sábado, 15 de janeiro de 2011

Faltou Gol, Faltaram Chances, Faltou Futebol

Mesmo contando com o incentivo da torcida presente no estádio San Paolo, o Napoli esbarrou na própria falta de criatividade e acabou não conseguindo superar a equipe da Fiorentina, o que pode deixar os napolitanos mais afastados da liderança do Campeonato Italiano (para isso, basta que o Milan vença o Lecce, fora de casa). A "Viola" volta para Florença com um ponto e uma posição ganha na tabela, assumindo o 10º lugar que pertencia ao Cagliari.

O jogo (confira como foi a transmissão da partida em tempo real)

Foram raros, muito raros os momentos de inspiração por parte de ambas as equipes. Não sei até que ponto isso se deveu à proposta defensivista da Fiorentina armada por Sinisa Mihajlovic ou à ausência do eslovaco Marek Hamsik, que deu lugar ao argentino José Ernesto Sosa entre os titulares do Napoli.

Se as chances de gol eram escassas, a partida chamava mais atenção pelas jogadas divididas em tentativas de desarme, como uma em que o capitão Paolo Cannavaro entrou de carrinho para tirar a bola de Alberto Gilardino, colocando em risco a integridade física do atacante. Se nesse lance aos 13 minutos felizmente nada de grave aconteceu, não se pode dizer o mesmo de uma jogada dez minutos mais tarde: em disputa de bola entre Gianluca Grava e o sérvio Adem Ljajic, pior para o defensor italiano, que caiu no gramado se contorcendo de dor e já solicitando substituição. Foram cerca de quatro minutos de atendimento médico e Walter Mazzarri viu-se forçado a colocar em campo Salvatore Aronica, habitualmente titular na equipe.

Na marca de 47 minutos, o árbitro Luca Banti encerrou o primeiro tempo dando um tempo de acréscimo inferior ao tempo de bola parada no lance da contusão de Grava. Injusto? Sim. Mas um favor para o espectadores, que tiveram suas retinas poupadas daquela fraca exibição por parte de ambas as equipes.

A transmissão televisiva mostrava no intervalo alguns torcedores napolitanos presentes nas tribunas do estádio, onde saltavam aos olhos as imagens de belas mulheres. Para assistir o jogo daquele setor e ficar mais perto delas, 139 euros deveriam ser desembolsados. Voltemos ao jogo.

Com a bola rolando, o Napoli já dava mostras que emplacaria um ritmo mais intenso. Mas da intensidade para a oportunidade parecia haver um abismo, ou melhor, uma barreira roxa, onde os defensores da Fiorentina levavam vantagem na maioria dos lances.

Na tentativa de mudar a dinâmica ofensiva, Mazzarri tratou de trocar Sosa por Hassan Yebda, aos 9 minutos. O argelino, em pouco tempo, já mostrou-se mais participativo que o argentino: aos 11 minutos, Yebda avançou pela direita carregando a bola consigo e deu uma cavadinha atravessando a área. A bola até encobriu o goleiro polonês Artur Boruc, mas não teve o endereço nem do gol e nem de Ezequiel Lavezzi, que aparecia pelo lado esquerdo, e a bola saiu pela linha-de-fundo.

A pressão napolitana se acentuou ao ponto de a Fiorentina praticamente não conseguir mais sair para o jogo. A entrada do atacante Nicolao Manuel Dumitru Cardoso (19 anos, sueco de nascimento e naturalizado italiano) no lugar do volante Michele Pazienza foi a prova de que o Napoli iria para o "tudo ou nada" nos minutos finais. E ficou mais perto do "tudo": aos 44 minutos, Nicolao Dumitru recebeu perto da área, dominou, fez o giro e chutou cruzado, mas Boruc conseguiu defender no canto direito; aos 45 minutos, Christian Maggio centralizou a bola com um cabeceio, Dumitru chegou nela e quase descolou uma assistência, mas a defesa da Fiorentina afastou o perigo.

Se desde 1997 (com um placar de 1a1) que Napoli e Fioretina não empatavam no estádio San Paolo, nesse 15 de janeiro de 2011 o 0a0 acabou ficando sob medida para o futebol apresentado pelas equipes.

Morgan De Sanctis, goleiro napolitano que foi a maior parte do tempo um espectador da partida, é o jogador que atuou por mais tempo na atual edição do Campeonato Italiano: antes de a bola rolar, eram 1821 minutos em 19 partidas. Somando-se a isso os 95 minutos do jogo de hoje, temos a marca de 1916 minutos em 20 jogos, com a média de 1 gol sofrido por partida.

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