domingo, 9 de janeiro de 2011

Cavanídolo Napolitano

Edinson Roberto Cavani Gómez, uruguaio de 23 anos de idade, contratado junto ao Palermo após a Copa do Mundo por 20 milhões de euros. Esse elemento, de 1,84m e 74kg, que veste a camisa 7 "Azzurri", simplesmente resolveu a parada diante da Juventus e levou a torcida napolitana à loucura no estádio San Paolo. Após ser substituído aos 38 minutos do segundo tempo (dando lugar ao meia argentino José Ernesto Sosa), Edinson Cavani fez questão de se aproximar do grande público e vibrar junto da massa que o ovacionava. A euforia do atacante uruguaio e dos torcedores napolitanos não eram para menos: com três gols de Cavani, o Napoli goleou a "Vecchia Signora", consolidou-se na vice-liderança com 36 pontos (o Milan lidera com 40) e mostrou-se plenamente recuperado da derrota sofrida para a Internazionale na 18ª rodada. A Juve, por sua vez, encontra-se na 6ª colocação com 31 pontos ganhos, podendo ainda ser ultrapassada pela Inter, que aparece dois pontos atrás mas com dois jogos a menos.

O jogo

Cheguei em frente ao televisor com 21 minutos de partida, atraso suficiente para me impedir de assistir ao vivo o primeiro gol do jogo. E foi assim que aconteceu: aos 19 minutos, o uruguaio Walter Gargano passou na direita, Christian Maggio cruzou com precisão e Cavani testou a bola com admirável consciência para estufar a rede juventina e inaugurar o marcador.

A equipe visitante respondeu aos 21 minutos, quando o brasileiro naturalizado italiano Amauri Carvalho de Oliveira chutou cruzado no canto direito e viu o goleiro Morgan De Sanctis realizar estupenda defesa, mandando para escanteio. Cobrança de escanteio essa que foi colocada na muvuca da área napolitana e foi parar na rede, mas a arbitragem de Emidio Morganti estava esperta no lance e detectou infração sofrida por De Sanctis, para reclamação "bianconera".

Se o gol de empate não veio naquele momento, não viria nunca mais: aos 26 minutos, Andrea Dossena realizou cruzamento caprichado a partir do flanco esquerdo e encontrou Cavani na área. O uruguaio foi novamente impecável na movimentação e na finalização, levando vantagem sobre a marcação do francês Armand Traoré e não dando chance de defesa para Marco Storari.

Mas o mais belo dos gols de Cavani estava guardado para o segundo tempo. Aos oito minutos, o argentino Ezequiel Lavezzi carregou a marcação adversária e passou na direita para o eslovaco Marek Hamsik, que fez um cruzamento tão certeiro que me sinto no direito de dizer que ele entregou a bola de bandeja para Cavani. O atacante tinha a opção de escorar com um chute, mas o dia era mesmo de usar a cabeça e, de peixinho, Cavani colocou 3a0 no placar.

Se Cavani tivesse com os pés a mesma habilidade demonstrada no cabeceio, o Napoli chegaria ao 4º gol aos 18 minutos, quando Lavezzi arrancou pela esquerda mostrando explosão, controle de bola e força física (o lance me fez lembrar os saudosos bons tempos de Ronaldo), e passou açucarado para o uruguaio, que se atrapalhou e chutou para defesa tranqüila de Storari.

Se alguém pensou que a Juventus viria ao ataque buscando pelo menos diminuir o prejuízo, se enganou. Após ter mexido na lateral (Traoré por Fabio Grosso), no ataque (Amauri por Alessandro Del Piero) e notar que as coisas continuavam favoráveis aos donos da casa, o treinador Luigi Del Neri chutou o balde e decidiu fechar o time visando evitar uma goleada histórica (a maior vitória napolitana sobre a Juventus havia ocorrido em 1990, num 5a1 que estava em vias de ser superado nesse duelo de hoje). Então, Del Neri trocou o meia Simone Pepe pelo zagueiro Marco Motta, aos 21 minutos.

O sérvio Milos Krasic até mostrava serviço pelo lado direito, sendo o único juventino que conseguia construir algo de diferente, mas a equipe não tinha nenhum Cavani na área para converter as investidas de Krasic. O negócio foi esperar o apito final e se resignar que nada nem ninguém poderia impedir a festa que tomava conta das arquibancadas.

Pode parecer precipitado usar o termo "ídolo" para Cavani, até porque ídolo é uma coisa que napolitano tem do mais alto nível (leia-se Diego Armando Maradona) e também porque essa é a primeira temporada dele no Napoli. Mas, com esse "hat-trick", o uruguaio chegou a 13 gols em 19 jogos, igualando-se a Antonio Di Natale no topo da lista de goleadores na Série A e igualando os 13 gols marcados por ele próprio em toda a Série A da temporada passada, quando disputou 34 jogos pelo Palermo.

Outros resultados

Sampdoria (9º) 2a1 (4º) Roma
Bari (20º) 0a2 (10º) Bologna
Chievo (14º) 0a0 (5º) Palermo
Catania (16º) 1a2 (7º) Internazionale
Cesena (17º) 0a0 (13º) Genoa
Fiorentina (12º) 3a2 (19º) Brescia
Lazio (3º) 1a2 (18º) Lecce
Milan (1º) 4a4 (8º) Udinese
Parma (15º) 1a2 (11º) Cagliari

4 comentários:

  1. Lindos cabeceios. Com o trio Hamsick, Lavezzi e Cavani, acredito muito em título napolitano. O esquema de jogo do Napoli é muito mais agradável que o do Milan.

    ResponderExcluir
  2. Com toda certeza, ver o Napoli jogar é muito mais legal que ver o Milan jogar. Acho que tivemos uma demonstração disso nos jogos de hoje.

    Ahhh.. aproveitando a oportunidade, eu gostaria de convidar o seu Blog a fazer uma parceria com o meu (http://vamosfalardeesportes.blogspot.com/). Ficaria muito feliz em trocar links com o seu blog.

    Fico no aguardo da sua resposta. É só postar um comentário na postagem mais recente do Blog ou mandar e-mail para nelson.limaneto07@gmail.com.

    Grande Abraço,
    Nelsinho Lima.

    ResponderExcluir
  3. Fala, cara!

    Valeu pelo comentário no meu blog! Muito maneiro o seu, ótimo texto.

    Cara, essa partida do Cavani foi uma das grandes exibições individuais da temporada, não tem cabimento o que ele fez. Lembro direitinho dele no Sul-americano de 2007, defendendo o Uruguai, ali eu comentei com um amigo que ele tinha pinta de bom centroavante.

    De lá pra cá, evoluiu MUITO, inclusive taticamente, já que ele jogou a Copa praticamente como um meia esquerda, pro Tabarez poder escalá-lo com Luis Suárez e Forlán.

    Pra título acho difícil, mas esse Napoli merece demais uma vaga na Champions.


    Abraços!
    http://futebolaocuboita.blogspot.com/
    http://futebolaocubo.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  4. Eu que agradeço, André Renato! Muito enriquecedor o seu comentário! Tocaste num ponto interessante, pois realmente o Cavani no Uruguai de Tabárez atuava de forma diferente de agora no Napoli de Mazzarri. Não curti a performance dele na Copa, mas o que ele vem fazendo com a camisa napolitana realmente comprova essa evolução formidável em seu futebol.

    Será difícil a conquista do "Scudetto", mas confesso estar na torcida para que o Napoli consiga faturar o caneco italiano nessa temporada.

    Abraços e volte sempre que quiser!

    ResponderExcluir