradições de seu país natal no futebol profissional - as Ilhas Maurício. Numa trombada usual, surgiu a infração (?) que acarretou a abertura do placar. Entre alguns outros erros, teve lugar também para o bizarro: atrapalhou cobrança de escanteio rasteira de Cabo Verde, possibilitando contra-ataque para Gana. Em escanteio, hein!
Mas nem só de arbitragem vive - ou morre - o futebol. Entre os jogadores, Platini, que saiu do banco de reservas para ao lado de Héldon dar novo gás para Cabo Verde, mostrou mais uma vez se tratar de um jogador de habilidade. Tem muita facilidade para se desvencilhar da marcação e chutar a gol. Mas tanto ele quanto o Héldon acabaram parando num personagem decisivo, a meu ver o mais decisivo na partida, mais até que o próprio árbitro.
Dauda. Que partida do goleiro ganês! Exigido demais no segundo tempo, conseguiu corresponder. Destaque para as defesaças praticadas uma em cada canto. Aliás, talvez melhor seja afirmar uma em cada ângulo - vôou até o lado direito para espalmar chute de Platini com a mão trocada e também para o lado esquerdo, evitando que cobrança de falta de Héldon, aos 48 minutos do segundo tempo, estufasse a rede.
Os gols foram marcados por Wakaso Mubarak, longe de ser um dos destaques na partida, mas com a eficiência que transformou o zero no placar em números não-nulos. Converteu o pênalti que caiu no colo de Gana mandando a bola no meio do gol. E, aos 49 minutos, mandou pra rede uma bola mais fácil que o próprio pênalti, pois dessa vez nem havia goleiro pela frente - Vozinha tinha se mandado para a área de Gana, na tentativa do empate.
A pragmática seleção ganesa pode ir mais longe nessa Copa da África? Com certeza, sim. Mas não vejo com bons olhos o futebol apresentado pelos comandados de James Appiah. Há jogadores talentosos, uma defesa sólida e um baita goleiro. Mas a maneira de jogar privilegia muito mais o vigor físico do que a capacidade técnica. Capacidade essa que, repito, se faz presente. Os aplausos que encerram o tópico ficam para Lúcio Antunes, que trouxe uma seleção valente, bem montada, equilibrada, leve, insinuante. Que acabou esbarrando na própria limitação técnica, na arbitragem, na falta de sorte, na grande atuação de Dauda. Mas que conseguiu encantar aqueles que admiram o futebol bem jogado. Parabéns, Cabo Verde!
Confira como foi a transmissão da partida em tempo real através do Twitter.
Quero nesse tópico destacar alguns personagens na partida.
Começando pelo árbitro Rajindraparsad Seechurn, que espero ter feito sua última partida nesse torneio. A penalidade assinalada a favor de Gana foi proporcional às tradições de seu país natal no futebol profissional - as Ilhas Maurício. Numa trombada usual, surgiu a infração (?) que acarretou a abertura do placar. Entre alguns outros erros, teve lugar também para o bizarro: atrapalhou cobrança de escanteio rasteira de Cabo Verde, possibilitando contra-ataque para Gana. Em escanteio, hein!
Mas nem só de arbitragem vive - ou morre - o futebol. Entre os jogadores, Platini, que saiu do banco de reservas para ao lado de Héldon dar novo gás para Cabo Verde, mostrou mais uma vez se tratar de um jogador de habilidade. Tem muita facilidade para se desvencilhar da marcação e chutar a gol. Mas tanto ele quanto o Héldon acabaram parando num personagem decisivo, a meu ver o mais decisivo na partida, mais até que o próprio árbitro.
Dauda. Que partida do goleiro ganês! Exigido demais no segundo tempo, conseguiu corresponder. Destaque para as defesaças praticadas uma em cada canto. Aliás, talvez melhor seja afirmar uma em cada ângulo - vôou até o lado direito para espalmar chute de Platini com a mão trocada e também para o lado esquerdo, evitando que cobrança de falta de Héldon, aos 48 minutos do segundo tempo, estufasse a rede.
Os gols foram marcados por Wakaso Mubarak, longe de ser um dos destaques na partida, mas com a eficiência que transformou o zero no placar em números não-nulos. Converteu o pênalti que caiu no colo de Gana mandando a bola no meio do gol. E, aos 49 minutos, mandou pra rede uma bola mais fácil que o próprio pênalti, pois dessa vez nem havia goleiro pela frente - Vozinha tinha se mandado para a área de Gana, na tentativa do empate.
A pragmática seleção ganesa pode ir mais longe nessa Copa da África? Com certeza, sim. Mas não vejo com bons olhos o futebol apresentado pelos comandados de James Appiah. Há jogadores talentosos, uma defesa sólida e um baita goleiro. Mas a maneira de jogar privilegia muito mais o vigor físico do que a capacidade técnica. Capacidade essa que, repito, se faz presente. Os aplausos que encerram o tópico ficam para Lúcio Antunes, que trouxe uma seleção valente, bem montada, equilibrada, leve, insinuante. Que acabou esbarrando na própria limitação técnica, na arbitragem, na falta de sorte, na grande atuação de Dauda. Mas que conseguiu encantar aqueles que admiram o futebol bem jogado. Parabéns, Cabo Verde!
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